Austrália inaugura exposição sobre pioneiros do surf caparicano
O fotógrafo Bruno Fonseca participa num festival em Sidney, na Austrália, com a exposição individual "Sem o medo, o mar era só água salgada..."
“Sem o medo, o mar, era só água salgada…” é nome do trabalho do fotógrafo Bruno Fonseca, seleccionado para o “Head On Photo Festival”, que se realiza em Sidney, na Austrália. O fotógrafo terá uma exposição individual, patente ao público de 9 de Novembro a 1 de Dezembro, na Bondi Beach Promenade.
Com apenas 15 anos e apaixonado pelo mar, Bruno Fonseca passava grande parte do seu tempo nas praias da Costa da Caparica a fotografar alguns dos surfistas pioneiros da década de 1970 e 1980. “A grande maioria que eu fotografei continua a fazer surf por prazer, não por desporto”, contou Bruno Fonseca à SIC.
Fotojornalista há 14 anos, fotografou os surfistas sempre de manhã, com uma máquina da década de 1960.
A exposição procura captar uma memória visual, homenageando os pioneiros do surf na Costa da Caparica. Na década de 1970, estes primeiros surfistas aventuraram-se no mar com as suas pranchas, tornando-se uma parte significativa da cidade atlântica. O surf surgiu como uma expressão poderosa de quebra de limites, exigindo apenas três elementos essenciais: o corpo, a prancha e uma onda.
A necessidade de equipamento específico, levou alguns destes surfistas a fabricá-lo. Ao longo das décadas, foram produzidas localmente várias marcas de pranchas de surf, fatos de neoprene e acessórios. Sem esta iniciativa, os locais teriam dependido apenas do material descartado por surfistas estrangeiros, que vendiam os seus equipamentos enquanto viajavam ao longo da costa portuguesa.
Do surf casual ao competitivo, a Costa da Caparica tem formado atletas de alta competição e campeões nacionais. O desenvolvimento socioeconómico da região está profundamente interligado com a sua cultura de surf, marcando-a como um elemento crucial na identidade e no crescimento da região.
Bruno Fonseca, fotógrafo português nascido em 1972, vive em Angola desde 1995. Depois de ter concluído o curso profissional de fotografia no Instituto Português de Fotografia (2005-2007), começou a trabalhar como freelancer e colaborou com a LUSA até 2011, ingressando posteriormente na Agência 4SEE. A sua fotografia documental explora as facetas sociais e culturais das comunidades em Portugal e Angola. Participou na XVIII Bienal de Cerveira em 2015, apresentando o seu trabalho sobre a emigração clandestina para França. Em 2018, ganhou o Prémio Peninsular Noroeste com este projecto.
Estar na Austrália, será mais uma oportunidade para Bruno Fonseca fotografar mais para o seu álbum dedicado a contentores marítimos, que começou em 2012 em Angola, e que já conta com fotografias recolhidas em 17 países, de três continentes.
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