Empresário almadense condenado em Aveiro
Empresário foi condenado a 6 anos de prisão por 29 crimes de burla qualificada
Dois homens envolvidos em burlas relacionadas com um pretenso negócio de ouro, que mais não era do que um esquema habitualmente designado como pirâmide financeira, foram condenados a penas de prisão pelo Tribunal de Aveiro. Um deles terá de cumprir tempo de cadeia.
Um consultor financeiroda zona de Almada, de 50 anos, mentor do esquema, ligado actualmente ao sector dos metais ferrosos e não ferrosos, foi condenado a seis anos de prisão, em cúmulo jurídico, por 29 dos 37 crimes de burla qualificada de que estava acusado .
Já o informático de 29 anos, ex-aluno da Univerisidade de Aveiro (UA), que foi cúmplice e angariador de quantias junto de amigos e familiares, foi condenado a quatro anos e meio de cadeia, também por 29 crimes, vendo a pena suspensa por igual período, com a obrigação de pagar 4.500 euros à Florinhas do Vouga (IPSS de Aveiro).
Os dois arguidos burlaram cerca de 40 pessoas, apropriando-se de quase 20 mil euros. Os factos ocorreram entre finais de 2013 e agosto de 2014. Angariavam clientes, convencendo-os a fazer um investimento numa empresa, em montantes geralmente compreendidos entre os 300 euros e os 1.000 euros.
Os arguidos foram, assim, absolvidos de oito crimes de burla, por o colectivo de juízes ter entendido que, nestes casos, os factos provados “não permitem aferir responsabilidade criminal“, quer por os visados saberem e conhecerem “o modo de funcionamento do “esquema ardiloso montado“, quer por terem declinado a proposta.
O juiz presidente do colectivo que julgou o processo disse que ficou demonstrado de “forma abrangente que os factos” imputados “foram todos demonstrados”.
Como atenuantes das penas, foi levado em conta a ausência de antecedentes de ambos e, a idade do informático à data dos crimes.
O dinheiro angariado pelo informático seria para impulsionar negócios de uma empresa que iria explorar ouro no Brasil. Mas os investidores nunca chegaram a ter qualquer retorno, perdendo tudo.
No julgamento, o informático assumiu existirem na acusação “factos que são verdade, mas dizerem que foi para prejudicar alguém é falso”. Colegas universitários em Aveiro e familiares surgem entre as pessoas lesadas por si. O arguido alegou desconhecer que o pretenso negócio em ouro era esquema em pirâmide.
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