Salvar a Escola da Fonte Santa
(...) aquela escola, como qualquer outra, é mais do que um edifício de tijolo e cimento. Aquele é o coração e o pulso de uma comunidade que a Presidente não conhece e não frequenta e, sobretudo, um lugar onde se moldam futuros cidadãos. Para o baronato, esta parece ser apenas mais uma linha a riscar do orçamento municipal
Nos últimos meses, a comunidade da Caparica foi abalada pela notícia do encerramento da Escola Básica da Fonte Santa – uma decisão tomada de forma unilateral pela Câmara Municipal de Almada e envolta num manto de autoritarismo que choca.
Como sempre, à frente desta decisão despótica está a Presidente da Câmara, a Senhora Dona Inês de Medeiros, que tem demonstrado uma postura cada vez mais arrogante e desligada das reais necessidades das populações que deveria servir.
A líder do baronato de Almada, no alto da sua torre de marfim, decidiu que a Escola da Fonte Santa tem de fechar. Talvez do cimo da sua posição privilegiada não consiga avistar que aquela escola, como qualquer outra, é mais do que um edifício de tijolo e cimento. Aquele é o coração e o pulso de uma comunidade que a Presidente não conhece e não frequenta e, sobretudo, um lugar onde se moldam futuros cidadãos. Para o baronato, esta parece ser apenas mais uma linha a riscar do orçamento municipal. Arrisco afiançar que a triste sina da Fonte Santa poderia bem inspirar uma renovada Rainha Grimhilde de “Branca de Neve” – neste contexto, contariam os Irmãos Grimm a história de alguém obcecado com a sua própria imagem de poder e indiferente ao sofrimento causado pelas suas decisões autocráticas e unilaterais.
Mas a Presidente não está sozinha na sua torre de marfim. Ao seu lado, encontramos, entre outros, uma sua fiel escudeira, a Vereadora da Educação, multiplicando-se assim os Línguas de Cobra que, tal como escreve J.R.R. Tolkien, sussurram toda a sorte de conselhos nefastos ao ouvido da sua “mestra” e promovem e incentivam decisões que vão contra o bem-estar da nossa comunidade.
Sob a supervisão destes responsáveis, as escolas de Almada têm sido negligenciadas e deixadas à deterioração até ao ponto em que as nossas crianças são forçadas a ter aulas em contentores ou barracões onde chove e faz frio, sem condições mínimas para as exigências dos dias de hoje. Esta falta de cuidado e investimento nas escolas públicas da responsabilidade da Câmara Municipal contrasta fortemente com o crescente favoritismo demonstrado em relação ao ensino privado, onde dirigentes do Partido Socialista têm encontrado posições confortáveis e desenvolvido as suas carreiras profissionais.
A decisão de encerrar a Escola da Fonte Santa é um reflexo do desgoverno e da negligência que marcam a liderança socialista em Almada. A justificação dada para o encerramento da escola é, como sempre, colada a cuspo e não consegue ocultar o real objectivo desta decisão, que é a contenção de custos e a racionalidade económica. Mas o que devia pesar do outro lado da balança? A resposta é simples: o futuro das nossas crianças, a instrução que os seus pais escolheram, e o desenvolvimento de competências essenciais e de oportunidades que aqui são negadas em nome de uma gestão financeira míope e insensível. Os líderes do baronato, num papel digno do Tio Patinhas, parecem mais preocupados em nadar na caixa-forte de moedas de ouro municipal do que em investir no futuro das nossas crianças. Não se aceitam dos políticos decisões tão retrógradas e desumanizadoras. As crianças da Fonte Santa não podem ser só mais uma linha no Excel da Presidente. Decisões autocráticas como esta são exemplos claros de como o poder corrompe e distancia os líderes das reais necessidades do povo.
É necessário que todos nós, enquanto comunidade, levantemos a nossa voz contra esta injustiça. Não podemos permitir que a Presidente e os seus acólitos destruam as fundações do nosso futuro. Devemos exigir a reversão desta decisão e lutar pela manutenção de boas condições em todas as escolas públicas do concelho, garantindo que cada criança tenha acesso a uma educação digna.
A luta pela Escola Básica da Fonte Santa é mais do que uma simples disputa local. Esta é uma batalha pela equidade, pela justiça social e pelo direito inalienável de cada criança a uma educação de qualidade. Devemos, como cidadãos, resistir à arrogância e ao despotismo da líder do baronato, e assegurar que a voz da comunidade é ouvida e respeitada.
O futuro de Almada depende das decisões que tomamos hoje. Não podemos permitir que a prepotência e a falta de visão comprometam o desenvolvimento das nossas crianças e, consequentemente, da nossa sociedade. É hora de nos unirmos e lutarmos pelo que é justo, pelo que é certo, e pelo futuro que queremos construir. A educação é um direito e não um privilégio. E é nossa responsabilidade garantir que este direito é protegido e preservado para todas as gerações.
A Presidente e a sua fiel escudeira podem estar confortavelmente instaladas na sua torre de marfim, mas a resistência estará cá para lhes lembrar que o poder emana do povo e para o povo e que têm mesmo de descer do pedestal.
Almada, Almada Online, Crónica, David Cristóvão, PSD