Almada | Falso cirurgião plástico

Fernando Brito trabalha na RClinic em Almada e é licenciado em Informática de Gestão

Fernando Brito assume ser médico especialista em cirurgia plástica, reconstructiva e estética. No entanto, nunca tirou um curso em Medicina, sendo licenciado em Informática de gestão pela Universidade Moderna de Lisboa, encerrada devido a fraudes. A trabalhar na RClinic em Almada, o falso médico terá realizado operações plásticas a várias figuras públicas, como Cinha Jardim, Merche Romero, Xenica Jardim, Ágata, Mário Jardel, Ana Salazar, Marina Mota, Pedro Cerdeira, José Figueiras ou Ricardo Carriço, entre muitos outros.

De acordo com o a TVI, Fernando Brito não está inscrito na Ordem dos Médicos, uma informação confirmada pelas três secção regionais. Em vez disso, o falso especialista tem um curso em medicina internacional chinesa, em acupuntura estética e tem um master em medicina estética realizado online por um instituto de nome Esneca — mas que não é reconhecido pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

“Por exemplo, se se descobrir que a pessoa em causa não é médico, não tem o curso de Medicina, não está inscrito na Ordem dos Médicos obviamente que vai para as autoridades competentes, vai para o Ministério Público, porque estamos a falar num caso de usurpação de funções”, afirmou Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos à TVI.

Por sua vez, Júlio Matias, presidente da Sociedade Portuguesa da Cirurgia Plástica, disse que “não existem” especialistas de Medicina Estética: “É um termo mal aplicado”.

Além disso, a RClinic tem apenas um médico a trabalhar na clínica, António Leitão, especialista em medicina geral e familiar, de acordo com a entidade reguladora da saúde. A gestora da clínica, Rita Figueira, ex-companheira do antigo juiz Rui Rangel e arguida na operação Lex, admitiu que existiu uma “falha na gestão” no que concerne à regulação do corpo clínico, que “pretende corrigir” no futuro.

Ainda assim, constitui na mesma uma contraordenação não haver um registo actualizado do corpo clínico dos estabelecimentos médicos, algo que pode levar a uma coima que pode ir dos 1.500 aos 45 mil euros.

A RClinic, que também tem clínicas em Braga, Loulé e Funchal, faz operações plásticas a figuras públicas, muitas vezes em troca de publicações nas redes sociais.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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