Almada | Georges Méliès e o cinema de 1900
A exposição "Senhoras e senhores, o espectáculo vai começar. Georges Méliès e o cinema de 1900" estará patente no Largo São João Baptista, de 1 a 24 de Fevereiro.
Inaugura hoje dia 1 de Fevereiro, pelas 15h, a exposição itinerante da Fundação “la Caixa”, “Senhoras e senhores, o espectáculo vai começar. Georges Méliès e o cinema de 1900”. A exposição estará patente até dia 24 de Fevereiro na Praça São João Baptista. A entrada é livre.
Esta exposição apresenta-se num formato itinerante que, num espaço de 200 metros quadrados, transporta os visitantes para o ambiente do início do século XX e assim explicar o nascimento do cinema como fenómeno popular. Os diferentes espaços e recursos expositivos mostram como era o mundo e o lazer naquela época, assim como alguns dos aspectos-chave para entender a importância de Georges Méliès na história do cinema. A exposição inclui vários filmes de Méliès que são complementados com uma selecção de filmes dos irmãos Lumière, peças audiovisuais, cópias de fotografias da época e reproduções de cartazes, desenhos, uma maquete do estúdio de Méliès em Montreuil e alguns objectos da época, como a pasta fantástica de Robert-Houdin, ou o cinematógrafo dos irmãos Lumière.
Esta é uma oportunidade para descobrir o percurso do primeiro “mago” do cinema, e saber mais sobre esta figura marcante da história do cinema e, sobre as origens do cinema no início do século XX, quando os filmes chegavam às cidades e vilas em caravanas.
“Senhoras e senhores, o espectáculo vai começar. Georges Méliès e o cinema de 1900” transporta os visitantes para um ambiente de feira no virar do século, com as suas barracas e o seu ambiente de festa. Foi precisamente neste contexto que o cinema ganhou forma como espectáculo de diversão e de emoções. Em grande medida foi graças a Georges Méliès, que soube entender o que as pessoas desejavam e como devia entretê-las e fazê- las sonhar. Os seus filmes traçaram o caminho que os primeiros cineastas iriam percorrer na Europa e nos Estados Unidos.
A exposição está dividida em três partes. A primeira parte apresenta- nos o contexto de Georges Méliès, uma primeira abordagem à viragem do século e aos principais aspectos sociais, políticos e populares do mundo de 1900.
Do outro lado da cortina, os visitantes encontrarão a segunda parte, que apresenta o mundo de Méliès e a experiência cinematográfica propriamente dita. O ambiente de feira remete para o cinema do final do século e para a importância de Georges Méliès naqueles primeiros passos do novo espectáculo.
A última parte é dedicada a “Le voyage dans la Lune”, o primeiro filme pensado, criado e distribuído para alcançar o êxito, em 1902. Neste ponto, aprofunda-se a forma como o cinema evoluiu desde a época de Méliès e a influência deste pioneiro na criação da linguagem cinematográfica e na concepção do cinema como espectáculo popular. Explica-se igualmente a trajectória do cineasta.
Georges Méliès nasceu em Paris a 8 de Dezembro de 1861 e faleceu na mesma cidade a 21 de Janeiro de 1931. Com o nome de baptismo de Marie Georges Jean Méliès, o ilusionista e cineasta francês ficou famoso por liderar muitos desenvolvimentos técnicos e narrativos no alvorecer do cinema.
Méliès, um inovador prolífico no uso de efeitos especiais, popularizou técnicas como o stop-motion e foi um dos primeiros cineastas a usar exposições múltiplas, a câmera rápida, as dissoluções de imagem e o filme a cores. Ele também foi um pioneiro no uso de storyboards. Graças à sua capacidade de manipular e transformar a realidade através da cinematografia, Méliès é lembrado como um “mágico do cinema”.
Dois de seus filmes mais famosos, Le voyage dans la Lune (1902) e Voyage à travers l’impossible (1904), narram jornadas estranhas, surrealistas e fantásticas inspiradas em Júlio Verne e são considerados dois dos filmes mais importantes e influentes do cinema de ficção científica. Méliès também foi um pioneiro dos filmes de terror com o seu primeiro filme Le Manoir du Diable (1896).
O cineasta francês foi ilustrador, mago, encenador, actor, cenógrafo e técnico de cinema, além de produtor, realizador e distribuidor de mais de 500 filmes entre 1896 e 1912. Reinou no mundo do género fantástico e da trucagem cinematográfica durante quase vinte anos, para depois cair no esquecimento e na ruína financeira. Em 1923, totalmente arruinado, destruiu os negativos de todos os seus filmes e acabou a sua vida profissional a vender brinquedos na estação parisiense de Montparnasse. O jornalista Léon Druhot reconheceu-o na estação e foi então que a sua obra começou a ser valorizada e recuperada.
Almada, cineasta, Cinema, Cultura, exposição, Fundação La Caixa, Georges Méliès, Georges Méliès e o cinema de 1900, gratuito, História do cinema, ilusionista, Itinerante, Pioneiro, Praça São João Baptista