Cristo Rei comemora 65º aniversário
Programa religioso que celebra a efeméride decorre até 19 de Maio
O Santuário do Cristo Rei celebra a 17 de Maio o seu 65º aniversário. Localizado na freguesia do Pragal, é um santuário e monumento religioso dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Com 110 metros de altura, a estátua ergue-se sobre quatro pilares, símbolos dos pontos cardeais.
Na construção foram utilizadas cerca de 40 mil toneladas de betão armado. A imagem foi esculpida na própria estrutura, a mais de 100 metros de altura, utilizando moldes de gesso a partir da maqueta do escultor madeirense Francisco Franco. Depois de construído, foi esculpido à mão num trabalho de minúcia, desenvolvido a mais de cem metros do chão.
Foi inaugurado a 17 de Maio de 1959, Dia de Pentecostes, na presença de todo o episcopado português e cerca de 300 mil pessoas.
“O Santuário de Cristo Rei não é apenas um lugar de adoração, mas também um símbolo da rica história e cultura portuguesa, estendendo os seus braços abertos sobre o país e o mundo”, destaca uma nota do santuário enviada às redacções.
Veja o programa completo das celebrações na imagem abaixo.
Anualmente, cerca de 800.000 pessoas visitam este santuário, sendo um dos locais de turismo religioso mais visitados no país. Um triângulo de turismo religioso “Almada, Fátima, Santiago de Compostela” é feito por muitos turistas de todo o Mundo.
Um pouco de História
O Santuário Nacional de Cristo Rei situa-se a uma altitude de 133 metros acima do nível do Tejo, sendo constituído por um pórtico projectado pelo arquitecto António Lino, com 75 metros de altura, encimado pela estátua do Santíssimo Redentor de braços abertos voltado para a cidade de Lisboa, com 28 metros de altura, obra do escultor português Francisco Franco de Sousa. O pedestal, incluindo o pórtico, eleva-se a 82 metros de altura.
A estátua de Cristo Redentor no Rio de Janeiro, inspirou em 1934 o então Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Gonçalves Cerejeira, a construir um monumento similar em Lisboa. No ano de 1936, transmitiu esta ideia ao Movimento do Apostolado da Oração, com uma recepção entusiástica. Seguiu-se a sensibilização de todos os bispos do país, tendo sido obtida a proclamação oficial do desígnio em 1937.
O monumento ao Cristo Rei foi também edificado em cumprimento de um voto formulado pelo episcopado português reunido em Fátima a 20 de Abril de 1940, pedindo a Deus que livrasse Portugal de participar na Segunda Guerra Mundial.
No financiamento do santuário houve participação de todas as crianças portuguesas na campanha de angariação de fundos chamada “Pedras Pequeninas”, que se estendeu de 1939 a 1958. O princípio que norteou esta campanha foi sobretudo o valor do sacrifício das crianças e a eficácia da sua oração. Ao longo do ano as crianças iam renunciando a algo, colocando essa renúncia num mealheiro que depois era depositado no Presépio das suas Paróquias no dia dos Santos Inocentes, a 28 de Dezembro. Esta campanha rendeu cerca de 7.500,00 €.
A primeira pedra da construção do monumento foi lançada a 18 de Dezembro de 1949, após o fim da guerra. Foi inaugurado na presença dos cardeais do Rio de Janeiro e de Lourenço Marques. Nessa ocasião, esteve também presente a imagem original de Nossa Senhora de Fátima e foi feita a consagração de Portugal aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. O Papa João XXIII enviou uma mensagem de rádio, que foi ransmitida. O Cardeal Cerejeira afirmou “que o monumento seria sempre um sinal de gratidão pelo dom da paz.”
A 25 de Abril de 1974, as tropas da Escola Práctica de Artilharia de Vendas Novas, montaram presença com o objectivo de condicionar qualquer actividade das forças da Marinha fiéis ao regime, contra os revoltosos no Terreiro do Paço.
Na celebração do 25º aniversário, em 1984, foi aprovado um plano de ordenamento dos terrenos circundantes, do qual resultou a construção do edifício de acolhimento do Santuário hoje existente. Nesse edifício, funcionaa reitoria e os serviços administrativos, havendo também uma capela e diversas salas para exposições e reuniões.
Em 1999, a Diocese de Setúbal passou a tutelar o Santuário. Entre Maio de 2001 e 1 de Fevereiro de 2002, foi submetido a obras de restauro. O santuário tem sido ampliado ao longo dos anos, tendo hoje camaratas e refeitórios à disposição dos peregrinos.
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