Almada | Piquenique no Front
Uma peça de teatro que pode ser vista no Auditório Fernando Lopes-Graça, dia 27 de Janeiro às 21h30
Esta peça conta de forma bem humorada, original e absurda, a história do soldado incompetente Zapo que, em combate, recebe num Domingo a inesperada visita dos seus pais, o Senhor e a Senhora Tépan, para um piquenique em pleno campo de batalha. Zapo consegue fazer um prisioneiro, para orgulho dos seus pais. Zapo e Zepo, os inimigos, são iguais, falam igual, agem igual, inclusive ouvem as mesmas histórias dos seus superiores. A única diferença entre eles é a cor de seu uniforme. Esse é o motivo porque se matam. Após uma aparição de dois enfermeiros à procura de mortos, todos eles decidem parar com a guerra e, para tal propõem que cada um dos soldados fale com seus respectivos capitães.
É um espectáculo com grande riqueza nos detalhes e símbolos, onde o inusitado impressiona a todo o momento, de maneira bem-humorada, mostrando como nada é impossível quando buscamos a paz, mesmo no meio de uma guerra.
Piquenique no Front é uma comédia escrita por Fernando Arrabal Téran em 1952. Na linha do teatro do absurdo, embora nenhum autor jamais tenha se declarado “um absurdista”, o inverosímil é tratado como verosímil e com uma estranha naturalidade, expondo o absurdo de situações reais. A seriedade do tema, a guerra, é desmontada através da impossibilidade real da mesma. O que é violento, no absurdo deste espectáculo, torna-se humor.
Fazendo uma crítica à bestialidade da guerra, esta fábula antibélica permanece actual, servindo de metáfora para a actualidade, que já incorporou tantos conflitos na vida quotidiana, que os tornou banais e imperceptíveis ao nosso olhar. Com uma escrita muito precisa e essencial em cada pequena frase, Arrabal fala de maneira particular sobre o olhar de filhos e pais em relação à guerra.
Piquenique no Front faz-nos perceber que mesmo depois de tantas décadas, a banalização da vida e da morte continua a acontecer nas ruas, no mundo, à nossa volta. Isso comprova a genialidade deste autor, não é por acaso que a sua peça é uma obra prima do Teatro do Absurdo, com traduções e encenações em todo o mundo.
Fernando Arrabal Téran, nascido a 11 de Agosto de 1932 em Melilha Espanha, é escritor, dramaturgo, cineasta, poeta e ensaísta. Vive em França desde 1955 e diz-se “desterrado”. Recebeu o prêmio nacional de sobredotado aos 10 anos, iniciou so seus estudos universitários em Madrid e, foi julgado e preso pelo governo franquista em 1967 pelo envolvimento político da sua obra. Após a morte de Franco, entrou na lista dos cinco espanhóis mais perigosos e foi impedido de voltar ao país. Anos mais tarde recebeu reconhecimento em Espanha com uma centena de distinções e prémios nacionais. Dirigiu sete longas-metragens, publicou catorze livros, escreveu sete centenas de livros de poesia, vários ensaios e textos teatrais. O seu teatro completo, editado nos principais idiomas, tem sido publicado em dois volumes de mais de duas mil páginas.
Ficha Artística e Técnica
Teatro & Teatro – ACOME
Encenação: Manuel João
Elenco: André Carvalho, Catarina Medeiros, Marta Caldeira, Rita Miranda, Sara Freitas;
Luz e som: Manuel João e Luís Baptista;
Figurinos: Coletivo Teatro & Teatro e Ana Gracinda;
Objetos de cena: Luís Ginja;
Cenografia: Coletivo Teatro & Teatro;
Caraterização: Rita Miranda;
Assistência à Encenação: Inês Possante, Inês Coelho, Marlene Silva;
Imagem e cartaz: Hélder Silva;
Apoios: Câmara Municipal de Almada, Agrupamento de Escolas João de Barros;
Produção: Associação Cultural O Mundo do Espectáculo.
Duração: 60 minutos
Classificação etária: maiores de 12 anos
Preço: 6,00€ |4,00€ para grupos de quatro ou mais pessoas, jovens e seniores
Contacto da Bilheteira do AFLG
Tel.: 212 724 922 | auditorio@cm-almada.pt
Quarta a Sexta, das 14h30 às 18h00
Sábado das 15h00 às 18h00
1 hora antes do espectáculo