3º Festival Jazz Manouche de Almada

O histórico Salão de Festas da Incrível Almadense será palco de bandas de referência internacional desta corrente do jazz

Entre 17 e 19 de Maio a terceira edição do Festival Jazz Manouche de Almada, organizado pela Alma Danada – Associação Criativa, decorre no Salão de Festas da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense (SFIA). Os três concertos de jazz cigano e o workshop de dança pela escola Blues e Swing Lisboa, prometem por todos os pés a mexer.

No dia 17 de Maio sobe ao palco o Adrien Marco Trio, uma referência internacional do jazz manouche. Adrien Marco é um guitarrista auto-didacta que começou a tocar aos 17 anos influenciado pela música de Django Reinhardt. “O seu estilo é enérgico, elegante, espontâneo e muito virtuoso”, afirma a organização do festival. Adrien Marco é acompanhado por uma secção rítmica composta por Mathieu Chatelain na guitarra ritmo e Claudius Dupont no contrabaixo. Adrien já actuou em locais como o Festival Django Reinhardt de Fontainbleu, em França; Django In June, em Boston, nos EUA; Django at Dewslake, no Reino Unido; Festival Jay em Itália e; Festival de Worms na Alemanha. Também actua no lendário Clube de Jazz Etoile em Paris, onde Thomas Dutronc é um convidado regular, e também no Cabaret de L’Escale por onde já passaram artistas lendários como Jacques Brel ou Edith Piaf. Os Adrien Marco Trio vêm pela primeira vez a Almada.

Na Sexta-Feira 18 de Maio, é a vez dos Aurore Voilqué Trio feat. Angelo Debarre actuarem no histórico Salão de Festas da Incrível Almadense. Aurore Voilqué começou a tocar violino aos 4 anos de idade e nunca mais parou. Criou o seu primeiro quarteto em 2003. Actuou em alguns dos maiores festivais de jazz de França (Jazz à Vienne, Marciac, Vauvert, La baule, Jazz en Baie, Jazz Nimes métropole, 24h du swing), bem como em alguns dos principais clubes de jazz do país (Duc des Lombards, Sunset, Petit Journal Montparnasse, Meridien Jazz Café Montparnasse). Aurore é também acompanhada Mathieu Chatelain e Claudius Dupont, delegando solos para o lendário Angelo Debarre, um dos maiores solistas de jazz manouche. Foi a verdadeira sonoridade tradicional cigana que a violinista procurou ao reunir estes três músicos, que se encontram “entre os mais requisitados do género”, segundo a organização. No repertório a banda traz standards de Django Reinhardt, canções francesas e composições do maestro Angelo Debarre. Aurore Voilqué toca pela primeira vez em Portugal.

©DR / O Aurore Voilqué Trio actua pela primeira vez em Portugal, acompanhado pelo lendário Angelo Debarre.

No dia 19 de Maio haverá uma aula de dança Balboa a cargo da Escola Blues Swing Lisboa, especializada em danças vintage. Carla Frade, fundadora da escola em 2020, diz que as suas aulas “são cheias de boa energia e cumplicidade. Acreditamos num ambiente inclusivo e divertido para aprender a dançar e, como dizemos nas aulas: Dançar faz bem à saúde, mexe o corpo e arrebita a alma. Adoramos ensinar e espalhar o amor pela dança, música Blues e Swing, e ver os nossos alunos a interagir uns com os outros, com a música e com as bandas.”

Ainda no mesmo dia atuam os Rouge Manouche, um quarteto de Gypsy Jazz residente no Algarve que apresenta um swing enérgico e ritmado, inspirado em ritmos e melodias Manouche com influências do Jazz Americano que surgiu na aura da Paris dos anos 30. Interpretam compositores como Django Reinhardt, Charles Trenet ou Cole Porter, assim como em repertório de tradição Gypsy Jazz mais moderno. Os Rouge Manouche são Betty Martins na voz e violeta, João Campos Palma no acordeão, Luis Fialho na guitarra e Rick Steffens no contrabaixo.

O Jazz Manouche surge como expressão musical com o guitarrista de etnia rom Django Reinhardt e do seu Quintette du Hot Club de France. Este quinteto manteve a sua actividade durante os anos 30 e 50 do século XX na Europa, tendo como estética formal o Swing mas com a apropriação cigana sobre a influência de Django. A formação deste quinteto era particular por ser composto somente por instrumentos de cordas (três guitarras, violino e contrabaixo) e porque a improvisação de Stéphane Grapelli e Django Reinhardt era altamente criativa e enérgica. Em Portugal este ritmo ainda é muito recente, mas tem vindo a crescer, tendo cada vez mais músicos e entusiastas.

©DR / Django Reinhardt e o Quintette du Hot Club de France foram os criadores desta corrente específica do jazz.

Altamente sincopado, esta ramificação do estilo afro-americano nascido em Nova Orleães, costuma ter a guitarra com principal elemento, incluindo instrumentos não tão habituais neste tipo de formações, como o violino ou o acordeão. Esta corrente muito específica do universo jazz, tem-se propagado e estabelecido em vários continentes, nomeadamente na Europa Central, com incidência em França, e nas Américas do Norte e do Sul, bem como em alguns países da Ásia, tendo sempre como designação Hot Club, necessariamente associado ao Swing, hoje celebrado em todo o mundo.

Os bilhetes para o Festival Jazz Manouche Almada custam 30 euros para os três dias do festival, ou 15 euros por bilhete diário, e podem ser adquiridos online. As reservas podem ser feitas para o mail festivaljazzmanouchealmada@gmail.com

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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