Almada | Pedro e os Lobos regressam a casa

A banda almadense apresenta-se em concerto no Cine Incrível no Sábado 1 de Abril, pelas 21h30. O Almada Online conversou com o seu mentor Pedro Galhoz

A banda almadense Pedro e os Lobos regressa aos palcos com um concerto no Cine Incrível no Sábado 1 de Abril, pelas 21h30. As portas abrem uma hora antes.

Quatro álbuns e muitas colaborações resumem o percurso com mais de dez anos de história de Pedro e os Lobos. Desde o início que o seu fundador, Pedro Galhoz, define Pedro e os Lobos como um projecto de autor. Pedro é o criador, os Lobos são os músicos e cantores convidados para colaborar em cada tema. Nelson Correia e Rui Freire são os únicos músicos fixos. 

Depois de parcerias com nomes como Adolfo Luxuria Canibal, Aldina Duarte, Carlão, Jorge Benvinda, António Manuel Ribeiro, Tó Trips, entre muitos outros, Pedro e os Lobos marcam o regresso com o novo single “California “, o segundo a sair do álbum editado em 2020 “Depois da Tempestade”.

Pedro Galhoz é conhecido pela sua experiência adquirida nas bandas LovedStone, e Plastica, com vários trabalhos de sucesso editados na década de 1990. Com um total de quatro álbuns, os Plastica tornaram-se uma referência não só a nível nacional, como também em Espanha, chegando a tocar no The Cavern Club em Liverpool e a fazer a primeira parte dos concertos de bandas como os Suede, Oasis e James.

Foi durante essa fase que Pedro Galhoz começou a escrever algumas músicas em português, que sabia não pertecerem ao Universo dos Plastica. Foi assim que nasceu o projecto Pedro e os Lobos.

Tendo as guitarras como figura central nas suas composições Pedro Galhoz continua apaixonado pela mistura de diferentes culturas, pelas bandas sonoras, pelo deserto e, pelos clássicos da música americana que convivem em harmonia nas suas composições com a lusofonia, na palavra e no sentimento. As suas influências vão do indie folk ao folk rock mais psicadélico, cantado em português.

No lado certo do rio, Almada foi e continua a ser o seu porto de abrigo. Foi na margem sul do Tejo que há 25 anos Pedro Galhoz decidiu fazer da guitarra o prolongamento do seu corpo. O Rock é para ele um registo visceral, mas o blues encantou-o e roubou-lhe a alma.

DR / Pedro e os Lobos

Sobre o concerto de dia 1 de Abril na Incrível Almadense, Pedro Galhoz diz que “será um concerto de reencontro com amigos. Apesar de sermos todos músicos sobejamente conhecidos em Almada, a verdade é que se passou imenso tempo sem tocar em casa, este é o nosso regresso.” A nível de alinhamento é garantido tocarem “California” e também temas do novo álbum.

“A California que descrevo na letra do novo single, é uma metáfora, é um local que idealizei , um local de reencontros, um local onde nos sentimos bem e rodeados por quem gostamos. Poderia ser Almada, Caparica ou qualquer local onde as pessoas se sintam bem.”, explica Pedro.

O álbum Depois da Tempestade “foi um disco editado no inicio de 2020, mesmo antes de se dar a pandemia e o lock down e sem qualquer ligação à mesma em termos artísticos, a única ligação é que saiu quando o mundo nos obrigou a parar e, embora seja um disco com excelentes criticas, foi muito pouco tocado ao vivo.” Depois da Tempestade antecedeu a tempestade que aí vinha.

À pergunta se alguma vez teve apoios municipais durante sua carreira Pedro Galhoz diz que “nunca tive nenhum apoio Municipal, a única coisa que espero é, se considerarem o nosso projecto para eventos do município cá estaremos para dar o nosso melhor como sempre fazemos. A falta de apoio cultural é transversal, não é só um mal de Almada, é um erro estrutural do país. O melhor que se poderia fazer seria meter pessoas da cultura a gerir cultura e valorizar o talento em vez de se construir mais infra-estruturas.”

“Almada continua a ser a nossa base, é la que ensaiamos, gravamos e, é lá que temos grande parte dos nossos amigos, faz parte da nossa história. Hoje em dia não sei bem o que se passa em Almada em termos de novas bandas, mas lembro-me que nos anos 90 havia uma verdadeira movida, uma vontade de dizer algo, mostrar arte e sonhar.”, responde quando lhe perguntamos sobre a sua relação com a cidade.

Os seus planos para o futuro são “regressar aos discos já este ano e aos concertos.”. Aos concertos regressam no Sábado e na calha está um novo álbum ainda no segredo dos deuses, mas com lançamento previsto para Maio deste ano.

“Estamos a finalizar um novo disco, tem vindo a ser trabalhado no meu estúdio caseiro e também no estúdio do nosso baterista Rui Freire, basicamente dividimos a produção, depois o Nelson junta-se a nós para gravar vozes e discutir algumas ideias de produção e composição. As misturas uma vez mais foram feitas pelo João Martins no estúdio Ponto Zurca em Almada, o João é um velho amigo, já tinha misturado o último álbum “Depois da tempestade” e resolvemos voltar a trabalhar com ele.”, explica Pedro Galhoz, sem querer revelar muito.

Com álbum novo caminho, Pedro Galhoz voltou a ter uma banda composta por elementos fixos, que tem sempre espaço para mais alguém entrar, o que não deixa de ser irónico. O que começou por ser uma relação entre músicos na estrada, evoluiu para uma grande amizade e uma enorme vontade de fazer música juntos. Embora Pedro continue a ser o compositor, este será sem dúvida um disco de mudança. “Ao contrário dos trabalhos anteriores que mostram um Universo intimista, este será um disco de banda com canções que abordam temas mais universais, que voltou a ser criado na garagem, que sugere ser escutado em viagem com o volume do rádio bem alto e para ser apreciado ao vivo de cerveja na mão.” , conclui.

Os bilhetes para concerto de Sábado já podem ser adquiridos aqui.

Até lá, os lobos uivam a chamar a alcateia, para que todos juntos possam fazer a California.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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