Pragal | Inundações por rebentamento de conduta de água

O rebentamento aconteceu na Sexta-Feira 28 de Abril pelas, 15h10, tendo causado inundações de água e lama em alguns estabelecimentos

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Ontem, dia 28 de Abril, pelas 15h10 da tarde, rebentou uma conduta de água, na Avenida do Cristo Rei nas Torcatas, devido aos trabalhos que se encontram a decorrer para a sua requalificação numa Alameda Urbana. Este rebentamento afectou não só a Avenida, mas também a Cervejaria Camponesa Do Alva. Outros estabelecimentos comerciais foram atingidos pela água e lama, mas com menos gravidade.

A situação já é recorrente para quem mora na Avenida do Cristo Rei e ruas adjacentes, pois a drenagem das águas residuais domésticas e pluviais, era feita em sistema integrado na zona e, sempre que chovia muito, a estrutura não dando vazão ao caudal, fazia com que rebentassem condutas frequentemente. A situação foi sendo comunicada pelos comerciantes e moradores aos diversos executivos ao longo dos anos, sendo que a justificação da Câmara Municipal de Almada (CMA) para a não execução de uma obra de maior envergadura era a falta de verbas.

Foi com muito agrado que moradores e comerciantes reagiram ao início desta empreitada, apesar dos constragimentos de trânsito e pedonais que a mesma tem acarretado durante a sua realização, reduzindo a sua facturação devido aos condicionamentos dos acessos aos estabelecimentos comerciais a que tem obrigado. Nada previa que o rebentamento de uma conduta se verificasse na sua fase final.

O Almada Online contactou Acácio Quaresma, proprietário da Cervejaria Camponesa Do Alva, cujo estabelecimento foi inundado com água e sobetudo muita lama, que nos disse que, “isto já acontecia quando chovia muito e disseram-nos que ia ficar resolvido com as obras. Falei com a Proteção Civil e os SMAS, mas por ser fim-de-semana prolongado, antes de Terça-Feira não poderão resolver esta situação. Efectuei o auto da ocorrência na PSP do Pragal que esteve no estabelecimento.” Relativamente aos estragos verificados no seu estabelecimento Acácio Monteiro foi peremptório, “desta vez não foram muitos, uma vez que o pessoal de serviço e os trabalhadores da obra ajudaram a varrer a água para a rua e a limpar as lamas prontamente. Mas ainda foi uma inundação razoável e inesperada.”

©Acácio Quaresma / Interior da Cervejaria Camponesa Do Alva durante a súbita inundação

Acácio Monteiro disse também ao Almada Online que falou com o responsável pela obra no local, que lhe disse que “o empreiteiro não faz nada que não esteja no papel [contrato], e faltam os sumidouros na obra. O que se passou foi que devido à obra diminuiram o caudal do abastecimento de água e os moradores queixaram-se porque não tinham pressão nas canalizações para tomarem banhos com água quente. Aumentaram o caudal e deu-se este rebentamento. Algo está errado nesta obra que está quase pronta.”. Na opinião de Acácio Monteiro acresce ainda o facto de “os passeios estarem mais largos que a faixa de rodagem da Avenida do Cristo Rei e se o afluxo de autocarros turísticos ao monumento já era complicado, a estrada como está não vai dar vazão ao trânsito”. concluiu.

A Loja Modas da Paula, na Avenida do Cristo Rei também foi afectada pela inundação. Contactámos a sua proprietária, que pediu para não ser identificada, que nos disse “A água inundou a Avenida do Cristo Rei em segundos, foi tudo muito rápido. Era muita água, lama e pedras. Felizmente a minha loja encontra-se na descida e só me afectou os vestidos que tinha no exterior, pois não tive tempo de os recolher. Já os lavei, são vestidos bons, e agora ficam usados, mas não houve prejuízo elevado. Vou enviar mail à sra. presidente da Câmara sobre o sucedido. Já me fui queixar das obras a uma reunião. Durante o mês de Novembro do ano passado não facturei nada, tive a loja com o acesso limitado e, todos os comerciantes se queixam de facturar cerca de 50% do que era normal devido às obras, os passeios estão muito largos e roubaram muitos lugares de estacionamento o que não é bom para o comércio. A minha reclamação não teve resposta por parte da Câmara.”

A proprietária tem ainda uma pequena rampa na entrada da sua loja o que evitou que a água entrasse de rompante estabelecimento adentro, ao contrário do sucessido na Cervejaria Camponesa do Alva, que se encontra numa zona mais plana e quase em frente ao local onde a conduta rebentou. O Café do Lino também foi poupado, sendo apenas a sua esplanada afectada com muita água, lama e pedras. Já a Frutaria das Carlas teve água no seu interior, mas por também estar na descida da Avenida tudo foi limpo no próprio dia.

A obra de Requalificação da Avenida do Cristo rei arrancou em Novembro de 2022, com um valor total de 1.234.000.00€ (um milhão duzentos e trinta e quatro mil euros) visando a renovação das redes de abastecimento de água e drenagem de águas residuais e pluviais, a pavimentação integral, bem como a reestruturação urbanística e paisagem da Avenida. A empreitada tem tido várias fases de execução desde então, que tem obrigado a cortes frequentes no abastecimento de água, encontrando-se neste momento prestes a ser terminada. Esta empreitada tem também por objectivo “a redução das perdas de água, com a eliminação de infraestruturas antigas e de materiais obsoletos e a substituição por novas condutas e ramais que permitirão melhorar o desempenho, a qualidade e a eficiência do serviço prestado aos utilizadores. A substituição de colectores para drenar as águas residuais domésticas e pluviais, em sistema separativo, irá também abranger a remodelação das ligações a edifícios de habitação, comércio e serviços, à rede pública municipal existente.”, pode ler-se no site dos SMAS de Almada.

A empreitada está a cargo da empresa Manuel Gomes de Almeida & Filho, Construção Civil e Obras Públicas Lda, com sede em S. Pedro do Sul, que o Almada Online tentou contactar sem sucesso até ao momento de publicação desta notícia. Também sem sucesso foi o contacto com o serviço de Proteção Civil e os SMAS de Almada, certamente por ser fim-de-semana.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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