Almada | Conversas com autores Rui Cardoso Martins e José Mário Silva

No dia 20 de Setembro às 21h, na Biblioteca Central de Almada

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A 20 de Setembro às 21h, na Biblioteca Central, José Mário Silva vai estar à conversa com Rui Cardoso Martins, que apresenta o seu último livro “As Melhoras da Morte” (Junho, 2024). A entrada é livre.

Dez anos depois, Rui Cardoso Martins escreveu um novo romance, com o mesmo protagonista do seu primeiro, “E se eu gostasse muito de morrer” (2006). O autor admite em entrevista ao Público, que Cruzeta é um alter ego, que surge agora 20 anos mais velho, mais cínico e sarcástico, a perguntar coisas como “porque não se ergue um monumento à Grande Guerra do Suicídio alentejano?”, ou “porque é que o cante alentejano não tem mais canções de vingança”. Este é o quinto romance do premiado autor, uma comédia negra sobre coisas sérias.

O livro inicia-se com a bebedeira de um homem de há cem anos, um lavrador, que construiu uma torre para ver as luzes da cidade acenderem-se com a chegada da electricidade, o progresso. No Alentejo podemos matar-nos, mas não há de ser de aborrecimento. A morte apoteótica de um amigo de adolescência, Matcha, leva Cruzeta a voltar ao Alentejo. Muitos anos e viagens passaram até chegar o dia do regresso à terra onde até o coveiro se mata. Também a terra é a mesma da do seu primeiro romance, onde se passa mais uma aventura interior, com dores e alegrias, fantasmas e afectos. Chuva de enforcados, monstros na catedral, a cave dos morcegos, um dente pilar do universo, espadas de matar dragões, passarinhos, luas, guerras antigas e novas, um capote napoleónico, aranhas, e o peixe-bolha. Aqui, as pessoas são capazes dos mais fantásticos tipos de grandeza, e não só de misérias. Atravessada a cidade, subida a Serra, haverá esperança para um novo começo? Se há as melhoras da morte, também terá de haver as melhoras da vida.

Rui Cardoso Martins nasceu em Portalegre em 1967. É escritor, cronista e argumentista. É autor dos romances “E se eu gostasse muito de morrer” (2006), “Deixem passar o homem invisível” (2009, Grande Prémio de Romance e Novela APE), “Se fosse fácil era para os Outros” (2012) e “O osso da borboleta” (2014), bem como das coletâneas de crónicas “Levante-se o réu” (2015) e “Levante-se o réu outra vez” (2016, Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários APE), “Passagem pelo Vazio e Outros Contos” (2022). Tem livros traduzidos em diversas línguas, e publicou contos em várias revistas nacionais e internacionais. Licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, foi repórter internacional e cronista do Público na sua fundação, recebeu dois prémios Gazeta e é hoje cronista no Jornal de Notícias. É autor de peças de teatro como a “Última Hora” (Teatro Nacional D. Maria II, 2020) e coautor de “A Sorte Que Tivemos“, comemoração dos 50 anos do 25 de Abril (Teatro Municipal Joaquim Benite, 2024). É argumentista de cinema e televisão, destacando-se nesta área o argumento original do filme “A Herdade” (2019, coautoria), candidato ao Leão de Ouro e Melhor Argumento no Festival de Veneza; as séries policiais da RTP “Sul”, “Causa Própria”, “Matilha” (2019 a 2023, coautor e argumentista); e os filmes “Em Câmara Lenta” (2012), “Zona J” (1998), “Sombras Brancas” (2023, coautoria). Foi cofundador das Produções Fictícias e cocriador e autor dos históricos programas de humor “Contra-Informação”, “Herman Enciclopédia” e “Conversa da Treta”. É professor convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona a cadeira de Arte da Crónica na pós-graduação em Artes da Escrita, e no Departamento de Cinema e Artes dos Media da Universidade Lusófona.

José Mário Silva nasceu em Paris em 1972, e mora em Lisboa. Licenciou-se em Biologia mas acabou por enveredar pelo Jornalismo em 1993, altura em que começou a trabalhar para o “Diário de Notícias”. É autor de três livros: dois de poesia, “Nuvens e Labirintos” (com o qual ganhou o Prémio Literário Cidade de Almada) e “Luz Indecisa”, e um de contos, “O Efeito Borboleta e outras histórias”. Actualmente é crítico literário e coordenador da secção de Livros do jornal “Expresso”. Faz, com Inês Bernardo, o podcast “Biblioteca de Bolso.”

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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