Cova da Piedade | Aumentam pedidos de ajuda à Caritas
Os pedidos de ajuda à Cáritas da Cova da Piedade não páram de aumentar. Os vencimentos das famílias não chegam para pagar a habitação e alimentação
A Cáritas Paroquial da Cova da Piedade, registou no último ano um aumento dos pedido de ajuda, incluindo pessoas que têm emprego e se encontram “numa situação muito difícil”.
“É graças às arcas da Igreja e aos nossos voluntários que todas as semanas trazem alguma coisa, que conseguimos colmatar a falta de bens alimentares que sentimos”, diz Salomé Branco, responsável da instituição, em declarações à Agência ECCLESIA.
Uma vez por semana, o Centro Paroquial vai buscar alimentos ao Banco Alimentar de Setúbal, repartindo o que está disponível com a Cáritas. “De há duas semanas para cá tem sido uma miséria”, lamenta a entrevistada, que coordena este serviço de apoio.
A responsável sublinha que a redução de preços, que já se faz sentir noutros bens, como os combustíveis, não tem equivalência nos bens alimentares. “Temos tido dias que não recebemos uma peça de fruta, tudo o que damos temos de comprar”, explica.
O apoio da Cáritas actua como complemento ao trabalho desenvolvido pela estrutura social da paróquia. Todas as semanas, a instituição católica de solidariedade prepara cabazes de apoio alimentar para as famílias que não se podem deslocar, ou que têm horários de trabalho incompatíveis com o horário da paróquia.
“Nós ajudamos muitas famílias que trabalham e que estão numa situação muito difícil, os vencimentos não chegam para a habitação e alimentação”, reconhece Salomé Branco, que regista um aumento, em 50%, dos pedidos de auxílio.
A Cáritas Paroquial desenvolveu um grupo de voluntários que se desloca ao domicílio e entrega o apoio alimentar. “Temos uma voluntária que, à Terça-Feira, distribui sopa a algumas pessoas e ao longo da semana, auxiliamos na entrega de medicamentos e idas à farmácia”, explica a entrevistada.
A escassez atinge em particular os produtos hortícolas, que têm vindo a desaparecer dos canais de ajuda alimentar. Quanto às medidas de apoio apresentadas pelo Governo, a responsável da Cáritas sublinha que “tudo o que venha baixar o custo para o consumidor é bem-vindo”.
A Cáritas também gere a loja social da paróquia, com a entrega de roupas, mobílias e outros bens que vão sendo solicitados.
“O que sentimos hoje é que muitos agricultores já não têm as campanhas que tiveram, ou seja, semearam menos porque os fitossanitários e fertilizantes aumentaram, aumentando os custos de produção. Há muito menos fruta doada aos bancos alimentares e a fruta que há tem menor calibre. O que verificamos é que os produtos frescos reduziram muito”, indica Isabel Jonet presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Isabel Jonet alerta para as consequências da menor produção, com impacto na quantidade disponível acessível para o mercado, uma vez que a agricultura está na base da alimentação.
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