Almada | Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

Almada comemora o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios de 18 a 22 de Abril, com visitas guiadas e uma exposição. O tema escolhido para este ano é "Defesa da Costa"

Como vem sendo hábito todos os anos, a Câmara Municipal de Almada (CMA) associa-se às comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios com um conjunto de iniciativas a decorrer entre os dias 18 e 22 de Abril. Este ano a data é subordinadoa ao tema “Património e Mudança”.

O tema proposto pelo Município englobado em “Património e Mudança” é a “Defesa da Costa” e, nesse âmbito, foi desenhada uma programação de divulgação dos monumentos e sítios do concelho, que inclui a inauguração de uma exposição sobre esta temática, “Cartografia do Horizonte: do Território aos Lugares”, no Museu de Almada – Casa da Cidade; uma visita ao Castelo de Almada, com apoio da NOVA FCSH e; uma visita guiada ao Sítio Arqueológico da Quinta do Almaraz.

O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi instituído a 18 de Abril de 1982 pelo ICOMOS e aprovado pela UNESCO no ano seguinte, com o objectivo de aumentar a consciência pública relativamente à diversidade do património e aos esforços necessários para o proteger e conservar, bem como de chamar a atenção para a sua vulnerabilidade.

Estas são iniciativas gratuitas, com inscrição obrigatória até 48h antes através do email museus.comunica@cm-almada.pt

Visita guiada ao Castelo de Almada (Lotação esgotada)

Terça 18 de Abril às 18h, Castelo de Almada

Visita guiada ao Castelo de Almada com arqueólogos da CMA e da NOVA-FCSH. Aproveite a oportunidade única de entrar neste monumento, usufruir de uma paisagem deslumbrante e ficar a conhecer melhor as origens medievais do núcleo urbano de Almada.

O Castelo de Almada terá origem árabe, sendo referenciado no século XII pelo geógrafo Edrisi como “Hosnel-Madan” (fortaleza da mina). A sua localização estratégica na margem sul do Tejo, em frente a Lisboa, fez dele um importante ponto defensivo durante o período da Reconquista. O primeiro foral de Almada, atribuído por D. Sancho I em 1190, concede à vila de Almada os privilégios das cidades mais importantes do reino (Lisboa, Santarém e Coimbra), favorecendo a fixação das populações aterrorizadas pelas incursões dos Almóadas. Um ano depois, quando em 1191 Abu Yusuf al-Mansur avança para norte, os cavaleiros de Santiago abandonam Almada e Palmela e os castelos são destruídos.

O Castelo de Almada só quatro anos depois viria a ser retomado por D. Sancho I, que terá provavelmente ordenado obras de reconstrução e melhoramentos que se prolongaram nos reinados de D. Dinis e de D. Fernando. Depois de resistir ao cerco castelhano de 1384, voltou a entrar em estado de abandono, para nos séculos XVI e XVII vir a sofrer várias transformações visando a sua adaptação às novas tecnologias militares, sendo reconstruído após o terramoto de 1755.

No século XIX, depois das Guerras Napoleónicas foi desactivado, voltando a ser guarnecido por tropas durante a Guerra Civil Portuguesa. Anos mais tarde foi alvo de novas obras de reparação decorrentes do plano de defesa de Lisboa onde passou a ter a função de praça principal de coordenação das várias baterias da linha de defesa na margem sul do Tejo.

Actualmente, o Castelo de Almada encontra-se profundamente descaracterizado estando ocupado pela Guarda Nacional Republicana (GNR) que mantém uma unidade militar no seu interior.

©Anabela Luís / CMA / Muralhas do Castelo de Almada

Inauguração da exposição “Cartografia do Horizonte: do Território aos Lugares

Quinta 20 de Abril às 18h, Museu de Almada – Casa da Cidade

Uma exposição que valoriza a dimensão poética da paisagem do litoral e dá a conhecer as Batarias da Artilharia de Costa como o último sistema de defesa físico construído em Portugal e, como este se relaciona com o mar e a paisagem costeira. Com curadoria do arquitecto Frederico Vicente e Ana Paisano, estará patente de 20 de Abril a 23 de Setembro.

A exposição pensada para a Casa da Cidade foi organizada pela CMA numa parceria com o Exército Português e a ARTCOSTA – Associação dos Amigos de Artilharia de Costa Portuguesa. Esta Associação tem como missão criar as condições tendentes a preservar um enorme manancial de património histórico-militar, único em Portugal e algum mesmo muito raro a nível mundial. A bataria da “Raposa” na Trafaria por exemplo, é a única no mundo, da época da “guerra-fria”, com aquele tipo de material (23,4cm), naquele estado de conservação.

“Cartografia do Horizonte” é uma viagem aos oito sítios que contam a vasta grafia do Tejo, para esboçar um mapa de investigação que começa na torre e segue até ao posto de observação, com mira no Regimento de Artilharia de Costa. Do Território aos Lugares divide-se em duas escalas de aproximação, sublinhando os sítios secretos e esquecidos do “Plano Barron”, a memória dos arquivos e acervos militares e a contemporaneidade que espreita o expectante futuro destes lugares. Um ensaio visual pelo artista Tiago Casanova orienta o roteiro, captando o estado de ocupação de muitas destas batarias. A artista Léna Lewis-King, através de vídeo, introduz o tempo destes lugares.

Paralelo à exposição foi desenhado o programa público que conta com uma oficina de experimentação destinada a crianças e jovens, visitas guiadas à exposição e às batarias no arco ribeirinho norte e sul e, ainda conversas em torno do tema com especialistas de diferentes áreas.

As Visitas guiadas à exposição, pelos curadores Ana Paisano e Frederico Vicente realizam-se no dia 22 de Abril pelas 15h, 18 de Maio às 18h, 16 de Setembro às 15h30 e, dia 23 de Setembro às 15h.

Haverá também visitas guiadas às batarias pela ARTCOSTA, no dia 6 Maio das 9h às 18h30, às Batarias do Regimento de Artilharia de Costa Sul, em Almada e Setúbal e; no dia 27 de Maio entre as 9h e as 18h30 às Batarias do Regimento de Artilharia de Costa Norte, em Lisboa, Cascais e Oeiras. A visita guiada de dia 27 é a única que não é de livre acesso, tendo um custo associado de 4€.

As Mesas-redondas acontecem no dia 16 de Setembro às 16h, com a participação de Paulo Pereira, Maria Rita Pais e ARTCOSTA e; a 23 de Setembro também às 16h, tendo como participantes Álvaro Domingues, Susana Ventura e ARTCOSTA.

No dia 3 de Junho às 10h realiza-se a oficina “Olhar, ver e espreitar” dirijida a criaanças e jovens entre os 9 e os 15 anos, onde Paula Simões ajuda a construir um dispositivo de observação.

©DR / Bataria da Raposa na Trafaria

Visita guiada ao Sítio Arqueológico da Quinta do Almaraz (Lotação esgotada)

Sábado 22 de Abril às 10h30, Sítio Arqueológico da Quinta do Almaraz

Venha conhecer os vestígios da primeira cidade de Almada numa visita guiada realizada pela equipa de arqueólogos da CMA, onde se explora a história do sítio, desde a chegada dos fenícios até aos dias de hoje.

O Sítio Arqueológico da Quinta do Almaraz é um dos mais importantes povoados do 1.º milénio a.C. no Extremo Ocidente da Península Ibérica, que surge no contexto da diáspora das populações fenícias para Ocidente. A sua localização privilegiada numa plataforma sobranceira ao rio Tejo conduziu a que tivesse um papel determinante nas dinâmicas productivas, comerciais e administrativas da Foz do Tejo durante aquele período.

No âmbito de um Projecto de Investigação em curso, promovido pelo Município de Almada em colaboração com diversas instituições do ensino superior, têm vindo a ser realizadas escavações anuais, com o objectivo de aprofundar o conhecimento sobre o povoado e a comunidade que o habitou.

O conjunto de materiais recolhidos durante as escavações e as características proto-urbanas da sua arquitectura revelam uma comunidade pujante, que aqui habitou ao longo de vários séculos. É também, por esta razão, um dos mais importantes sítios arqueológicos da região.

©DR / Visita guiada à Quinta do Almaraz
Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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