Almada vai ter nova unidade local de saúde
Lisboa e Vale do Tejo vai dispor de quatro novas Unidades Locais de Saúde (ULS) e o Norte terá mais três, passando a haver 20 no país, que assegurarão respostas em saúde a mais de 25% da população. As quatro Unidades Locais de Saúde em Lisboa e Vale do Tejo serão Arrábida, Almada-Seixal, Lezíria e, Arco Ribeirinho e vão cobrir toda a Península de Setúbal e a Lezíria.
O anúncio foi feito ontem, 21 de Fevereiro, à agência Lusa pela médica Fátima Fonseca, responsável na Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) pelos cuidados de saúde primários, explicando que se trata de um modelo de gestão que agrega cuidados de saúde primários, cuidados hospitalares e cuidados continuados.
Dez anos depois da criação da última ULS, a DE-SNS diz liderar “uma pequena revolução neste processo” com a “missão de recuperar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, avançando com a criação de quatro Unidades Locais de Saúde em Lisboa e Vale do Tejo, em Arrábida, Almada-Seixal, Lezíria, Arco Ribeirinho, que vão cobrir toda a Península de Setúbal e a Lezíria.
No Norte, serão criadas as ULS de Póvoa de Varzim/Vila do Conde, do Médio Ave e de Braga, adianta a DE-SNS, recordando que estão ainda em fase adiantada de elaboração os planos de negócios de cinco Unidades Locais de Saúde: Guimarães, Região de Aveiro, Entre o Douro e Vouga, Região de Leiria, e o processo mais recente, a Unidade Local de Saúde do Alentejo Central.
Estas Unidades Locais de Saúde não devem ser confundidas com os centros de saúde (nem com as USF, Unidades de Saúde Familiar). As ULS “prestam cuidados a uma população superior a 930 mil habitantes” e oferecem cuidados primários, hospitalares e continuados, incluindo a cidadãos estrangeiros não residentes, mesmo os que não são abrangidos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). E também desenvolvem actividades de investigação, formação e ensino.
Fátima Fonseca adiantou que o objectivo é alargar este modelo de gestão a mais áreas do país, colocar as unidades de saúde a funcionar em rede e os profissionais a pensar de forma global, e a preocuparem-se em conjunto com a população.
“Este é o grande avanço, porque não podemos pensar numa população só para cuidados primários ou só para os cuidados hospitalares ou continuados”, defendeu.
De acordo com a responsável, a aposta neste modelo requalificado de ULS, que tem sido promovido pela DE-SNS, “resulta da convicção de que é possível organizar os serviços de uma forma diferente, integrada e centralizada no utente e no seu percurso”.
O objectivo, explicou, é conseguir que “as populações beneficiem de cuidados cada vez mais próximos, diferenciados e diferenciadores, melhorando a participação dos cidadãos, das comunidades, dos profissionais e das autarquias na definição, acompanhamento e avaliação das politicas de saúde, maximizando o acesso e a eficiência do SNS”.
Fátima Fonseca apontou ainda “os potenciais ganhos de eficiência” deste modelo, pela forma de concepção e operacionalização de processos assistenciais integrados, permitindo “evitar redundâncias e áreas de intervenção de cada uma das partes em que não há uma clara mais-valia, mas, muitas vezes, duplicações de actos clínicos”.
Relativamente à abertura das ULS em Lisboa e Vale do Tejo, considerou que “há aqui uma grande oportunidade”, pela corresponsabilização e pela avaliação da globalidade dos cuidados e da população, nomeadamente no que se refere aos utentes sem médico de família ou sem equipa de saúde familiar.
“Esta gestão integrada poderá ser também uma oportunidade de reorganizarmos as nossas respostas e propormos respostas diferentes que vão a encontro das necessidades desta população até que seja possível, e idealmente, todos os nossos utentes terem acesso a uma equipa de saúde familiar”, declarou.
Questionada se abertura das ULS poderá aliviar a pressão sobre as urgências, a médica afirmou que “o problema da sobrecarga e da recorrência desadequada ao serviço de urgência não é só um problema do hospital nem dos cuidados de saúde primários”.
“Acima de tudo é um problema do utente que necessita de ver resolvido o seu problema de saúde, que para ele é agudo e é urgente e, às vezes, temos que repensar a forma como olhamos para a situação e reorganizar-nos a nível de recursos e de estratégias”, salientou.
Nesse sentido, defendeu, este modelo tem “uma potencialidade grande”, além de reforçar o papel dos municípios: “Penso que entre todos conseguiremos reorganizar os nossos serviços e dar a resposta que as nossas pessoas precisam”.
Não foram adiantadas datas nem localizaçõe para as novas Unidades Locais de Saúde (ULS).
Atualmente, as ULS prestam cuidados a mais de um milhão de habitantes (cerca de 10% da população).
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