Carris Metropolitana tem novo site
Localização de autocarros, número de passageiros transportados, avisos e dados da operação são algumas das novas funcionalidades
A Carris Metropolitana apresentou na Segunda-Feira, 18 de Novembro, na sede da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), a empresa que gere, coordena e planifica os transportes na Área Metropolitana de Lisboa (AML), um site remodelado que disponibiliza toda a informação sobre o serviço público de transporte prestado, incluindo a localização do autocarro, o número de passageiros transportados, ou horários em tempo real.
Após dois meses do lançamento de uma app onde se pode acompanhar o percurso em tempo real dos autocarros, adicionar paragens e linhas aos favoritos, ou ver que paragens existem numa determinada localização, no novo site estas funcionalidades unem-se a uma série de novidades e melhorias. O objectivo, explica a empresa em comunicado, é “oferecer uma experiência digital mais intuitiva e práctica para todos os utilizadores. O lançamento representa um marco na modernização dos serviços online da Carris Metropolitana, apostando na acessibilidade, personalização e inovação”.
Para Rui Lopo, administrador da TML, o redesenho do site “com novas funcionalidades” passa pela estratégia da empresa de ser “mais transparente naquilo que é o serviço público prestado”, dando mais informação às pessoas, além do acompanhamento que é feito “aos prestadores de serviço que estão no terreno a operar a marca Carris Metropolitana”.
A divulgação de dados sobre a operação é o primeiro passo para criar condições para objectivos mais ambiciosas, mas sem prazo: a empresa pretende chegar ao dia em que os atrasos dos autocarros serão sancionados e deixe de haver pessoas a viajar sem bilhete pago. Antes do surgimento da Carris Metropolitana não havia aferição dos números da operação de transportes. Agora, vamos começar a dar esses dados às pessoas”, revelou.
A entidade que controla a Carris Metropolitana trabalha transportes públicos, “mas é também uma empresa de big data”, que até aqui não aproveitava “os teras e teras [terabytes]” de informação gerada. E, para Rui Lopo, ao haver um tratamento dos dados esbate-se a fronteira entre a percepção e a realidade que caracteriza o sector, que admitiu ser “conservador” sobre a divulgação de números. “Não conheço nenhum operador na Europa que faça isto”, sublinhou.
No que diz respeito às viagens de utentes sem bilhete pago, Rui Lopo referiu que “há dois universos distintos”. “Há quem tenha passe, mas não está validado e há quem não compre bilhete”. Ambos os casos representam entre “6% e 8%” do total de passageiros transportados”. O administrador da TML referiu que a tendência daquela proporção de incumpridores é que “se fixe” naqueles valores, mas adiantou pretender avançar com uma campanha de “sensibilização” das pessoas, lembrando os preços e as condições tarifárias actuais.
O site, indicou, é utilizado por aproximadamente 40 mil pessoas por dia, daí a necessidade de “continuar a actualizar as ferramentas, porque elas hoje em dia são indissociáveis do serviço de transporte”. A aplicação de telemóvel, por exemplo, já conta com 60 mil instalações. “Dão informações às pessoas, permitem que as pessoas interajam com o serviço e é muito importante mantê-las actualizadas e renovadas e cada vez mais próximas e adaptadas à realidade do consumidor”, referiu. O responsável sublinhou que a TML é uma “empresa tecnológica de transportes” a trabalhar diariamente milhões de dados recebidos a cada 10 segundos através de uma consola instalada nos autocarros, que depois são trabalhados para chegar ao público.
“São quatro operadores. Mais de 1.700 autocarros na rua, três mil quilómetros percorridos na Área Metropolitana de Lisboa, 21 mil serviços e cerca de 70 mil pessoas transportadas por dia na AML”, avançou Rui Lopo, caracterizando a complexidade da operação. Os níveis de concretização do serviço encontram-se nos 98%, ou seja, “98% dos serviços planeados são feitos”, indicou, considerando que há pontualmente coisas a corrigir, mas que o serviço está “bastante bom e será para continuar a melhorar para o ano”. “Não me parece que a AML tenha condições físicas [infraestruturas] para chegar aos 99%”, disse Rui Lopo.
Segundo o administrador da TML, há mais de 1700 autocarros nos 18 munícipios da AML, com quatro operadores a transportar cada uma média aproximada de 70 mil pessoas por dia. Outubro trouxe o “recorde” de 17,06 milhões passageiros, situando-se o pico no dia 10, com 688 mil utentes.
Este ano, até ao momento, e de acordo com Rui Lopo, “há um aumento da procura situado nos 26% em toda a AML”, registando a Área 4 (Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal) um aumento de 30%.
No novo site, à semelhança do que acontece com a app para telemóveis, podem ser personalizadas linhas favoritas, para o acesso às informações mais relevantes. Podem ainda ser encontrados avisos (se há condicionamento ou corte de trânsito que possa influenciar a duração do tempo da viagem, por exemplo), e novos filtros de pesquisa, além de dados da operação nos municípios da AML em tempo real.
O site disponibiliza ainda, numa primeira fase, o número de pessoas transportadas em tempo real, bem como o acumulado do dia, do mês e do ano, além da percentagem da operação prevista para o dia que está a ser concretizada. Há ainda a possibilidade de o site ser consultado em inglês, sendo a ideia “dar mais uma ferramenta” aos turistas que usam os transportes públicos; e o design é adaptado a telemóveis e tablets.
Foi construído com recursos internos e em código aberto para que os dados disponibilizados aos utilizadores possam ser integrados noutras plataformas de transportes, como planeadores de viagens em transportes públicos, como o Google Maps, Transit, Moovit ou Citymaper. A nova plataforma também tem um planeador de viagens disponível, que reencaminha o utilizador para o serviço Navegante, também gerido pela TML, que permite planear uma viagem combinando vários modos de transporte.
Além do novo site com novas funcionalidades e dados da operação, está em curso a instalação de 300 pontos de informação digitais nas paragens de autocarro. Os novos pontos são alimentados por energia solar e têm a novidade de apresentarem a hora exacta da chegada de um autocarro, e não a hora estimada.
A Carris Metropolitana opera, desde 1 de Junho de 2022, em quatro áreas, concessionadas a operadores privados distintos, nas quais se incluem os 15 municípios da AML que delegaram as suas competências à TML.
A Área 1 funciona nos concelhos da Amadora, Oeiras e Sintra, tendo como operador a Viação Alvorada. A Área 2, operada pela Rodoviária de Lisboa, abrange Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira. A Área 3 funciona em Almada, Seixal e Sesimbra, tendo como operador a Transportes Sul do Tejo, e a Área 4, que abrange Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, é gerida pela Alsa Todi.
A operação da Carris Metropolitana também abrange ligações aos municípios que não delegaram competências e gerem directamente os transportes concelhios: Barreiro (TBC), Cascais (MobiCascais) e Lisboa (Carris). Encontram-se incluídas na Carris Metropolitana ligações ao Barreiro nas áreas 3 e 4, a Cascais na área 1, e a Lisboa nas quatro áreas.
O contrato da TML com os operadores é de 270 milhões de euros por ano e, segundo Rui Lopo, “os prestadores recebem consoante a distância percorrida”, ou seja, se tiverem uma distância contratada e não a cumprirem são penalizados.
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