Ciclo de Cinema dos Capuchos homenageia José Saramago
O Universo de José Saramago adaptado ao grande ecrã
Em Setembro, durante quatro Sábados, o Convento dos Capuchos, na Caparica, apresenta um ciclo de cinema dedicado ao autor e Prémio Nobel da Literatura José Saramago. Nele exibem-se quatro filmes inspirados na sua vida e obras. As sessões são gratuitas, às 21h30, com levantamento prévio do bilhete, 1h30 antes do início da sessão.
O ciclo começa dia 3 de Setembro com “Embargo”, um filme de António Ferreira estreado em 2010, ano da morte de José Saramago. Esta comédia dramática conta a história de Nuno, um homem que trabalha numa roulotte de bifanas, mas que inventou uma máquina que promete revolucionar a indústria do calçado – um digitalizador de pés. No meio de um embargo petrolífero e deparando-se com uma estranha dificuldade, Nuno tenta obstinadamente vender a máquina, obcecado por um sucesso que o fará descurar algumas das coisas essenciais da sua vida. Quando Nuno fica estranhamente enclausurado no seu próprio carro e perde uma oportunidade única de finalmente produzir o seu invento, vê subitamente a sua vida embargada. Embargo adapta o conto homónimo, incluído em Objecto Quase (1978), escrito por Saramago. Protagonizado por Filipe Costa, Cláudia Carvalho, Pedro Diogo, Fernando Taborda, José Raposo, este filme foi rodado em Portugal no Verão de 2009, numa co-produção entre Portugal, Espanha e Brasil.
Dia 10 de Setembro é projectado o premiado documentário “José e Pilar”, do realizador Miguel Gonçalves Mendes, estreado em 2010. O documentário tem como ponto de partida “A Viagem do Elefante”, o livro em que Saramago narra as aventuras e desventuras de um paquiderme transportado desde a corte de D. João III à do austríaco Arquiduque Maximiliano. Retrata a relação entre José Saramago e Pilar del Río e mostra o dia-a-dia do casal em Lanzarote e Lisboa, na sua casa e em viagens de trabalho por todo o mundo. José e Pilar é um retrato surpreendente de um autor durante o seu processo de criação e, da relação de um casal empenhado em mudar o mundo, ou, pelo menos, em torná-lo melhor. José e Pilar revela um Saramago desconhecido, desfaz ideias feitas e prova que génio e simplicidade são compatíveis. É um olhar sobre a vida de um dos grandes criadores do século XX e a demonstração de que, como dizia Saramago, “tudo pode ser contado d’outra maneira”. Àngels Barceló, Fernando Meirelles, Gabriel Garcia Márquez, João Afonso são alguns protagonistas reais deste documentário.
No Sábado dia 17, o Convento dos Capuchos apresenta “O Homem Duplicado”, filme do realizador canadiano Denis Villeneuve que estreou em 2013. Esta longa metragem é um drama que conta a história de um professor universitário que, apesar de acomodado à monotonia, não se sente feliz com o rumo que a sua vida levou. Um dia, ao ver um filme, percebe, para seu horror, que o actor principal é a sua cópia exacta. Ainda em choque com o que acabou de descobrir, não consegue tirar da cabeça a imagem do outro. É então que decide saber tudo sobre aquela pessoa, inclusivamente a morada e número de telefone. Quando se conhecem e se apercebem da inexistência de quaisquer laços de sangue que pudessem justificar as semelhanças, questionam a sua existência e a sua própria identidade como seres únicos e insubstituíveis. Mas esta descoberta – e tudo o que daí advém – não deixará marcas apenas neles, mas também em todos os que com eles se relacionam. Este thriller psicológico que adapta uma das mais célebres obras de José Saramago tem no elenco, os actores Jake Gyllenhaal, Mélanie Laurent, Isabella Rossellini, Sarah Gadon e Stephen R. Hart.
A encerrar o ciclo dedicado a Saramago, no dia 24 de Setembro, é exibido “Jangada de Pedra”, do realizador George Sluizer. Este é um filme de 2008 que tem como guião o livro do mesmo título Na sequência de um tremor de terra, que nenhum sismógrafo registou, abre-se uma fenda enorme ao longo da fronteira entre Espanha e França. Aos poucos, a Península Ibérica separa-se do continente europeu e parte à deriva no Atlântico, como uma gigantesca jangada de pedra. Portugueses e espanhóis vêem o seu quotidiano abalado por essa nova realidade. Joana traça no solo uma linha que não se apaga; Joaquim lança à água uma pedra enorme, desafiando a gravidade; José é acompanhado para todo o lado por um bando de estorninhos; num canto perdido de Espanha, Pedro é o único que sente a terra a tremer e da mão de Maria escapa-se um novelo que não mais termina…Todos estes acontecimentos, à volta da Jangada de Pedra, parecem ter apenas uma finalidade: fazer com que estas pessoas se encontrem, desvendando pelo caminho inesperados enigmas. Do elenco fazem parte Ana Padrão, Diogo Infante e Frederico Luppi.
