Urgências de Ginecologia e Obstetrícia garantidas em Almada, Setúbal e Barreiro
Os três hospitais vão partilhar recursos para garantir o funcionamento de pelo menos dois serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia durante o Natal e o Ano Novo
Os hospitais de Setúbal, Almada e Barreiro vão partilhar recursos para garantir o funcionamento de pelo menos dois serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia durante o Natal e o Ano Novo, segundo decisão da direcção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
De acordo com uma deliberação assinada na Segunda-Feira, dia 19 de Dezembro, pelo director executivo do SNS, Fernando Araújo, a que a Lusa teve hoje acesso, o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, o Hospital Garcia de Orta e o Centro Hospitalar de Setúbal cooperam e partilham recursos, no sentido de garantir o acesso pelo menos a dois Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia, na área de influência dessas unidades hospitalares, em todas as circunstâncias, nomeadamente durante as épocas festivas do Natal e do Ano Novo.
Ao abrigo da deliberação, as três instituições mobilizam recursos no sentido de assegurar a operação em pleno dos Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e respectivo Bloco de Partos do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e do Hospital Garcia de Orta entre Sexta-Feira dia 23 e, Segunda-Feira dia 26.
O Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar de Setúbal assume o nível 1 do Plano de Contingência definido pela Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos entre as 08h e as 20h de Sexta-Feira e o nível 3 entre as 20h de Sexta-Feira e as 08h de Segunda-Feira.
Os Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e do Hospital Garcia de Orta funcionarão de forma normal no fim de semana de 23 a 26 de Dezembro de 2022.
No período entre 30 de Dezembro e 02 de Janeiro, as três instituições mobilizam recursos no sentido de assegurar a operação em pleno dos Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta e do Centro Hospitalar de Setúbal.
Nesse contexto, segundo a deliberação, o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo assume o nível 1 do Plano de Contingência definido pela Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos entre as 08h e as 20h do dia 30 de Dezembro de 2022 e o nível 3 entre as 20h do dia 30 de Dezembro de 2022 e as 08h do dia 02 de Janeiro de 2023.
Já os serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta e do Centro Hospitalar de Setúbal, funcionarão de forma normal no fim de semana de 30 de Dezembro de 2022 a 02 de Janeiro de 2023.
O plano define ainda que o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, o Hospital Garcia de Orta e o Centro Hospitalar de Setúbal cooperam e partilham recursos no sentido de garantir o funcionamento rotativo dos respectivos Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia durante o primeiro trimestre de 2023, com um modelo de funcionamento já definido.
Durante os fins de semana, o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta funcionará de forma normal, enquanto os Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo alternam o acesso com o Serviço de Urgência Externa de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar de Setúbal.
Os resultados deste plano estratégico serão avaliados mensalmente pela director executivo do SNS, de forma a definir a actuação nos restantes trimestres de 2023.
Na deliberação é referido que os conselhos de administração das três unidades foram ouvidos no âmbito do plano que será agora implementado.
O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, manifestou hoje preocupação com a partilha de recursos entre os hospitais de Setúbal, Almada e Barreiro por considerar que não resolve o problema de fundo, a falta de médicos, nomeadamente “a necessidade de contratação de médicos” e o evitar que saiam do SNS, em especial obstetras anestesistas. “Não estando resolvidas estas questões, concentrar urgências obriga a que as escalas sejam reforçadas e não há médicos para esse efeito”, disse.
Segundo Jorge Roque da Cunha, o aumento de fluxo de doentes a essas maternidades, que já estão no limite, vai criar problemas. “Não é um problema de férias, de Natal e de Fim de Ano. Enquanto não forem resolvidas as questões de fundo, os problemas mantêm-se e afecta o acesso aos cuidados de saúde dos mais debilitados do ponto de vista financeiro”, salientou, adiantando que os hospitais ficam dependentes de prestadores de serviços sem vínculo às unidades.
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