Feijó | Dez anos de cante pela lente de Ana Baião

No dia 23 de Novembro a partir das 16h, é apresentado o livro de fotografia “10 Anos de Cante”, da renomeada fotojornalista do semanário Expresso Ana Baião, no Auditório José Manuel Pereira, no Edifício do Poder Local, no Feijó. Às 18h inaugura a exposição de fotografia “Cante Alentejano Património de Todos”, da mesma autora. Haverá também uma actuação de grupos de cante almadenses. A entrada é livre.

Uma década de do Cante Alentejano, como Património Cultural Imaterial da Humanidade e a sua homenagem, são o mote para uma tarde dedicada a esta expressão cultural alentejana.

A fotojornalista Ana Baião estará presente para uma sessão de autógrafos, a seguir à apresentação do seu livro, e também na inauguração da exposição, que estará patente ao público até 8 de Dezembro, de Segunda a Sexta, das 10h às 13h, e das 15h às 18h.

Haverá actuações de três  grupos de cante do concelho, que trarão ao palco a força desta expressão musical e cultural: Associação das Cantadeiras da Essência Alentejana (ACEA), Grupo Coral Recordar a Mocidade do CIRL (GCRMC), e a Associação Grupo Coral e Etnográfico dos Amigos do Alentejo (AGCEAA).

O Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial da Unesco comemora o seu 10º aniversário a 27 de Novembro de 2024. Nestes últimos nove anos, Ana Baião tem fotografado o Cante um pouco por todo o Alentejo, e também na grande Lisboa, em diversas iniciativas e com diversos grupos. Também se deslocou a Paris para fotografar um dos raros grupos de cante existentes no estrangeiro, sendo que o Rancho de Cantadores de Paris tem a particularidade dos seus elementos serem de várias nacionalidades e apenas dois serem portugueses. Nenhum fotógrafo documentou até hoje, tanto o Cante Alentejano como Ana Baião. A divulgação do cante tem sido uma das suas causas fotográficas.

O livro “10 Anos de Cante” reúne mais de duas centenas de imagens que recolheu entre 2015 e 2024 junto de quem dá voz e corpo ao cante alentejano e que consistem, nas suas palavras, numa “homenagem a todos os grupos corais, aos seus cantadores, ensaiadores, músicos e compositores” que conheceu. Debruçar-se sobre o cante, em 2015, surgiu da constatação de que “não havia practicamente nada, em formato de fotografia, publicado sobre o tema”. Pesou também o facto de ter tido um avô alentejano, “o avô Manel”, já falecido, que Ana tinha o prazer de acompanhar, durante a infância, quando ele se reunia com amigos e cantava na taberna.

A fotojornalista admite que, apesar dessa ligação antiga, pouco sabia sobre o cante alentejano quando deu início à jornada de dez anos que resultou em três livros sobre o tema – o primeiro, Cante, Alma do Alentejo, publicado em 2017, o segundo, Cuba Cante, Tabernas e Talhas, em 2021, e o último “10 Anos de Cante”.

O livro, composto exclusivamente por fotografias a preto-e-branco, “começa com fotografias que fazem uma ligação ao passado rural do Alentejo, com as mulheres que cantavam no campo, com os homens que cantavam nas tabernas” e “termina com fotografias viradas para o futuro, com os jovens que cantam nas escolas, com os grupos que andam em tournée com artistas como o Pedro Abrunhosa, o Tim, vocalista dos Xutos e Pontapés, a Ala dos Namorados, entre outros”, explica a fotojornalista. Esta é a alma de um povo, que se expressa a cantar.

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