Problemas na Fertagus e Transtejo dificultaram os acessos a Lisboa

A manhã de Quinta-Feira foi muito complicada no acesso a Lisboa e ao local de trabalho para muitos almadenses

Um comboio da Fertagus esteve na manhã desta Quinta-Feira, 12 de Outubro, retido na estação do Alvito em Lisboa, devido a “uma pessoa ter sido colhida por uma composição“, tendo a circulação sido interrompida e, sendo feita depois com atrasos “bastante significativos” nessa via, confirmou à Lusa fonte da transportadora ferroviária.

De acordo com informação divulgada na conta da Fertagus no Facebook, a circulação de comboios entre Lisboa e Almada apenas foi retomada nos dois sentidos às 14h10. A empresa referiu também que existiu uma avaria de agulha na infraestrutura envolvida no acidente, cuja reparação atrasou ainda mais a normalização da circulação.

Fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa declatou à agência Lusa, de que em causa esteve “uma vítima mortal” que terá sido “colhido por um comboio” perto das 7h50 do dia de ontem.

De acordo com a informação disponibilizada online, a circulação entre Campolide (Lisboa) e o Pragal (Almada) foi interrompida por ordem do gestor da infraestrutura na sequência de “um incidente com passageiro” na estação do Alvito registado às 07:50. O comboio com partida de Coina às 7h13, ficou assim retido no Alvito, tendo os passageiros sido retirados para outro comboio. A mesma fonte adiantou ainda que o incidente ocorreu junto à estação do Alvito no sentido Sul/Norte. Esta estação ferroviária é uma interface inactiva da Linha do Sul, situada no concelho de Lisboa. Foi construída em 1999, mas nunca foi usada.

Às 9h, segundo a empresa, a circulação tinha sido reposta no sentido Roma-Areeiro/Coina/Setúbal, em via única entre Campolide e o Alvito, com atrasos significativos e às 10h30 foi retomada nos dois sentidos.

A empresa depois rectificou a informação, explicando que às 11h20 a circulação ainda continuava a efetuar-se em via única, motivada também pela avaria na agulha da infraestrutura, tendo a mesma sido reparada às 13h05

Devido a estes constrangimentos, o comboio com partida de Setúbal às 11h58 e de Roma/Areeiro às 13h30, com destino a Setúbal, foram suprimidos em todo o trajecto.

©DR / Era este o cenário perto da estação de Alvito em Lisboa, onde o comboio da Fertagus ficou imobilizado.

A somar aos efeitos desta paragem nos comboios, estiveram também perturbações nos serviços da Transtejo durante o horário da manhã, devido a maics uma avaria na frota que faz a travessia do Tejo. A empresa está desde 2019 em processo de renovação da frota, que tem sofrido vários atrasos. Os navios em operação são antigos e exigem manutenções frequentes, o que penaliza o serviço.

A empresa de transportes fluviais alertou no seu site que “por motivo de constrangimentos técnicos na frota, não é possível garantir a realização de todas as carreiras previstas no período de ponta da manhã. Com o objectivo de minimizar o impacto de supressões e atrasos de carreiras, alguns navios iniciam viagem logo que seja alcançada a lotação máxima de passageiros embarcados, independentemente do horário previsto”.

Esta situação provocou longas filas nos acessos ao cais de embarque de Cacilhas. As perturbações no serviço fluvial afectaram as ligações do Seixal, Montijo e Cacilhas.

Mais uma vez, a mobilidade dos almadenses e as ligações a Lisboa nas deslocações matinais para o trabalho ficaram comprometidas, devido a um acidente e avarias nos transportes colectivos. Esta é uma situação cada vez mais recorrente na Transtejo e, ultimamente também na Fertagus, sendo que ainda existem situações por afinar no serviço da Carris Metropolitana.

Numa altura em que a descarbonização e os esforços para inverter as alterações climáticas estão na ordem do dia, é urgente que as redes de transportes colectivos sejam fiáveis e verdes, correndo o risco de causarem um efeito inverso ao pretendido, com o aumento da utilização dos veículos automóveis por parte dos almadenses na tentativa de cumprir os seus horários. Estas situações provocam também longas filas no acesso à Ponte 25 de Abril, que depois se alastram ao longo dos acessos a esta travessia. Foi o que aconteceu durante o dia de ontem, tendo-se verificado grandes constrangimentos no trânsito no IC20, Centro Sul e até mesmo nos acessos a Almada, até cerca das 16h.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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