Sobreda | Duas novas exposições nos Zagallos
Pintura e bordado de Ilda David e, fotografia de Daniela Ângelo
No dia 4 de Maio às 16h, inauguram duas novas exposições no Solar dos Zagallos, na Sobreda. Ambas ficam patentes ao público até 14 de Setembro. A entrada é livre.
“Quando soubermos ouvir as árvores” inaugura às 16h e traz-nos pinturas e bordados de Ilda David, a artista que este ano fará o cartaz do Festival de Almada.
Sobre a exposição, a autora disse: “É um título roubado a Hermann Hesse, que tem a ver com a minha proximidade do rio Tejo, na infância. É uma recorrência minha, as cheias do Tejo, a água a mudar a paisagem. Depois temos uma espécie de floresta com os panos bordados [em estopa de linho de grandes dimensões], que são suspensos no tecto da sala do piso superior, e que representam falcões que voam.” A relação com o livro, a literatura e a poesia é uma constante no percurso de Ilda David.
Ilda David nasceu em Benavente, em 1955. Vive e trabalha em Lisboa. Frequentou o curso de Pintura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1976-1981). Em 1986, fez parte do grupo de artistas que representaram Portugal na 42ª Bienal de Veneza. Em 1998, realizou para o recinto da Expo’ 98, actual Parque das Nações, o revestimento azulejar para uma parede intitulado Navigatio Sancti Brendani Abbatis. Posteriormente, executou outras peças para azulejo, algumas das quais integraram a representação portuguesa à 17ª Bienal Internacional de Cerâmica Contemporânea de Vallauris, França, em 2000. Tem trabalhado também na área da ilustração. Expõe regularmente desde 1983. Das suas exposições individuais destacam-se as realizadas na Galeria Fernando Santos, no Porto; no Pavilhão Branco do Museu da Cidade, em Lisboa; no Centro de Artes de São João da Madeira; na Galeria Porta 33, no Funchal; na Galeria Gomes Alves, em Guimarães; na Galeria III, em Lisboa e Porto; na Módulo, em Lisboa; entre outras instituições e galerias. Participou, ainda, em várias exposições colectivas na Culturgest, em Lisboa; no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; no Museu do Chiado, em Lisboa; entre outras. As suas obras estão representadas nas colecções Museu Colecção Berardo, entre outras. Mário Cesariny descreveu-a como “musa do século XIII”, mas Ilda David nunca lhe perguntou porquê.
À mesma hora, Daniela Ângelo inicia um ciclo programático de exposições de artistas almadenses, ou que tenham uma relação muito próxima com o concelho de Almada.
A autora, natural de Almada, convida para a inauguração da sua exposição de fotografia “Ovo Celeste”, onde explora a dupla exposição em fotografia, criando imagens fantasmagóricas. Neste caso, mostra-se a fotografia como espaço para investigar modos de ver, de percepcionar, e como construção cultural e emocional.
Daniela Ângelo nasceu em Almada em 1996 e, vive e trabalha em Lisboa. Estudou Fotografia no Ar.Co – Centro de Artes e Comunicação Visual, em Lisboa. Em 2020, foi nomeada para a shortlist da Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Expôs individualmente pela primeira vez em 2022 com Meteoro, na Duplex Air (2022), a que se seguiu Babuíno Talismã, na Galeria da Boavista, em Lisboa. Participou nas seguintes exposições colectivas: Sleepers Eyes, Buraco, Estrela (2022); Gravitas, Fundação Leal Rios, Lisboa (2022); Depois do Banquete, Teatro Thalia, Lisboa (2022); Error 417: Expectation Failed, Galeria Municipal do Porto, Porto (2021); Casa da Dona Laura Itinerante, Casa do Capitão, Lisboa (2021); BF20 – Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, Vila Franca de Xira, Lisboa (2021).
As exposições podem ser visitadas de Terça a Sábado, entre as 10h e as 13h, e das 14h às 18h.
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