Almada | Conversas com autores Patrícia Reis e José Mário Silva

Uma conversa entre jornalistas e escritores, sobre uma biografia de uma escritora

A 19 de Julho às 21h, na Biblioteca Central, José Mário Silva vai estar à conversa com Patrícia Reis, que apresenta o seu livro “A Desobediente – Biografia de Maria Teresa Horta”. A entrada é livre.

Maria Teresa Horta nasceu em Lisboa em 1937, onde frequentou a Faculdade de Letras. Escritora e jornalista é conhecida como uma das mais destacadas feministas portuguesas. Estreou-se na poesia em 1960, e a sua obra poética foi coligida em “Poesia Reunida” (Dom Quixote, 2009), obra que lhe valeu o Prémio Máxima Vida Literária. Em 2012 publicou “As Palavras do Corpo – Antologia de Poesia Erótica”, no ano seguinte, “A Dama e o Unicórnio”, em 2016, “Anunciações”, vencedor do Prémio Autores SPA / Melhor Livro de Poesia 2017. Seguiram-se  “Poesis”(2017), “Estranhezas” (2018), e a antologia “Eu sou a Minha Poesia” (2019), o seu mais recente livro. É ainda autora dos romances “Ambas as Mãos Sobre o Corpo, Ema” (Prémio Ficção Revista Mulheres) e “Paixão Segundo Constança H.”, e coautora com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, de “Novas Cartas Portuguesas”. Ao seu romance “As Luzes de Leonor, a Marquesa de Alorna, uma sedutora de anjos, poetas e heróis” (2011), foram atribuídos os prémios D. Dinis e Máxima de Literatura.

José Mário Silva nasceu em Paris em 1972, e mora em Lisboa. Licenciou-se em Biologia mas acabou por enveredar pelo Jornalismo em 1993, altura em que começou a trabalhar para o “Diário de Notícias”. É autor de três livros: dois de poesia, “Nuvens e Labirintos” (com o qual ganhou o Prémio Literário Cidade de Almada) e “Luz Indecisa”, e um de contos, “O Efeito Borboleta e outras histórias”. Actualmente é crítico literário e coordenador da secção de Livros do jornal “Expresso”. Faz, com Inês Bernardo, o podcast “Biblioteca de Bolso.”

“A dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina, que haveria de ser poetisa, vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.

Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz activista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas “Novas Cartas Portuguesas”, e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa actividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem”.

Patrícia Reis nasceu em Lisboa, em 1970. Estudou História e é mestre em Ciências da Religião. Começou a sua carreira no semanário “O Independente”, tendo trabalhado posteriormente no “Expresso”, “Público”, “Marie Claire”, “Elle”, RDP e RTP. É autora de vários romances e de alguns volumes infantojuvenis, tendo a colecção “Diário do Micas” o selo do Plano Nacional de Leitura. É editora e curadora da multipremiada revista “Egoísta” e coapresentadora do podcast “Um género de conversa”. Escreveu biografias de Vasco Santana, de Maria Antónia Palla (em coautoria com esta jornalista) e de Simone de Oliveira. Assinar a biografia da escritora, poetisa e feminista Maria Teresa Horta foi um desafio que abraçou em 2019. Patrícia Reis escreve sempre na cama com uma almofada em cima do joelho, um caderno e uma caneta na mão.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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