Almada que floriu começa hoje

No concelho de Almada, o dia da Liberdade celebra-se de 14 de Abril a 6 de Maio

Debates, exposições, cinema, música, teatro, oficinas e actividades para escolas e famílias. De 14 de Abril a 6 de Maio, há de tudo um pouco no programa municipal dedicado às comemorações do 25 de Abril de 1974. As iniciativas levam a pensar, debater e celebrar o 25 de Abril, esse “dia inicial inteiro e limpo” como escreveu Sophia de Mello Breyner, a Liberdade, as suas conquistas e o que ainda está por realizar.

A celebração da Revolução dos Cravos incia-se no dia 14 de Abril com o concerto “Zeca em Nós”, às 21h no Solar do Zagallos, na Sobreda. Suzana Silva Batoca nas flautas, Ana Sofia Cascalho no cravo, Ana Tomás na voz, e António Neves Machado nas vozes, percussões e guitarra baixo, interpretam o imortal Zeca Afonso numa versão erudita.

No dia 15 às 15h, também no Solar dos Zagallos, haverá um debate intitulado “À Conversa sobre as Grandes Causas da Liberdade”, no qual participam Inês de Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada; Leonor Caldeira, advogada e activista social; Guadalupe Amaro, médica veterinária e activista social e; Inês Bernardo, estudante universitária e representante da Assembleia Municipal Jovem de Almada 2022. Pedido de informações, marcação e reservas devem ser feitas pelo o telefone 212947000 ou solar@cm-almada.pt .

De 17 a 21 de Abril, o teatromosca percorre as escolas Básicas do Concelho de Almada com o espectáculo “Romance do 25 de Abril”, uma produção para o público infanto-juvenil, adaptado do livro homónimo de João Pedro Mésseder e Alex Gozblau.  A companhia debruça-se sobre um dos momentos mais marcantes da História recente do nosso país, ao mesmo tempo que procura promover e incentivar a práctica da leitura junto dos mais jovens. O dispositivo cenográfico do espectáculo é minimalista e despojado, suportado apenas nos corpos das actrizes em palco, na leitura do texto e, na captação de imagens ao vivo e a sua transmissão em directo, tanto em sala, como em live streaming. O que conta é mesmo a história.

A 19 de Abril das 15h às 17h, na Escola Secundária Cacilhas Tejo, haverá debate com o tema “25 de Abril Vivências no Feminino”, com Fátima Moura Ferreira, professora catedrárica da Universidade do Minho; Mónica Bettencourt, directora do Instituto Gulbenkian da Ciência e; Lara Martins, artista multidisciplinar.

No dia 21 de Abril às 21h30, o Salão das Carochas acolhe o espectáculo “Natalia Correia, a poesia é para comer”, com António Boieiro declamador e performer na voz e João Lima na guitarra portuguesa, que propõem encontrar-se com Natália Correia numa celebração pela vida, garra e energia que nos doou. O vigor e a poderosa presença que a poetisa nos convoca, irá conduzir numa séria reflexão, revivendo a sua obra de uma forma especial, observando a sua poética com as nuances específicas da época, beijando a poesia, pura e frontal. Entrada gratuita, limitada à lotação máxima do espaço.

O grande destaque da programação vai para o concerto de Paulo de Carvalho, emblemático cantor que ficou associado à Revolução de 1974 com o tema “E Depois do Adeus”, com letra de José Niza e música de José Calvário. A canção vencedora do Festival da Canção de 1974 e utilizada como a senha da revolução na rádio, será um dos destaques do alinhamento.

Paulo de Carvalho, com 75 anos e uma carreira de 60, convida para o palco Carolina Deslandes, Tatanka, Anabela e Irma, para encher de música a Praça da Liberdade, em Almada, às 22h do dia 24 de Abril. De seguida, o dia 25 é recebido com um espectáculo de fogo de artifício e, a partir das 00h30, a música continua com Nenny, jovem autora e cantora de origem cabo-verdiana, que já deixou uma marca no rap português e internacional. É reconhecida como uma das jovens mais promissoras da Europa, na lista da Forbes “30 Under 30 Europe”.

No dia 25, pelas 21h e num concerto para toda a família, o violinista Bruno Monteiro e o pianista João Paulo Santos interpretam um programa composto por obras clássicas, no Auditório Fernando Lopes-Graça. A primeira parte do recital é dedicada a Beethoven e à Sonata n°9 Kreutzer, considerada a grande obra para violino e piano do mestre alemão. Na segunda parte tocam obras virtuosas que vão desde Smetana, passando por Hubay, Chopin e Saint-Saens. A entrada é gratuita com levantamento de bilhete obrigatório no dia do espectáculo.

A 26 e 27 de Abril há cinema às 14h15 no Salão das Carochas, com o filme “Capitães de Abril” e o documentário “A Hora da Liberdade”, respectivamente.

Dia 29 de Abril a Cicloficina de Almada promove um “Passeio de Bicicleta pela Liberdade”, com um nível de dificuldade baixo/médio. É um passeio de bicicleta aberto a todos os que gostam de bicicletas, de liberdade, de uma vida mais saudável e de um pouco de História. O passeio guiado percorrerá as principais ruas por onde passaram as históricas manifestações de dia 27 de Abril e 1 de Maio de 1974 em Almada, e também por vários monumentos da cidade alusivos à data. O percurso circular incluirá ainda um ponto de paragem onde será feita uma apresentação sobre o tema e serão projectadas imagens de arquivo da RTP sobre a data. O passeio contará ainda com o acompanhamento técnico da Cicloficina de Almada. Percurso com cerca de 10km, feito a ritmo acessível para todas as idades. Partida pelas 9h30 no Museu da Cidade para afinação de bicicletas ou pelas 10h00 no Jardim da Cova da Piedade, junto ao Coreto. Chegada pelas 13h00 no Museu da Cidade. O evento requer inscrição prévia para diacs@cm-almada.pt ou através do telefone 212722510.

A 3 de Maio às 14h15, é exibido o filme “Salgueiro Maia o Implicado”, no Auditório Fernando Lopes-Graça. Considerado o herói e o símbolo mais puro do 25 de Abril de 1974, Fernando Salgueiro Maia, anti-herói não ocasional, produto da sua formação académica e militar, foi um homem que, apesar da morte prematura aos 47 anos, viveu uma vida cheia, alegre e fértil, solidária e sofrida. “Salgueiro Maia – O Implicado” retrata as histórias que ainda não foram contadas sobre o Capitão de Abril. As pequenas revelações que permitem perceber melhor de onde vinha a moderação, a valentia, a educação e a firmeza com que sempre se apresentou publicamente, e que foram a chave para que a Revolução dos Cravos tenha sido como foi.

A programação completa pode ser consultada aqui.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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