A Senhora Feudal das (chique-espertices) dos tempos modernos
Os anos passam e a Costa da (ou De tanto faz, perdoem-me os mais puritanos e tradicionalistas) continua à espera do seu el dourado; um desenvolvimento sustentável, arrojado e verdadeiramente direccionado para as pessoas, entre os quais e em primeiro lugar, os moradores, para quem o desenvolvimento deve ser dirigido, e para os visitantes, que muito fazem mexer com a actividade económica da segunda cidade do concelho de Almada.
O calendário caminha a passos largos para a época estival. O concelho de Almada, bafejado com a sua posição geográfica e paisagística privilegiada, não só na terra de Camões mas também pela Europa fora, prepara-se para mais uma enchente de visitantes, que procuram as belas praias e o sol cintilante da Costa da Caparica.
Mais um novo Verão que chega, e velhos problemas atormentam a cidade. Os anos passam e a Costa da (ou De tanto faz, perdoem-me os mais puritanos e tradicionalistas) continua à espera do seu el dourado; um desenvolvimento sustentável, arrojado e verdadeiramente direccionado para as pessoas, entre os quais e em primeiro lugar, os moradores, para quem deve ser dirigido, e para os visitantes, que muito fazem mexer com a actividade económica da segunda cidade do concelho de Almada.
A Costa da Caparica tem funcionado quase sempre como uma espécie de parente pobre do concelho, por falta de ambição, não dos caparicanos, mas por parte de quem gere a autarquia e também do governo central.
Dirão alguns que foram dispendidos mais de 200 milhões de euros (há cerca de vinte anos!) nas obras do Pólis da Costa da Caparica, mais que prova de que há interesse em desenvolver e requalificar a cidade. Com certeza, houve investimento; mas alguém consegue justificar o péssimo investimento resultante de uma estratégia falhada e de remendo na Costa da Caparica, onde muito desse investimento foi engolido literalmente pelo mar ou abandonado por falta de visão e de planeamento virado para o futuro?
Dirão ainda alguns que está muito melhor que estava! Sem dúvida que está! mas sabe a pouco, e os caparicanos e os almadenses, os tais que usufruem todos os dias e constantemente da Costa da Caparica, sentem que lhes falta quase tudo considerando os recursos disponíveis e que a cidade oferece.
A falta de visão, de estratégia e de interesse por parte do executivo municipal (acredito que a actual presidente da autarquia, Inês de Medeiros, conheça e frequente a Costa da Caparica apenas em fugazes passagens), é assustador e verdadeiramente inquietante, justificado, caricato não fosse, por uma simples rotunda que demorou diria o povo: “séculos a construir” e, mesmo assim, parece que deixa muito a desejar.
São entre muitos outros, estes pequenos episódios característicos das personagens que parecem saídas de uma qualquer obra de Eça de Queiroz, que (DES)governam o concelho desde 2021, e que envergonham quem entusiasticamente se abeire da curva do IC20 e se depare com um autêntico bairro de barracas, da qual a sua resolução anda de boca em boca pelos corredores da câmara e em propostas no papel, mas que na prática, é um sinal dessa mesma falta de visão, e de competência de quem gere o executivo.
Planos Pormenores que não saem da gaveta; PDM adiado para as calendas; extensão da linha do metro (muito usual para forrar os “santinhos” com as carinhas dos candidatos com o melhor fato domingueiro para convencer as populações que É DESTA!), que não passa de uma ilusão; a falta de uma biblioteca; de um centro multimédia; de uma piscina; a falta e descuido na limpeza por parte dos serviços responsáveis; a insegurança que começa a crescer de forma acentuada continuando-se a assobiar para o lado; o tal Pólis, que nunca mais se ouviu falar e não se sabe de nada; a falta de apoio aos concessionários dos apoios de praia, que sistematicamente se queixam de abandono e esquecimento por quem os gere; os pescadores, a quem muito lhes foi prometido mas que tal como outras tantas promessas não passam de palavras vãs; a ausência de ideias para o incremento e promoção do Turismo local, é mais que muita, dito e afirmado pelos próprios empresários do sector; os transportes que apesar de melhoras continuam a não ser suficientes para as populações locais; a tudo isto, junta-se aquele território esquecido e perdido a sul do concelho denominado Fonte da Telha, onde acredito que a senhora presidente da câmara tenha ido pouco mais que duas ou três vezes, sendo que a maior parte dessas poucas vezes, terá sido em tempo de campanha eleitoral; ditam o estado a que chegou a gestão ou a falta dela, de duas localidades de Almada que poderiam ser a pérola da Área Metropolitana de Lisboa.
O PS e todos os que ajudam a manter o seu poder em Almada são os verdadeiros responsáveis pela falta de verdadeiras políticas de sustentabilidade e de desenvolvimento do concelho, em concreto da Costa da Caparica.
Dirá a senhora presidente da câmara quando tiver conhecimento deste meu desabafo, sim, porque sabemos que a mesma tem conhecimento do que aqui se escreve e se opina, se não de livre vontade (o que duvido pois terá mais que fazer do que ler jornais ou informação sobre o que se passa no concelho), terá conhecimento porque alguém lhe irá transmitir, bem à semelhança como têm feito com os artigos de opinião que aqui são publicados (honra seja feita a um órgão de comunicação social local que dá noticias num espirito de verdadeiro jornalismo de informação, e não noticia apenas o que agradará ao poder instituído!), que está a tentar implementar projectos, nomeadamente nas Terras da Costa, mas que os mesmos de sempre, estão contra(!).
O problema não são as ideias para o desenvolvimento, mas sim, e pegando no (novo/velho) caso das Terras da Costa (terras agrícolas), é a forma como essas ideias estão a querer ser implementadas, diria mais, impostas por parte da câmara municipal, a quem desde finais do século XIX praticou uma agricultura verdadeiramente sustentável e reconhecida, denotando a presidente da câmara perante o assunto um total desconhecimento, colocando em causa décadas de história e de muito trabalho, para no seu lugar, como alguém já o aqui escreveu, edificar e promover uma espécie de montra zoológica para inglês ver.
A época dos (alguns) malfadados senhores feudais ficou lá bem atrás, mas, ao que parece, em pleno século moderno e milenar ele(a)s andam por aqui…..!
Almada Online, António Pedro Maco, CDS-PP, Crónica, Opinião