Almada | Prazer, Camaradas! Hoje no Auditório Fernando-Lopes Graça
Filme de José Filipe Costa pode ser visto hoje gratuitamente às 21h
Em 1975, no Portugal pós-revolução de Abril, uma mulher e dois homens — Eduarda Rosa, João Azevedo e Mick Geer — viajam da Europa do Norte para trabalharem nas cooperativas das herdades ocupadas no Ribatejo. Como muitos outros, ajudam nas actividades rurais e pecuárias, dão consultas médicas, aulas de planeamento familiar, mostram filmes de educação sexual e participam nos bailes tradicionais. Vêm fazer a revolução sexual, abalando as velhas certezas de quem viveu tanto tempo em ditadura: como convivem homens e mulheres nas aldeias do Ribatejo? Por que é que as mulheres têm de ir virgens para o casamento? Por que é que só os homens têm direito ao prazer sexual?
Tendo estreado mundialmente no festival de Locarno, e com ante-estreia nacional, no Doclisboa, em Prazer, Camaradas! — um filme entre a ficção e o documentário — são abordados, de uma forma bem humorada, criticados e satirizados alguns comportamentos e valores do passado e impõe-se a igualdade entre homens e mulheres. Comportamentos estes que exercem um grande impacto na vida quotidiana como, por exemplo, a divisão das tarefas domésticas ou a violência exercida pelos homens sobre as mulheres. Em contraste, Prazer, Camaradas! mostra uma outra perspectiva da vivência da sexualidade, menos conservadora e mais centrada no papel — até aí bastante submisso — das mulheres.
O argumento surgiu de um conjunto de relatos orais, textos literários e diários da época de estrangeiros e portugueses ex-exilados que, além de ajudarem nos trabalhos agrícolas, observavam e registavam o que viam e viviam com os portugueses.
Fazendo um paralelismo sobre estes tempos e a actualidade, a desigualdade salarial entre homens e mulheres e os números de mulheres mortas e maltratadas pelos maridos em Portugal são altíssimos. Esperava-se que o movimento revolucionário desses tempos, que o filme dramatiza, tivesse sido mais rápido a transformar as leis não escritas do corpo e dos comportamentos. Afinal, passado e presente estão de tal modo misturados que é urgente perguntar: o que efectivamente mudou de lá para cá? Que liberdade foi esta que “passou por aqui”?
Entrada gratuita mediante o levantamento de bilhete, na bilheteira do Auditório e Online.
Género: Documentário, Drama
Duração 105 minutos
Origem Portugal
Idade: M/12
Contacto da Bilheteira do AFLG
Tel.: 212 724 922 | auditorio@cm-almada.pt
Quarta a Sexta, das 14h30 às 18h00
Sábado das 15h00 às 18h00
1 hora antes do espetáculo.