Primeiro navio eléctrico da Transtejo chegou danificado

Cegonha-Branca sofreu danos durante o seu transporte devido a "más e imprevisíveis condições de navegabilidade", segundo fonte oficial da Transtejo. O navio necessita de reparação

O primeiro navio da nova frota 100% eléctrica da Transtejo, chegou ao Porto de Lisboa ao final do dia no Sábado, 18 de Março, após viagem a bordo do cargueiro holandês MV HUDSONGRACHT, fretado para o efeito pelo estaleiro Astilleros Gondán, S.A, a qual teve início no Porto de Avilés, Espanha.

O Almada Online contactou a Transtejo que nos forneceu as seguintes informações sobre o que aconteceu efectivamente durante o transporte do Cegonha – Branca.

“No âmbito da operação de descarregamento, o estaleiro Astilleros Gondán, S.A. constatou que o navio apresenta danos no casco, provocados pelas más e imprevisíveis condições de navegabilidade em que o transporte ocorreu.”, declarou fonte oficial da transportadora.

A empresa acrescenta ainda que “a agitação marítima inesperada durante a viagem produziu um movimento da carga no convés, em especial do Navio Leader “Cegonha Branca”, tendo este ficado apoiado de forma irregular no seu casco de bombordo, o que resultou em estragos no mesmo. “

“Nesta fase, a equipa do estaleiro espanhol procede à habitual e rigorosa avaliação do navio, mediante a qual serão identificados os danos, determinadas as reparações necessárias e o tempo estimado para tal. Os custos serão assumidos pelo fretador do navio de carga, responsável pelo transporte.”, declarou a mesma fonte.

“A entrega definitiva do “Cegonha-Branca” à Transtejo, S.A. ocorrerá posteriormente. Seguir-se-ão as vistorias técnicas por parte da DGRM – Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos e o processo de legalização do navio, mediante emissão do certificado de navegabilidade e do registo do título de propriedade, permitindo o início do processo de formação das várias tripulações da Transtejo a bordo.”, informou a transportadora fluvial.

Os cascos do novo navio são de fibra de vidro, o que o torna mais vulnerável a este tipo de problemas. O navio eléctrico estará no Beato, depois de ter sido transportado por um cargueiro holandês até Lisboa.

Assim, não é ainda previsível quando será entregue à Transtejo, sendo que todas as formalidades técnicas e a formação da tripulação se encontram adiadas e dependentes da sua reparação.

Depois da polémica pública em torno do acordão do Tribunal de Contas, que foi demolidor sobre o processo de compra dos novos navios eléctricos e das suas baterias, culminando na demissão do Conselho de Administração da transportadora fluvial, é agora o novo navio, único com bateria incluída, que soma mais um capítulo na história recente e atribulada da Transtejo, ao chegar danificado ao seu destino.

Recorde-se que amanhã, Quinta-Feira dia 23 de Março, decorre um plenário geral de trabalhadores da empresa, que irá interromper temporariamente as ligações fluviais entre as duas margens do Tejo.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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