Primeiro navio da frota eléctrica da Transtejo já chegou
Durante a próxima semana, o navio Cegonha – Branca fica disponível para vistorias técnicas por parte da DGRM
O primeiro navio da nova frota 100% eléctrica da Transtejo e, o único que possui bateria, acaba de chegar ao Porto de Lisboa, após uma viagem que começou no Porto de Avilés, Espanha.
Segundo comunicado da empresa, depois de descarregado, o navio de transporte Cegonha – Branca navegará em direcção às instalações da empresa, em Cacilhas, “onde fará a sua primeira ligação a terra para carregamento de energia, sob acompanhamento de equipas técnicas especializadas”.
Durante a próxima semana, o navio Cegonha – Branca fica disponível para vistorias técnicas por parte da Direcção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), fase à qual se segue o processo de legalização, em que se destaca a emissão do certificado de navegabilidade e do registo do título de propriedade.
Paralelamente à construção dos próximos três navios, cuja chegada a Lisboa está prevista para o final deste ano, encontra-se em curso a construção das cinco estações de carregamento, nos terminais fluviais do Seixal, do Cais do Sodré, de Cacilhas e do Montijo, “que proporcionarão o carregamento rápido dos navios, durante as operações de tomada e largada de passageiros. Prevê-se a entrada em funcionamento destas estruturas durante o 2.º semestre deste ano”, pode ler-se.
Até lá, durante a fase de formação das tripulações, será utilizado o sistema de carregamento instalado na doca de Cacilhas.
Ainda segundo a nota, a nova frota permitirá “melhorar a experiência da viagem fluvial, alcançar ganhos em eficiência energética, reduzir os actuais custos de manutenção e eliminar a emissão de C02 no Transporte Público”.
Os novos navios 100% elétricos, permitirão, ainda, uma operação fluvial isenta de ruído, vibrações e odores, pelo que o projecto constitui, de facto, um assinalável contributo para a promoção da mobilidade sustentável na Área Metropolitana de Lisboa (AML).
Após 43 anos da entrada ao serviço dos célebres cacilheiros, a Transtejo dá as boas-vindas ao novo ícone do Tejo, afirmando-se como pioneira numa mudança de paradigma única e totalmente inovadora, promotora de maior eficiência e sustentabilidade.
Com este avanço no processo de descarbonização da actividade de transporte fluvial, a Transtejo contribuirá, também, para uma melhoria do ecossistema e da biodiversidade existentes no rio Tejo. Nesse sentido, cada navio será batizado simbolicamente com o nome de uma ave autóctone do estuário do Tejo.
Recorde-se que segundo um acórdão do Tribunal de Contas (TdC), o conselho de administração da Transtejo/Soflusa é acusado de práticas ilegais e irracionais e na sequência do qual pediu a exoneração, já aceite pelo Governo.
Em causa está a compra de nove baterias, pelo valor de 15,5 milhões de euros, num contrato adicional a um outro contrato já fiscalizado previamente pelo TdC para a aquisição, por 52,4 ME, de dez (um deles já com bateria para testes) novos navios com propulsão eléctrica a baterias, para assegurar o serviço público de transporte de passageiros entre as duas margens do Tejo.
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