Sobreda | Inauguram duas novas exposições nos Zagallos

"Madrugada" de Fátima Frade Reis e, "Morada-Memória, Rés-do-Chão" de José Cavalhero, podem ser visitadas até 27 de Abril

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Dia 2 de Março às 15h, inauguram duas novas exposições resultantes da Open Call 2024, no Solar dos Zagallos, na Sobreda, que ficarão patentes até 27 de Abril. A entrada é livre.

“Madrugada”, a exposição de Fátima Frade Reis é resultado da Open Call 2024 e, inspirada no poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, “Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo”, que evoca a revolução de Abril. “Que este dia adquira as formas puras. Simultaneamente vivas e suaves, de um mar sempre presente na obra da poetisa. Nos espaços vão surgindo linhas, primeiro a tinta-da-china, depois gravuras, produzindo reflexos, integrando estruturas. Cor e forma, volume e luz. No papel reside uma promessa longamente pensada durante a noite”, pode ler-se na apresentação da exposição. 

Fátima Frade Reis reside e trabalha em Lisboa, fez o Curso Avançado de Artes Plásticas do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa entre os anos de 2014 e 2016 e um projecto individual de artes plásticas em 2017. Tem um mestrado em Engenharia Informática e Telecomunicações, perfil Multimédia, pelo ISTA – ISCTE – IUL, concluido em 2008. O percurso artístico de Fátima Frade Reis tem vindo a ser criado a partir de uma interpretação muito pessoal do ofício e dos processos de utilização do espaço e da cor no tecido e no papel.

“Morada-Memória, Rés-do-Chão”, de José Cavalhero, inspira-se em casas e edificações em ruína que constituem a paisagem de Portugal, a partir das quais são criadas pinturas e colagens, “numa recomposição-síntese das estruturas daquelas memórias físicas, que se condensa em monoblocos, sobrepondo cores, texturas, opacidades e transparências. São moradas compactas de memórias extrapessoais e diversificadas, que se deram no encontro entre o artista e as ruínas. Não se pretende o que pode ser reconhecível no desconhecido. O que se quer é produzir diferença no espaço-memória do espectador ao encontrar-se no vão existente entre memória pessoal e extrapessoal.”

José Cavalhero é brasileiro, residente em Portugal, artista plástico e educador, formado em Artes Plásticas na Fundação Armando Alvares Penteado, em São Paulo. É pós-graduado em Psicologia Clínica do Núcleo da Subjectividade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/Brasil (PUC- SP) e psicanalista em formação pela ALCEP – Curitiba/Brasil. Actua na formação de professores em diversos contextos da educação formal e não formal. Coordenou grupos de artistas-professores nos ateliês de artes visuais para deficientes do Instituto Rodrigo Mendes, em São Paulo. Pesquisa a abordagem educativa de Reggio Emilia desde 2001.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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