Utentes denunciam falta de condições nos centros de saúde

A Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Almada (CUSCA), denuncia em comunicado enviado às redacções “a falta de condições de trabalho e de espera que se fazem sentir nas Unidades de Saúde Familiar (USF), devido à inexistência de climatização, com reflexos graves para os utentes e profissionais.” Esta realidade foi identificada em nove unidades, das onze existentes.

A CUSCA afirma que lhe têm sido feitas reclamações e relatos “de situações dramáticas, inaceitáveis, com utentes em mau-estar nas salas de espera, médicos que para garantirem as consultas, foram obrigados a adquirir equipamentos portáteis de ar condicionado/ventiladores, às suas expensas, para tentar minimizar o problema.”

Apesar deste problema não ser recente, pois “há muito que os equipamentos de ar condicionado estão obsoletos. No presente, agudizaram-se a extremos pela reiterada inoperância, primeiro da Tutela e agora da Câmara Municipal de Almada (CMA), ao abrigo da descentralização de competências na área da Saúde.”

“Tivémos uma reunião na Charneca da Caparica, em que nos foi dito pelos técnicos de saúde do centro dessa freguesia, que quando está muito calor estão a atender os doentes a pingar suor, e a CMA não arranja o ar condicionado, como foi pedido. Os profissionais de saúde deste centro Já nos disseram, que nas próximas vagas de calor intenso fecham depois das 11h, e que todos estão informados deste assunto, a CMA e a ULSAS. Estas obras são da responsabilidade da CMA. Os técnicos de saúde com esta decisão só estão a cumprir as regras de saúde e de higiene no trabalho.”, explicou anteriormente ao Almada Online, Luísa Ramos da CUSCA.

Segundo a CUSCA, a CMA tem conhecimento desta situação “catastrófica, que perdura no tempo”, que pode conduzir ao encerramento de algumas USF´s nos períodos de temperaturas mais elevadas, com grave prejuízo para os utentes,” mas não adopta as medidas de emergência que lhe compete, nomeadamente a aquisição imediata de equipamentos de ar condicionado, justificado pela urgência do procedimento.”

A CUSCA solicitou esclarecimentos sobre este assunto à CMA a 17 de Junho e 9 de Julho, “em concreto sobre a USF na Charneca de Caparica. Esta limitou-se a informar o encaminhamento do assunto para o gabinete da Sra. Vereadora do Pelouro.” 

No dia 23 de Julho a CUSCA “em solidariedade para com os profissionais e grande preocupação com os utentes”, exigiu à Ministra da Saúde e à Presidente da CMA “a adopção imediata de medidas de emergência para resolver a situação.”, mas não obteve resposta até ao momento. 

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