Trafaria Bluegrass – Onde o Tejo se faz ao Mar

Festival decorre de 9 a 11 de Setembro em vários locais da Trafaria

1º. Festival Internacional de Música Bluegrass português, vai decorrer nos dias 9, 10 e 11 de Setembro na Trafaria.

Nos seis palcos deste festival com cariz comunitário, vão tocar quatro bandas internacionais e, uma banda portuguesa de música Bluegrass. Com eles, diversos espaços sociais e emblemáticos da vila da Trafaria, abrem-se ao público e à música.

A música Bluegrass é uma forma de música popular e tradicional norte-americana, com raízes na música tradicional das montanhas Apalaches. Apesar de poder ser conotada com a música Country, as suas origens espelham muito mais as influências da música celta, das ilhas britânicas, do jazz e blues afro-americanos. O festival procura dar a conhecer este estilo de música alegre e convidativa, practicamente desconhecido em Portugal.

5 bandas irão tocar 2 vezes neste fim de semana e, todas as bandas tocam em diversos palcos espalhados pela vila da Trafaria. As jams, encontros musicais acústicos espontâneos, são elemento fundamental deste estilo de música pelo que são bem-vindas e incentivadas. Todos podem participar.

Além de muita música, o festival Trafaria Bluegrass vai também oferecer aos visitantes passeios de barco ao largo dos silos, com pescadores da Trafaria e da Costa de Caparica; workshops de instrumentos musicais como banjo e violino; um masterclass de dança; um passeio pelos locais de interesse da Trafaria organizado pelo Centro de Arqueologia de Almada; jogos tradicionais para a população mais idosa e, também para as crianças.

Os festivaleiros vão ainda poder contar com uma exposição da fotógrafa Sílvia Luz, natural da vila e, ouvir uma contadora de histórias, que criou para este festival local, histórias ficcionadas com inspiração na Trafaria.

O Casino da Trafaria vai ser o ponto de encontro e de informação, onde poderá encontrar o apoio de voluntários, com todas as informações necessárias sobre o festival. Pode também guardar o seu instrumento neste espaço enquanto almoça, descansa, carrega o telemóvel ou compra uma recordação do festival.

Pode o cartaz completo aqui.

Até ao início do festival, a organização tem também a decorrer um crowdfunding onde todos, que o queiram fazer, podem participar, ajudando directamente o festival.

Bandas:

Desde 1977 que os Rawhide têm construído uma sólida reputação na cena europeia do bluegrass. Esta banda belga junta a pop, a música clássica, o swing e outros estilos ao bluegrass, com instrumentos típicos como banjo, bandolim, violino, dobro, guitarra e baixo e, harmonias vocais. Os Rawhide são uma combinação de virtuosismo instrumental e vocal, com muito humor e boa disposição.

Os britânicos The Often Herd vão além do que se espera de uma banda bluegrass, ligando as harmonias melancólicas do sul da Califórnia aos sons do Nordeste de Inglaterra onde nasceram parte dos seus elementos, sendo as suas origens musicais e geográficas distintas: Rupert Hughes (guitarra) e Evan Davies (bandolim) são os responsáveis pelas músicas originais da banda, acompanhados pelo violinista americano Niles Krieger e, o baixista de jazz Sam Quintana. São uma banda dinâmica ao vivo, cheia de momentos de improvisação espontânea.

Os The Original Five são de Malmö na Suécia e existem desde 2010. São uma das bandas de bluegrass mais qualificadas e experientes da Escandinávia, com cinco álbuns gravados. A base da música é bluegrass tradicional, mas podem identificar-se muitas influências diferentes, que se estendem desde os primórdios do jazz, folk sueco e country clássico e contemporâneo. Para além do repertório clássico de bluegrass, podemos ouvir canções country e gospel nos seus espectáculos.

O trio Buster Sledge, vem de Oslo, na Noruega. Usam o violino, o banjo, a guitarra e três vozes para contar histórias ao som das tradições musicais acústicas dos Estados Unidos. Nascido no norte da Califórnia, o seu vocalista e compositor Michael Barrett Donovan, mistura temas da sua vida pessoal, com música folk e country para dar uma nova vida às estruturas de músicas testadas ao longo do tempo. De formação jazzística, o banjoista Mikael Jonassen e o guitarrista Jakob Folke Ossum, partilham uma apreciação profunda pelos fundamentos da música bluegrass.

Os Stonebones & Bad Spaghetti são os representantes do Bluegrass em Portugal. Ao vivo, distinguem-se pela energia da sua música e desempenho entusiástico em palco. O seu repertório é uma recolha abrangente de canções tradicionais, covers e temas inéditos, compostos ao estilo Bluegrass e cantados em Português. O seu nome é muito curioso. André Dal trabalha em Pedrouços (Stonebones – Pedra Ossos) e foi num contexto de trabalho que conheceu Nuno Lopes de Paula, de Massamá (Bad Spaghetti – Massa má – Massamá). O Trafaria Bluegrass é também responsabilidade desta banda, particularmente de André Dal, o banjoísta do grupo, que é um dos elementos da organização juntamente com João Horta

Palcos:

Palco Trafaria: fica no Largo da República, junto ao Mercado Municipal, Igreja e, Biblioteca da Junta de Freguesia da Trafaria.

Palco Presídio: este palco tem como cenário o Presídio da Trafaria, parte do património histórico da vila, que serviu de espaço de quarentena para marinheiros doentes e, mais tarde, como presídio militar.

Palco SRMT: situada mesmo no centro da Trafaria, a Sociedade Recreativa Musical Trafariense foi fundada em 8 de maio de 1900 e, alberga um Conservatório de Música e uma Banda Filarmónica.

Palco Casino: Outra instituição emblemática da Trafaria, o Recreios Desportivos da Trafaria, RDT Casino, é uma colectividade local com 82 anos de história. Esta é uma excelente oportunidade para conhecer por dentro este edifício, construído em 1906 e, que serviu como casa de recreio e cultura para os veraneantes, entre os anos 40 e 60. Pelo palco do seu salão passaram grandes nomes da música ao longo dos anos.

Palco Igreja: Este palco muito especial abre as portas Sábado, depois da missa das 18h. É um dos espaços mais intimistas e envolventes deste festival.

Palco Poço Novo: O Largo do Poço Novo é um espaço pequeno e familiar, onde em tempos existiu uma fonte, que fazia deste local um espaço de convívio para as gentes da terra. Desta vez, está preparado para receber os fãs do bluegrass.

Coreto: No coreto da Trafaria não há concertos, mas há muita música e eventos paralelos ao festival: workshops de instrumentos musicais, artesanato, comércio local, actividades para crianças e é também o ponto de encontro para conhecer os avós do mar.

Será mais fácil circular pela Trafaria a pé, pois os palcos estão apenas a alguns minutos de distância uns dos outros.

Mapa dos palcos onde se irá realizar o festival Trafaria Bluegrass
Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

, , , ,

Um pensamento em “Trafaria Bluegrass – Onde o Tejo se faz ao Mar

Comentários estão fechados.