Sobreda | Duas novas exposições no Solar dos Zagallos
"Dusk, Dawn, Light" de Xana Nunes, e "O real e o imaginário, intervenções" de Paulo Óscar
Resultado da Open Call de de 2024, duas novas exposições são inauguradas a 16 de Novembro às 15h no Solar dos Zagallos, na Sobreda. “Dusk, Dawn, Light”, de Xana Nunes e “O real e o imaginário, intervenções”, de Paulo Óscar, estarão patentes ao público até 4 de Janeiro de 2025, e podem ser visitadas de Terça a Sábado entre as 10h e as 13h, e das 14h às 18h. A entrada é livre.
“Dusk, Dawn, Light” metamorfose e renascimento
Em “Dusk, Dawn, Light”, o mergulho que damos dentro de nós mesmos é talvez aquele que nos leva a águas mais profundas. Imersos na escuridão interior identificamos com maior facilidade as fontes de luz em direcção às quais queremos caminhar, avançamos em silêncio num espaço que é nosso e onde, por isso mesmo, ecoam todas as vidas que tivemos ao longo da vida.
“Dusk, Dawn, Light” é uma história de metamorfose e renascimento, que resulta de um destes mergulhos ao interior da alma. O amor pela arte da fotografia e pelas viagens, alia-se a um trabalho de auto-descoberta e às histórias do passado de quem já esteve dos dois lados da objectiva.
“Esta semana é muito especial para mim, pois é a montagem da minha primeira exposição de fotografia. Sempre fui uma criativa, mas como muitos de vós, em modo “marca branca” para as marcas que representei. Neta de fotógrafos e com esse ADN no sangue, a minha família encorajou-me a mostrar o meu trabalho de fotografia”, explica a autora.
“O real e o imaginário, intervenções”, o vazio activo
No seguimento dos trabalhos desenvolvidos “entre o céu e a terra” onde se reflecte, sobre o espaço imaginário compreendido entre estes dois espaços, através da concepção de objectos estruturados e abertos onde a sombra compreende o seu volume, iniciaram-se uma série de experiências técnicas e conceptuais que se têm desenvolvido nestes últimos anos, procurando explorar o desenho a partir da observação de elementos vegetais, explorando a representação da matéria e forma através da linha. Estas representações não são desenhos científicos, mas sim interpretações das formas pré existentes, procurando texturas, volumetria e espacialidade, através do seu percurso de baixo da terra até ao céu.
A união dessas duas abordagens, escultura e desenho, são a forma de materializar a linha. Desta forma, a linha entrelaça-se para representar algo em constante formação, sugerindo que, o vazio entre elas, as linhas, é um elemento significativo. Esse vazio transforma-se num “intervalo” ou hiato que configura e define o espaço, tornando-se tão presente quanto a própria matéria dos objectos e do desenho.
Assim, este trabalho explora uma relação entre o que está presente e o que está ausente, entre o que é definido pela forma e o que é sugerido pelo espaço. Como resultado, o vazio que existe não é apenas um espaço inerte, mas um elemento activo que contribui para a construção de significado e que sugere uma coexistência entre o visível e o invisível, o real e o imaginário.
Paulo Óscar nasceu em 1959. Cursou Artes do Fogo na Escola António Arroio em 1980/82. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian entre os anos 1982/84 e 1992/93. Artisticamente, começou a expor em 1985, apresentando desde sempre, uma forte ligação à cerâmica. Na sua obra, recorrendo sobretudo aos métodos arcaizantes, utiliza geralmente pastas rústicas em ocres vermelhos e amarelos, criando diferentes estruturas num corpo singular que se desmultiplica.
O Solar dos Zagallos encerra aos Domingos, Segundas e feriados.