Pragal | Enfermeiros em protesto no Garcia de Orta
SEP realizou conferência de imprensa à porta do HGO, na passada Quarta-Feira, 31 de Janeiro
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) alertou, no dia 31 de Janeiro às 11h, para a necessidade de medidas que retenham profissionais no Serviço Nacional de Saúde e evitem um novo êxodo para unidades privadas ou para o estrangeiro. O SEP realizou na Quarta-Feira passada uma conferência de imprensa na porta principal do Hospital Garcia de Orta (HGO), no Pragal, para denunciar esta situação. No local, estiveram também vários enfermeiros em protesto.
Segundo Zoraima Prado, Coordenadora da Direção Regional do SEP de Setúbal, “os enfermeiros estão em exaustão e só no Hospital Garcia de Orta, dos 78 enfermeiros, 63 pediram para sair dos serviços onde estão por essa razão.”
A realidade deste hospital, “que deveria ter uma equipa de pelo menos 130 profissionais”, adiantou, “é uma amostra do que se passa em todas as unidades hospitalares do país e em muitos casos os enfermeiros acabam por sair, não só do SNS como do país.”
“Todos os serviços hospitalares estão com um défice de 40 por cento dos enfermeiros”, frisou Zoraima Prado em declarações à agência Lusa.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considera que a saída de profissionais do SNS e consequente falta de meios contribuem para a elevada mortalidade constatada e, alertou para novos problemas criados em algumas Unidades Locais de Saúde.
O SEP adiantou em declaração aos jornalistas presentes, que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo “não acautelou a vinculação de enfermeiros com vínculo precário e, não finalizou o processo de avaliação e progressão de muitos dos enfermeiros, mantendo dívidas das progressões que não concretizaram, algumas com retroactivos por pagar há mais de dois anos.”
E em alguns casos, refere o sindicado, “como é exemplo o Hospital Garcia de Orta, actual Unidade Local de Saúde de Almada Seixal [USLAS], têm progressões para concretizar há mais de um ano e processos de Avaliação do Desempenho por finalizar”.
“O trabalho extraordinário avoluma-se. Mesmo em serviços que chegaram a ‘dispensar’ enfermeiros e diminuir o número de camas para internamento e que têm agora que ser reabertas, como seria previsível, não conseguem assegurar condições seguras para a prestação de cuidados a estes doentes por falta de profissionais”, adianta o SEP em nota explicativa sobre a iniciativa de Quarta-Feira.
A 1 de Fevereiro o SEP enviou um manifesto a todos os partidos políticos sobre o estado actual da enfermagem, que pode ser lido aqui.
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