Almada | CTA leva Gulliver à cena
No Teatro Joaquim Benite dia 17 às 16h e dia 18 às 11h e às 15h
Alguém chamado Gulliver conta as suas aventuras: um naufrágio, ele a alcançar uma ilha agarrado a um pedaço de madeira, e depois a adormecer na praia, e seres muito pequeninos a prendê-lo à areia, e os minúsculos, que primeiro falavam uma língua muito estrambólica, com palavras maluquinhas, a chamarem-lhe Homem-Montanha, mas depois a ficarem amigos dele, apesar de quererem usá-lo para fazer coisas que lhes davam jeito e poupavam trabalho (por causa de Gulliver ser tão grande, se comparado com eles), e depois ele a descobrir que eles estavam em guerra com outro reino por causa de uma coisa mesmo estúpida, e que já não eram capazes de fazer as pazes.
Noutra ilha, Gulliver já não era muito grande mas tão pequenino como um bichinho de conta no meio das ervas, e foi então que os problemas de se ser pequeno (por causa de os outros serem muito grandes) lhe fizeram a vida num inferno, que é o que acontece quando uma pessoa tem muitos problemas para os quais ainda não encontrou soluções. Mas há soluções.
O que é ser grande? E ser pequeno, o que é? Posso ser grande se alguém não for pequeno? As viagens de Gulliver é o título do livro escrito pelo irlandês Jonathan Swift. Publicado pela primeira vez em 1726, quis mostrar, através de uma viagem imaginária, o que acontecia às pessoas daquele tempo – em que umas pareciam muito grandes e outras muito pequenas –, o que provocava uma grande vontade de partir, nem que fosse só na imaginação.
Convém corrigir um dos maiores equívocos sobre o clássico do irlandês Jonathan Swift: rabugento convicto, dizia não suportar as crianças. Não queria, portanto, escrever para elas. Em carta ao amigo e poeta Alexander Pope, afirmou que pretendia com a obra agredir o mundo, e não diverti-lo.
Companhia de Teatro de Almada
Texto a partir do romance de Jonathan Swift | Encenação de Teresa Gafeira
17 e 18 Setembro, 2022 | SALA DE ENSAIOS
Sáb às 16h00
Dom às 11h00 e às 15h00
Duração: 50 min. | M/6
Intérpretes: Anabela Ribeiro, Carolina Dominguez, João Maionde e Marco Trindade
Cenografia: José Manuel Castanheira
Desenho de luz: José Carlos Nascimento
Música original: Inês Proença
Sonoplastia: Daniel Mendrico
Direcção de Montagem: Guilherme Frazão
Assistência de cenografia: Sara Brandt, Ambra Orlandelli