Costa da Caparica | Comunidade surfista de luto por João Manarte
Pioneiro do bodyboard faleceu a surfar na Praia Nova
No Domingo, 2 de Novembro, João Alves Manarte, de 47 anos, sentiu-se mal quando estava a surfar na praia Nova, na Costa da Caparica. O pioneiro do bodyboard, morreu de doença cardíaca súbita e inesperada, tendo sido retirado do mar inanimado, cerca das 11h30, em paragem cardiorrespiratória pelos nadadores-salvadores da “Caparicamar”. Apesar dos esforços e das manobras de reanimação durante vários minutos, em pleno areal, não resistiu, e acabou por falecer mais tarde no hospital.
Amante do mar desde muito cedo, passou grande parte do seu tempo entre ondas, amigos e competições locais, sendo visto como um verdadeiro exemplo de paixão e entrega à modalidade. É descrito pelos amigos como um homem generoso, sempre com um sorriso e uma palavra de incentivo. Manarte inspirava quem o rodeava, dentro e fora de água, e era conhecido por ajudar novos atletas e por manter presente a essência do bodyboard. Sempre que o mar o permitia entrava entre a praia Nova, Dragão e Paraíso.
A comunidade surfista caparicana está de luto, e centenas de mensagens nas redes sociais da família e amigos, prestam-lhe homenagem.
A Federação Portuguesa de Surf manifestou o “seu profundo pesar pelo falecimento do bodyboarder João Manarte, figura muito estimada pela comunidade do surf e presença assídua nas ondas da Costa da Caparica. Neste momento de dor, a FPS endereça as mais sentidas condolências à família, amigos e à comunidade de bodyboard da Caparica, unindo-se a todos aqueles que com ele partilharam o amor pelo mar e pelo desporto. O seu espírito e dedicação ao bodyboard permanecerão como exemplo e inspiração para todos.”
A Direcção do Grupo Desportivo dos Pescadores da Costa da Caparica, onde foi jogador, também prestou a sua homenagem publicamente: “em nome do nosso clube, apresenta as sentidas condolências à família enlutada do Sr. João Manarte”
“O MAnaRte (que bonito é ver o mar no seu nome) partiu, hoje, de forma inesperada, trágica e, de certo modo, poética. Morreu onde sempre se sentiu mais vivo: no mar, entre as ondas que o embalavam desde sempre, aquelas mesmas que o faziam sorrir como um miúdo feliz!”, escreveram Maria Alcobia e António Martins, amigos próximos. “Estava a viver uma das fases mais luminosas da sua vida. Ia casar. Tinha sonhos, planos, alegria. E quem o conhecia sabia: o Manarte era daqueles que espalhavam paz. Um homem afável, sereno, com o olhar calmo de quem entende o ritmo do oceano. A morte precoce nunca é justa, mas esta, dói de uma forma especialmente cruel. Que as ondas te levem leve, e que o horizonte te receba em paz”, acrescentou.
Já Carlos Mariano, outro amigo do seu círculo próximo, escreveu: “Porra, Manarte! Mas que brincadeira de mau gosto é essa, que dizem que hoje surfaste a tua última onda? Que conversa é essa, que dizem que morreste no mar que era a tua segunda casa, onde partilhámos tão bons momentos, tantos dias clássicos e outros nem por isso, tantas horas de treta na Miramar do nosso amigo Nuno Fontinha… mas que porra é esta que me dizem que partiste? Nunca foste um amigo íntimo, mas alguém com quem partilhava uma paixão, um vício, uma linguagem comum. Amigos de circunstância, talvez, mas unidos pelo sal. O mesmo que hoje rola pela face de tanta gente. Um pouco pela minha, também, confesso. Mas que porra foi esta, que miséria, que foste embora e contigo levaste um bocadinho das nossas vidas, ali, à beira-mar. Vemo-nos um dia destes, espero, em eterno off-shore. Aloha, meu amigo. Boas ondas!”
O Almada Online endereça os seus sinceros sentimentos à família, amigos e comunidade surfista.
bodyboard, Costa da Caparica, Desporto, João Manarte, Obituário
