Caparica | Lifeshaker vence prémio nacional “Europa para ti AEJ 2022”

A Associação Lifeshaker agita a vida dos jovens almadenses desde que foi criada. Com este prémio vê mais uma vez o seu papel social inovador premiado

O “Jobs Airport“, da Associação Lifeshaker, que tem sede e trabalho desenvolvido no Monte da Caparica, foi o vencedor nacional do prémio “Europa para Ti AEJ 2022” no valor de 2.400,00€. Ao prémio, organizado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e, atribuído pelo Comité Director do Ano Europeu da Juventude, concorreram 27 projectos, de associações de jovens de todo o país.

Os Prémios “Europa para Ti AEJ 2022” premeiam, a nível nacional e regional, as associações de jovens que se destacam pelas actividades desenvolvidas em 2022, no âmbito do “Ano Europeu da Juventude” e cujos objectivos enquadravam: promover o reconhecimento da importância da transição verde e digital e de outras políticas da União Europeia relevantes em prol da juventude; promover o apoio aos jovens na aquisição de conhecimento e competências; promover as oportunidades disponíveis para os jovens; assegurar a transversalidade das políticas de juventude; promover o reconhecimento da importância da actividade das associações de jovens, junto dos jovens; distinguir a qualidade da intervenção associativa jovem, premiando projectos inovadores e com impacto relevante e duradouro nos jovens e; estimular a participação cativa dos jovens na vida democrática, nomeadamente mediante o apoio à participação de jovens de diferentes origens. 

A Lifeshaker Associação trabalha diariamente, desde 2019, com o propósito de criar oportunidades para crianças e jovens, com a missão de facilitar o acesso a uma educação inclusiva e equitativa, quebrando ciclos de pobreza e exclusão desde a infância até à idade adulta. Direccionada para jovens com ideias inovadoras e sem recursos para as pôr em prática, a Lifeshaker apresenta diversos programas de apoio juvenis, nacionais e europeus, que oferecem oportunidades para os primeiros passos de uma iniciativa de empreendedorismo.

Foi numa Sexta-Feira 13 de 2019 que a Lifeshaker foi criada “por um grupo de jovens criadores que acreditavam que a sua comunidade, pobre e deprimida, podia transformar-se num espaço aberto ao talento e à criatividade. Sonho, após sonho, laços de solidariedade foram-se multiplicando, transformando-se numa realidade acessível para todos. Depois, uma nova geração emerge na Lifeshaker. Crianças, que se tornaram adultas, acreditam que as suas ideias podem solucionar problemas globais”, pode ouvir-se na abertura multimédia do site da Lifeshaker.

A Lifeshaker, acredita que a mobilização do talento, energia e criatividade dos mais jovens para a gestão e resolução dos seus próprios problemas é a solução mais eficaz e eficiente para se alcançar a ruptura dos ciclos de pobreza que se perpetuam na nossa cidade, no nosso país e que neste sentido muitos destes jovens do concelho de Almada podem impactar a sociedade.

©Lifeshaker / O Jobs Airport ajuda a transformar as ideias dos jovens em projectos e negócios sociais

Como funciona o Jobs Airport

O Jobs Airport é uma incubadora juvenil de inovação social lançada pela Associação Lifeshaker, com parceria da Câmara Municipal de Almada (CMA), que tem como objectivo desenvolver respostas inovadoras a problemas sociais, distintas das respostas tradicionais pelo seu potencial de impacto e sustentabilidade. A Lifeshaker, através do projecto Jobs Airport procurou dar a melhor resposta para os desafios individuais apresentados pelos jovens do concelho de Almada, ajudando a transformar as suas ideias em projectos e negócios sociais.

A ideia para o desenvolvimento do “Jobs Airport” surgiu em 2019, a partir de um desafio lançado pela Divisão de Intervenção Social da Câmara Municipal de Almada à associação juvenil Lifeshaker, sediada no município, para criar um projecto candidato ao Portugal Inovação Social destinado à comunidade cigana.

O “Jobs Airport”, promove o trabalho digno e o crescimento económico, nomeadamente no apoio à criação de emprego decente, através do empreendedorismo social, da criatividade e da inovação, actuando em contexto comunitário e escolar.

O apoio prestado à comunidade juvenil tem sido desenvolvido no sentido de projectar a experiência de cada participante num modelo sequencial que recria o ambiente de um aeroporto, organizado em várias etapas. Desde o check-in, onde são identificados os participantes, serviços disponíveis e necessidades de capacitação, o processo passa ainda pela monitorização de impactos no participante, pela capacitação para o empreendedorismo social e pelo reconhecimento e validação da aprendizagem não formal e formal, até às departures, área na qual é prestado apoio à prototipagem de iniciativas de empreendedorismo social. Na zona de chegadas, está a incubação e aceleração de negócios, que terminam depois na hall of fame, com a disseminação de casos de sucesso.

Ao longo do trajecto estão ainda disponíveis apoios de acompanhamento psicossocial, aconselhamento e orientação profissional, actividades de team building e networking de participantes, e acesso a um ecossistema de oportunidades externas.

No ano 2020/2021, o projecto contava já com 341 jovens capacitados para o empreendedorismo social, 21 jovens empregados e um impacto económico gerado pelo projecto de cerca de 113 mil euros, dos quais aproximadamente 64.172€ são remunerações de emprego dos jovens. Até Outubro de 2022, este “aeroporto” contou com 457 participantes e apoiou o desenvolvimento de cinco ideias, cinco protótipos e 12 pilotos de negócios sociais.

“Mais que um ombro”, que pretende capacitar jovens enquanto dinamizadores de primeiros socorros em saúde mental, “Corta o preconceito”, que visa dar visibilidade a histórias de jovens vítimas de discriminação, racismo e preconceito, “Nuvem rabina”, que lançou uma plataforma de e-commerce adaptável a qualquer tipo de empresa, “Um café com asas” e “Coobi”, estes dois no âmbito do programa Bairros Saudáveis, são alguns dos exemplos resultado da implementação da “Jobs Airport”, que possibilita, assim, criar um ecossistema de suporte ao empreendedorismo social juvenil a nível concelhio.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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