“Prato Sustentável” nas escolas do município

CMA e AVP assinam Protocolo de Colaboração para implementação do programa

As escolas do Município de Almada já têm ao dispor um programa que permite oferecer aos alunos uma ementa mais saudável e ambientalmente sustentável.

A Câmara Municipal de Almada (CMA), representada pela vereadora do pelouro da Educação Maria Teodolinda Silveira e, a Associação Vegetariana Portuguesa (AVP) pela presidente da Assembleia Geral Filipa Calisto, assinaram dia 17 de Agosto, um Protocolo de Colaboração para a implementação do programa “Prato Sustentável”.

Este programa tem como principal objectivo criar hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis, através de várias iniciativas que visam estimular o aumento do consumo de legumes e proteína vegetal entre os jovens, ajudando na prevenção de doenças como a diabetes, hipertensão, obesidade, doença coronária e doença oncológica e, reduzindo ainda a pegada ecológica.

Ao estimular-se um maior consumo de proteína de origem vegetal, como é o caso das leguminosas (grão-de-bico, feijão, fava, lentilhas, etc.), cuja pegada ecológica é reduzida, pois a sua produção requer menos recursos, como água fresca e terra arável, emite-se menos gases, diminuindo o efeito de estufa.

As medidas a implementar passam pela introdução de um prato vegetariano no menu escolar semanal, pela formação dos cozinheiros dos refeitórios e gestores das cantinas, e pelas ações educativas para alunos, pais, encarregados de educação e professores, orientadas para a educação alimentar no campo da sustentabilidade e desmistificação da alimentação de base vegetal.

As escolas que já aderiram ao Programa Prato Sustentável são: EB N.º 1 Cova da Piedade, EB N.º 2 Cova da Piedade, EB Alfeite (base), EB N.º 3 Laranjeiro, EB Vila Nova de Caparica, EB Maria Adelaide Silva, EB Santa Maria, EB Louro Artur, EB Pragal, EB N.º 1 Laranjeiro, EB Alexandre Castanheira e, EB N.º 1 Alfeite.

Como parte integrante da adesão a este programa, o município terá acesso a todo o know-how e consultoria da equipa especializada do programa, incluindo um Guia Completo de Implementação, Livro de Ementas, Lista de Fornecedores, e outros materiais pedagógicos. Receberá também o apoio ao nível da realização de formações teórico-prácticas de culinária e workshops, em antecipação da implementação de uma refeição de base vegetal semanal.

É-lhe também atribuído um selo registado que certifica a sua participação no programa, e que pode ser utilizado como evidência do seu compromisso com a sustentabilidade. Além disso, terá acesso a uma ferramenta que permitirá calcular o impacto da medida na pegada ecológica do município, desenvolvida pela Global FootPrint Network e pela Universidade de Aveiro.

Lei nº 11/2017 estabelece a obrigatoriedade de existência de uma opção vegetariana nas ementas das cantinas e refeitórios públicos e, a assinatura deste protocolo é também um passo para a cumprir.

A alimentação dos portugueses

É a alimentação que representa a maior fatia da pegada ecológica dos Portugueses (30%), mais que todos os transportes combinados (19 a 22%). O consumo de carne e peixe representam mais de 50% nesta pegada da alimentação.

O consumo de carne e peixe per capita, em Portugal, é dos mais elevados do mundo. Apostar-se na sua redução e troca pela proteína vegetal, pode cortar a pegada da alimentação em metade, e mais ainda se se optar por alimentos locais.

Apesar das proteínas vegetais, como as leguminosas, gozarem de poucos apoios do Estado para a sua produção, o seu preço é competitivo com as proteínas animais, e geralmente as refeições de base vegetal são mais económicas.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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