Almada | Concelho ultrapassou limite de concentração de ozono no ar
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) indicou ontem que foi ultrapassado o limite de 180 microgramas de ozono por metro cúbico
O concelho de Almada registou na passada Segunda-Feira 7 de Agosto, através da estação de monitorização da qualidade do ar do Laranjeiro, 182 microgramas de ozono por metro cúbico, entre as 13h e as 15h.
Lisboa, Amadora, Barreiro e Sintra excederam também ontem o limite de ozono na troposfera. O concelho de Lisboa atingiu 184 microgramas de ozono por metro cúbico entre as 13h e as 14h na estação do Restelo. O concelho da Amadora atingiu, segundo dados da estação da Reboleira, 186 microgramas de ozono por metro cúbico, entre as 14h e as 15h e 194 microgramas de ozono por metro cúbico, entre as 15h e as 16h. No concelho do Barreiro, a mesma situação verificou-se entre as 14h e as 15h na estação da Escavadeira . Já o concelho de Sintra, assinalou, através da estação do Mem-Martins, entre as 14h e as 15h, 202 microgramas de ozono por metro cúbico.
A CCDR-LVT alertou em comunicado, que o nível atingido pode provocar “alguns efeitos na saúde humana”, especialmente em crianças, grávidas, idosos e doentes respiratórios ou cardíacos.
“A exposição a este poluente afecta, essencialmente, as mucosas oculares e respiratórias podendo o seu efeito manifestar-se através de sintomas como tosse, dores de cabeça, dores no peito, falta de ar e irritações nos olhos”, salienta o comunicado. A CCDR-LVT recomenda que os grupos da população mais sensíveis “reduzam ao mínimo a actividade física intensa ao ar livre e, evitem a permanência no exterior”.
A radiação solar intensa, o calor extremo e a ausência de vento favorecem uma maior concentração de ozono. Este é um gás fortemente oxidante e muito reactivo, considerado um poluente secundário, por não ser emitido por nenhuma fonte, que se forma a partir de outros poluentes como os óxidos de azoto, emitidos pelo tráfego rodoviário, aéreo e marítimo, pela combustão na indústria e, pelos compostos orgânicos voláteis.
O ozono troposférico afecta negativamente a saúde humana, é um gás agressivo para as mucosas oculares e respiratórias e, tal como outros oxidantes fotoquímicos, penetra nas vias respiratórias profundas, afectando essencialmente os brônquios e os alvéolos pulmonares, reduzindo a função pulmonar. É também um gás com efeito de estufa, contribuindo para o aquecimento do planeta.
Segundo o site da CCDR-LVT, os efeitos da exposição aos poluentes atmosféricos dependem essencialmente das suas concentrações na atmosfera e do tempo de exposição podendo, por exemplo, exposições prolongadas a concentrações baixas de poluentes serem mais nocivas do que exposições de curta duração a concentrações elevadas.
Os seus efeitos na saúde humana dependem também de factores de sensibilidade dos indivíduos, que determinam a sua maior ou menor severidade, tais como, idade, estado de saúde ou mesmo predisposições genéticas, o que torna difícil a avaliação dos efeitos dos poluentes atmosféricos na saúde de cada um.
Segundo a legislação em vigor, quando a concentração de ozono ultrapassa os 180 microgramas por metro cúbico as autoridades têm de fazer um anúncio público das zonas afectadas.
Os 240 microgramas de ozono por metro cúbico, é o patamar mais grave a partir do qual toda a população deve permanecer em casa, ou em espaços fechados, e evitar esforços físicos.
Está atribuída à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a responsabilidade de promover e implementar uma política de avaliação e gestão da qualidade do ar ambiente, visando a protecção da saúde pública e a qualidade de vida das populações, assegurando o acompanhamento das matérias relacionadas com a poluição atmosférica com vista ao cumprimento das obrigações europeias e internacionais relevantes.
É possível e importante que todos conheçam a qualidade do ar que respiram, para isso basta consultar o índice QualAr aqui ou instalar a sua aplicação.