A verdade da mentira: o chumbo do orçamento
Uma das maiores mentiras divulgadas é que, com o chumbo do orçamento, projetos fundamentais como os centros de saúde e a Loja do Cidadão financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não poderão avançar. Isto é falso.
Nos últimos dias, temos assistido a uma autêntica campanha de desinformação sobre o chumbo do orçamento da Câmara Municipal de Almada para 2025. É fundamental que os almadenses saibam a verdade e não se deixem enganar por narrativas alarmistas que visam mascarar a má gestão da atual maioria socialista e a irresponsabilidade cúmplice do PSD.
Uma das maiores mentiras divulgadas é que, com o chumbo do orçamento, projetos fundamentais como os centros de saúde e a Loja do Cidadão financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não poderão avançar. Isto é falso.
Os projetos financiados pelo PRR têm fundos garantidos e vinculados, e a execução dessas obras depende de contratos já aprovados e compromissos assumidos com o Estado e a União Europeia. O chumbo do orçamento não afeta esses contratos, nem impede a sua execução. No entanto, se esses projetos ainda não foram contratualizados, a verdadeira pergunta é: para que serviram os últimos sete anos?
Foram necessários dois mandatos completos para planear estas intervenções, ou estavam a ser guardadas estrategicamente para o ano eleitoral? A Loja do Cidadão, por exemplo, continua uma promessa por concretizar, e o mesmo se aplica à Polícia Municipal, aprovada no primeiro mandato e que, até agora, continua apenas no papel. Seria agora, a meses das eleições, que de repente tudo iria sair do papel?
Outra falsidade repetida é que o chumbo do orçamento resultará em mais encargos para os cidadãos. Este argumento não tem qualquer fundamento.
A Câmara Municipal continuará a funcionar com o regime de duodécimos, assegurando todas as despesas correntes e mantendo os serviços essenciais. Mais do que isso, esta situação obriga a autarquia a gerir com maior transparência e responsabilidade, evitando despesas supérfluas e investimentos questionáveis. A grande questão não é a falta de dinheiro, mas sim como ele é gasto.
Há também quem queira fazer crer que Almada ficará sem os 180 milhões de euros previstos no orçamento. Isto é outra manipulação da realidade.
As receitas municipais continuarão a existir e a entrar nos cofres da autarquia. Em 2024, Almada arrecadou mais de 50 milhões de euros em receitas correntes só em impostos diretos. Esse dinheiro não desaparece com o chumbo do orçamento. O que muda é a necessidade de gastar esses recursos com maior responsabilidade e rigor.
O PSD, que durante sete anos foi a muleta fiel do PS, agora tenta distanciar-se num golpe eleitoral oportunista. Mas essa fuga não é uma desgraça para Almada; pelo contrário, revela a verdadeira natureza dos dois partidos: duas faces da mesma moeda.
A cumplicidade do PSD permitiu ao PS governar sem transparência e sem prestar contas. O voto contra o orçamento surge apenas como uma jogada política para iludir os eleitores, tentando esconder o papel que desempenharam no passado recente. No entanto, esta rutura não apaga sete anos de apoio incondicional às políticas erráticas do PS, deixando Almada com projetos por cumprir e promessas adiadas.
O chumbo deste orçamento não é um bloqueio ao progresso. Pelo contrário, é um passo em direção a uma gestão mais responsável e eficiente. É um sinal claro de que a oposição está atenta e não permitirá que o dinheiro dos contribuintes seja mal gasto.
O que faz falta a Almada é um orçamento que sirva os cidadãos e que promova uma Almada moderna, eficiente e sustentável. Os Almadenses devem lutar por transparência, rigor e pela defesa dos seus interesses e não os de quaisquer narrativas políticas.
Não nos deixemos enganar por narrativas de medo. Exijamos responsabilidade. O futuro de Almada merece ser construído com verdade e compromisso.
Almada Online, Crónica, IL, Opinião, Valter Ferreira