Almada| Festival Monstra 2023
O Festival Monstra exibe três dos seus filmes no Auditório Fernando Lopes-Graça, nos dias 28, 29 e 30 de Março, com sessões às 21h
O Festival Monstra, um evento que celebra o Cinema de Animação, exibe três dos seus filmes no Auditório Fernando Lopes-Graça, nos dias 28, 29 e 30 de Março, com sessões às 21h. A entrada é gratuita mediante levantamento de bilhete obrigatório no dia de cada sessão.
A edição 2023 do festival Monstra realizou-se sob o signo dos centenários e, o país convidado foi o Japão.
Há quase cinco séculos, 480 anos para ser preciso, os marinheiros portugueses eram os primeiros ocidentais a chegar de barco à costa do Japão. Tal feito ficou documentado em vários escritos da História, que acabaram por inspirar muitos artistas, entre eles os de animação.
Há 100 anos, o ilustrador Joaquim Guerreiro realizava “O Pesadelo do António Maria”, o primeiro filme de animação português que se conhece e, 100 anos depois, o primeiro português nomeado nos Óscares de Hollywood é um filme de animação.
Há 100 anos nascia a Walt Disney Company e o mestre norte-americano realizava “Alice”, cinco anos antes de nos dar a conhecer a sua personagem mais famosa, Mickey Mouse.
A chegada dos nossos ancestrais ao País do Sol Nascente foi o mote para a Monstra homenagear este ano toda a riqueza, emoção, fantasia e poesia da animação japonesa.
A Monstra contou na edição deste ano, com a maior representação e estreias mundiais lusas de sempre nas sessões competitivas do festival, um Summit dedicado à história da animação nacional, e o filme de animação “Ice Merchants”, de João Gonzalez, a primeira obra de um realizador português nomeada para os Óscares.
“Desde 2000, a Monstra – Festival de Animação de Lisboa tem como grande objectivo celebrar a transversalidade artística, promover o encontro entre pessoas de diferentes artes e transmitir novos olhares estéticos, usando como base a linguagem mais pluridisciplinar que conhecemos: o Cinema de Animação.”, é a citação de Fernando Galrito, director artístico da Monstra, em destaque no site do festival.
A Monstrinha, que tem programação dedicada a escolas e famílias, tem sessões entre 18 e 23 de Abril.
“Inu-oh” de Massaki Yuasa, Terça-Feira 28 de Março às 21h
Inu-oh é uma longa-metragem musical (que mistura antiguidade e rock) de animação japonesa, lançado em 202, dirigido por Masaaki Yuasa e produzido pela Science SARU.
Baseado no romance Tales of the Heike: Inu-Oh, de Hideo Furukawa, o filme passa-se no Japão do século 14 e centra-se na amizade entre Inu-Oh, um bailarino nascido com características físicas únicas, tão únicas que os adultos horrorizados cobriram cada centímetro do seu corpo com vestimentas, incluindo uma máscara na cara e, Tomona um músico de biwa cego, que perdeu a visão num estranho acidente. Certo dia, ambos encontram-se e Inu-oh pede-lhe para escrever uma canção sobre a sua vida. Ostracizados pela sociedade devido às suas diferenças físicas, Inu-Oh e Tomona, tornam-se parceiros de negócio e amigos inseparáveis, usando os seus criativos dons para sobreviver nas margens da sociedade, à medida que canção após canção os faz ganhar mais notoriedade e os catapulta para o estrelato. Através das canções, Inu-oh hipnotiza as suas audiências em palco e, gradualmente começa a transformar-se em alguém de beleza sem igual. Mas porque é Tomona cego? Porque nasceu Inu-oh com características únicas? Esta é uma história sobre a amizade de Inu-oh e Tomona, que dançam e cantam para chegar à verdade e quebrar a maldição um do outro.
Ao adaptar esta história sobre tempos antigos, o director Masaaki Yuasa descreveu o filme como um conto com paralelos e relevância para os dias modernos, uma história que pergunta “se se deve alinhar com o destino e a moda para conquistar a glória ou renunciar à recompensa para viver de acordo com suas crenças.” “É uma história sobre por que algumas histórias não são contadas e por que algumas pessoas as contam de qualquer maneira, não importa a que custo”, escreveu o The Wrap.
A estreia de Inu-oh ocorreu na 78 edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza em Setembro de 2021, onde foi o primeiro filme de animação japonês desenhado à mão a ser exibido na competição da categoria Horizons. Inu-Oh teve a sua estreia japonesa no Festival Internacional de Cinema de Tóquio a 3 de Novembro de 2021. O filme venceu o Prémio de Distinção Especial na categoria Competição Internacional – Longa-Metragem na 23.ª edição do Bucheon International Animation Festival (BIAF). No dia 12 de Dezembro de 2022 foi indicado ao prêmio de melhor animação na 80º edição dos Globos de Ouro.
Ficha Técnica:
Direcção: Masaaki Yuasa
Produção: Eunyoung Choi, Fumie Takeuchi, Akiko Yodo
Argumento: Akiko Nog
Banda Sonora: Otomo Yoshihide
Género: Animação e Drama
Idade: M/12
País: Japão
Ano: 2021
Duração: 1h35m
“Yaya e Lenni: Liberdade em andamento” de Alessandro Rak, Quarta-feira 29 de Março às 21h
Após uma misteriosa disrupção, o mundo como o conhecemos deixou de existir. A natureza recuperou o planeta e a selva cobre agora a Terra e os subúrbios napolitanos, onde se passa o filme. A partir das ruínas do mundo antigo, uma nova sociedade, conhecida como “A Instituição”, está prestes a ressurgir. Os seus membros tentam restaurar a ordem pré-estabelecida, impondo o seu conceito de governo e “civilização” aos povos livres da floresta. No entanto, alguns resistem ferozmente. Yaya, uma rapariga com uma personalidade dura e um espírito indomável, e Lennie, um homem muito alto e com uma deficiência cognitiva, ambos orfãos, cuidam um do outro, lutando para que o seu último e único tesouro não lhes seja retirado: a sua liberdade. Juntos, tentam chegar à incrível “terra da música”. Ao longo do seu caminho, além dos perigos naturais, há a ameaça dos soldados da Instituição que patrulham a selva em busca de fugitivos para os levarem de volta à base.
Este é o terceiro filme de animação criado por Alessandro Rak e o estúdio Mad Entertainment, depois de “A Arte da Felicidade” e “O gato Cinderella”. A sua estreia foi no Festival de Locarno no Verão de 2021. Os temas que aborda são a amizade, a coexistência civil, o sonho da liberdade, o poder salvador da natureza e a ideia de viagem. Uma ode contra o fascismo que tanto assombrou, e assombra, a Itália, com um visual ciberpunk ecologista apocalíptico, onde a selva exuberante é palável, como se se tratasse de uma personagem.
Ficha Técnica:
Direcção: Alessando Rak
Produção: Luciano Stella, Maria Carolina Terzi, Carlo Stella
Argumento: Alessandro Rak
Fotografia: Alessandro Rak
Banda Sonora: Dario Sansone, Enzo Foniciello, Alessandro Rak
Género: Animação e Ficção Científica
Idade: M/6
País: Itália
Ano: 2021
Duração: 1h50m
Aya e a Feiticeira de Gorō Miyazaki, Quinta-Feira 30 de Março às 21h
Aya, agora com 10 anos, foi abandonada em bebé na Casa de St. Morwald para Crianças, onde adora morar, até porque possui o estranho dom de fazer com que todos façam o que ela quer. A última coisa que Aya quer é ser adoptada pela bruxa Bella Yaga, mas pela primeira vez na vida, os seus desejos não são atendidos. Apesar de contrariada e triste por abandonar os seus amigos, coloca a sua melhor cara e sorriso forçado e vai. Afinal, ela sempre quis aprender magia. Aya vai precisar de todo o seu engenho, e da ajuda do gato de Bella Yaga, Thomas, para sobreviver e sobretudo, florescer.
É esta a premissa do primeiro filme em animação 3D do Studio Ghibli, o famoso estúdio de animação japonês, baseada num livro da britânica Diana Wynne Jones. A assinar a realização está Gorō Miyazaki, filho de Hayao Miyazaki, fundador do estúdio que já tinha adaptado “O Castelo Andante” de Jones em 2004.
Ficha Técnica:
Direcção: Gorō Miyazaki
Produção: Toshio Suzuki
Argumento: Keiko Niwa e Emi Gunji
Fotografia: Hiroki Kubota
Banda Sonora: Satoshi Takebe
Género: Animação
Idade: M/6
País: Japão
Ano: 2020
Duração: 83 minutos
Contacto da Bilheteira do AFLG
Tel.: 212 724 922 | auditorio@cm-almada.pt
Quarta a Sexta, das 14h30 às 18h00
Sábado das 15h00 às 18h00
1 hora antes do espectáculo
