Caparica | Presidente da República desmaia devido quebra de tensão repentina em visita à FCT

O Presidente da República desmaiou após sentir uma indisposição, na Quarta-Feira passada, durante uma visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), no campus do Monte da Caparica, cerca das 15h45.

O presidente foi retirado para uma sala do laboratório do pólo da FCT NOVA. Marcelo aguardou no local pelos Bombeiros da Trafaria, que o transportaram até ao hospital. Depois de recuperar os sentidos, o Presidente fez toda a viagem de ambulância ao telemóvel. Chegou ao Hospital de Santa Cruz às 16h06, numa ambulância dos bombeiros, que seguia à frente de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e de um carro com elementos do corpo de segurança pessoal do Presidente da República. O Presidente foi transportado “por precaução” e protocolo para o Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, no concelho de Oeiras, onde realizou exames protocolares.

De acordo com a agenda oficial do chefe de Estado, este evento não estava programado, mas a Universidade Nova de Lisboa confirmou aos jornalistas que Marcelo Rebelo de Sousa estava no local para a inauguração do Laboratório de Nanocaracterização e Materiais Avançados da Faculdade de Ciências e Tecnologia, juntamente com a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e com a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato

Durante o tempo em que esteve no hospital, foram várias as declarações, incluindo do primeiro-ministro, que revelou ter falado com o Presidente momentos depois, referindo o seu “bom humor”. À saída do hospital, o Presidente confirmou esse estado de espírito e revelou que quando falou com Costa, gracejou: “Dou-lhe uma tristeza, ainda não é desta que morro. Temos sempre essa brincadeira de saber quem faz o elogio fúnebre do outro”. Além disso diz ter recebido também um telefonema “de um dos chamados candidato a candidato a Belém e disse-lhe ‘calma ainda não é ocasião de começar a campanha eleitoral”. Marcelo jura que não se lembra quem foi.

Marcelo Rebelo de Sousa, fez ainda um relato detalhado do sucedido aos jornalistas, “Eu não costumo almoçar. Tomei aquilo que tomo normalmente e fui a conduzir bem (…) Antes da parte dos discursos da cerimónia tinham-me proposto um brinde com moscatel e eu disse não, porque ia falar. Com isto, acabei por beber o moscatel quente, [num momento] mais tarde. E eu acho que deve ter interagido, provavelmente, com a digestão. Comecei a sentir logo a seguir os mesmos sintomas que tinha tido em [junho de 2018] em Braga, que é uma quebra de tensão repentina”, contou. “Foi uma quebra de tensão repentina, o chamado fenómeno vagal, senti tudo a ser distanciado”. A SIC transmitiu 12 (doze!) minutos, das suas declarações aos jornalistas com todos os pormenores de saúde.

O Presidente preferiu sair ainda na Quarta-Feira do hospital e explicou porquê: “Não quis ficar porque as análises e contraprova foram claramente positivas, se tivesse havido uma dúvida ficaria.” Diz também que fez exames para despistar possibilidade de enfarte, tendo ficado com um holter (dispositivo portátil que monitora continuamente a actividade eléctrica cardíaca) e em contacto com o hospital.

Deixou ainda um elogio ao SNS, “correu muito bem”, embora também tivesse dito que “calhou num mau dia porque houve greve de médicos e estavam os serviços mínimos que foram excepcionais. Mostra que o SNS e os médicos, mesmo em greve, cumprem os serviços mínimos”.

O chefe do serviço de cardiologia, Miguel Mendes, também veio entretanto dizer que o Presidente estava “muito bem, normal, na plena posse das suas capacidades”. “Aparentemente o que se passou foi uma situação benigna fruto do calor“, disse o médico à porta do hospital e, revelou ainda que Marcelo apresentou “testes com resultados normalíssimos”. “Está igual a si próprio”, concluiu.

O chefe da Casa Civil, Fernando Frutuoso de Melo, veio logo de seguida acrescentar que, no hospital, Marcelo já tinha gravado “mensagens para os três eventos que tinha ao fim da tarde” de ontem e, aos quais já não pode ir. Acrescentou também que o desmaio do Presidente foi “rápido” e que recuperou a consciência, tendo-lhe telefonado a partir da ambulância

A situação clínica do Presidente da República foi reavaliada esta Quinta-Feira positivamente. No entanto, durante todo o dia de hoje, Marcelo Rebelo de Sousa cancelou a sua agenda e, esteve a trabalhar no seu gabinete, em Belém. Até Domingo a sua agenda de eventos fora de Lisboa foi também cancelada.

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