Almada | Festival Jazz Manouche regressa ao Cine Incrível
Três dias de concertos jazz que celebram Django Reinhardt por bandas de renome internacional e nacional
Entre 16 e 18 de Maio a quarta edição do Festival Jazz Manouche de Almada, organizado pela Alma Danada – Associação Criativa, decorre no Cine Incrível, em Almada velha. Músicos de relevo na cena manouche, oriundos dos Países Baixos, França e Portugal, formam o cartaz do festival, com três concertos de jazz cigano. Destaque ainda para o workshop de dança pela escola Blues e Swing Lisboa, que promete por todos os pés a mexer.
Na Sexta-Feira 16 de Maio, Mozes Rosenberg Trio abre o festival com um concerto cheio de groove. O talentoso guitarrista dos Países Baixos forma um trio com a renomeada família Rosenberg. Mozes começou a tocar guitarra aos 6 anos, inspirado em ícones como Paco de Lucía e George Benson, e destacou-se logo como guitarrista solo. Ao longo da carreira, actuou em festivais internacionais de prestígio, como o Jazz in Marciac e o North Sea Jazz Festival. Em 2024 apresentou-se na Jazz Marathon no Hong Kong International Jazz Festival e no Sicilia Jazz Festival. Também atuou em importantes casas de jazz, como o Ronnie Scotts e Bimhuis Amsterdam. Mozes colabora frequentemente com músicos como Anton Goudsmit e Giacomo Smith e com o seu irmão Stochelo Rosenberg. O seu groove e virtuosismo aliam-se a um repertório que inclui standards de jazz, pop e clássicos do jazz cigano neste concerto.
Dia 17, actua o Favino Lorier Trio, originário da Alsácia, em França. Favino é um guitarrista e violinista que iniciou a sua trajectória no jazz ainda na infância, influenciado pelo pai. Representando a nova geração de músicos inspirados em Django Reinhardt, Favino dedicou-se à tradição Sinti – fusão do jazz americano com as tradições musicais dos ciganos da Europa Central -, pouco ouvida actualmente. Com uma carreira já com vários êxitos, apresentou-se em eventos como o Festival Django Reinhardt de Fontainebleau em 2022. Fez uma digressão na Dinamarca com o pioneiro Dorado Schmitt tendo também participado no Festival Django LH em Barcelona. Enquanto muitos guitarristas de jazz cigano adoptam um som moderno, Favino optou por resgatar a nostalgia do passado, desenvolvendo um estilo muito pessoal. A sua abordagem autêntica e talento fazem dele uma das estrelas em ascensão no jazz manouche.
No último dia do festival, a 18 de Maio sobem ao palco os portugueses Pompadelic Swing Orchestra. A sua orquestra de guitarras manouche combina pompe (ritmo), improvisação e swing energético. Formados em 2023, estrearam no Festival Magos da Guitarra (Lamego) e lançaram o single “Fleche d’Or” em 2024. Preparam o seu primeiro EP para 2025, com estreia no Festival Jazz Manouche de Almada.
Ainda no dia 18 haverá uma aula de dança a cargo da Escola Blues & Swing Lisboa, especializada em danças vintage.

Os bilhetes podem ser adquiridos aqui e custam 30€ para o passe de três dias do festival e 15€ para cada dia e concerto. As reservas podem ser feitas através do mail festivaljazzmanouchealmada@gmail.com
O Festival Jazz manouche de Almada tem o apoio da Câmara Municipal de Almada (CMA) e da União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas (UFACPPC).
Jazz Manouche
O Jazz Manouche surge como expressão musical com o guitarrista de etnia rom Django Reinhardt e do seu Quintette du Hot Club de France. Este quinteto manteve a sua actividade durante os anos 30 e 50 do século XX na Europa, tendo como estética formal o Swing mas com a apropriação cigana sobre a influência de Django. A formação deste quinteto era particular por ser composto somente por instrumentos de cordas (três guitarras, violino e contrabaixo) e porque a improvisação de Stéphane Grapelli e Django Reinhardt era muito criativa e enérgica. Em Portugal este ritmo ainda já não é uma novidade, mas tem vindo a crescer ao longo dos anos, somando cada vez mais músicos e entusiastas.


