Infecções respiratórias: cuidados e medidas a adoptar

A DGS recomenda a vacinação e etiqueta respiratória utilizada durante a pandemia

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) informa que os casos de gripe ainda vão aumentar muito nas próximas duas semanas em Portugal, o que se irá reflectir numa maior afluência às urgências hospitalares e a outros serviços de saúde. O último boletim de vigilância epidemiológica da gripe do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) registou, entre 30 de Dezembro e 5 de Janeiro, actividade gripal epidémica com tendência crescente, nomeadadamente das infecções respiratórias agudas graves.

Todos os cidadãos têm responsabilidade na protecção individual e colectiva face à propagação dos vírus gripais e de outras infecções respiratórias, que deve ser garantida pelo cumprimento das regras de etiqueta respiratória.

A indicação dada pela DGS, é que quem integra grupos de risco e ainda não se se vacinou deveria fazê-lo, pois esta é a melhor forma de prevenção da doença severa, ou uma infeção respiratória grave. Para quem já tem sintomas de gripe ou de infecção respiratória, as medidas de prevenção da transmissão aos outros e de proteção própria são as mesmas utilizadas para o SAR-COV-2: uso de máscara; lavagem das mãos; evitar espaços fechados ou mesmo a actividade social, sobretudo se estiver em contacto com pessoas que saiba que são de risco para doença mais severa.

Durante a pandemia ficou comprovado que todas estas medidas foram eficazes para evitar a transmissão do SARS-CoV-2, e de quase todos os outros vírus respiratórios, incluindo a gripe, que também estiveram ausentes durante esse período. Estas medidas podem e devem ser utilizadas nestas alturas.

O que os dados mostram é que desde o início de Dezembro de 2024 tem havido um aumento da circulação do vírus da gripe que está a provocar infeções respiratórias. É normal que após o período do Natal, Ano Novo e regresso às aulas haja um aumento da transmissão do vírus, devido à maior proximidade entre as pessoas em locais fechados.

Até ao momento, em Portugal o vírus detectado com maior frequência é o Influenza do tipo B. É um vírus humano, sazonal, que só circulou já no fim da época gripal do ano passado, mas não circulava como predominante desde 2019, antes da pandemia.

A actividade gripal em Portugal é normal, não tendo sido detectado a nível virológico nenhuma característica que possa ser associada a uma maior severidade das infecções respiratórias. No entanto, na primeira semana de Janeiro houve um impacto na mortalidade acima do esperado nos idosos com mais de 85 anos, e nas mulheres.

O surgimento de infecções respiratórias na época de Inverno, como é o caso da gripe B, leva a um aumento de pressão sobre os cuidados de saúde primários e hospitalares, o que tem obrigado alguns hospitais a activarem os seus planos de contingência para responder à crescente procura.

O que os dados e o conhecimento de outras épocas gripais têm mostrado é que, normalmente, a actividade gripal mais intensa pode durar entre 4 a 8 semanas. É de esperar que durante o mês de Janeiro, ou mesmo até Fevereiro, possa haver um aumento da intensidade da actividade gripal. No fundo, é uma época gripal com características normais, em que ainda não foi atingido o pico.

Caso tenha sintomas de gripe, ligue à Saúde24 (SNS24) antes de se dirigir a um Hospital ou Centro de Saúde.

©SNS24 / Etiqueta respiratória

Diferenças entre a gripe A e a B

Os sintomas e formas de transmissão são semelhantes, mas uma das grandes diferenças entre as duas estirpes é que a gripe B é exclusivamente transmitida entre humanos, enquanto a A pode ser transmitida aos animais.

Por estar em constante mutação, a estirpe A é mais difícil de controlar através da vacinação, e tem um potencial epidémico superior à da B. “A nível funcional, o tipo B causa uma doença que é mais leve e é um vírus mais estável, muda muito menos, logo, o potencial para criar pandemias é muito menor, a hipótese de surpreender com uma transformação do vírus que venha depois afetar o sistema imunitário é muito menor”, explica Miguel Castanheiro, investigador no Instituto de Medicina Molecular.

Quais os sintomas da gripe B?

Os sintomas da gripe B incluem mal-estar, febre baixa, dores musculares e nas articulações, dores de cabeça e de garganta, tosse e congestão nasal. Segundo informação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “nas crianças pode também ainda existir dificuldades respiratórias, diarreia, náuseas ou vómitos e rinite”. Quem tem doença crónica, seja ela respiratória, cardíaca ou outra, deve estar sempre mais atento ao arrastar de sintomas, como febre acima dos 39 graus, tosse que não passa e é forte. São sinais de alguma preocupação se se prolongarem durante mais de cinco a sete dias.

Como se transmite?

Seja do tipo A ou B, o vírus da gripe é transmitido por via respiratória através do contacto próximo com pessoas infectadas ao, por exemplo, tossir, espirrar ou até mesmo falar perto da pessoa. A transmissão pode ainda ser feita através do contacto directo com as mãos, por exemplo, ou com superfícies contaminadas.

Segundo a DGS, é aconselhada a utilização de máscara a todas as pessoas com sintomas de infecção respiratória, de forma a diminuir a transmissão do vírus.

Qual é o tratamento indicado?

O tratamento da gripe passa, geralmente, pelo alívio dos sintomas – como a febre ou dores, por exemplo – através da medicação apropriada. A maioria das pessoas recupera após cerca de uma semana. É recomendada também a utilização de soro fisiológico para aliviar a congestão nasal. 

Será importante ter um menor contacto com outras pessoas, de forma a diminuir o contágio. O pico de transmissão ocorre entre 24h a 48h depois do início dos sintomas.

Caso queira saber mais consulte as perguntas e respostas do SNS24 aqui.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

Um pensamento em “Infecções respiratórias: cuidados e medidas a adoptar

Comentários estão fechados.