Almada | Mulher em coma após ser espacada pelo companheiro (actualizada)
Ataque brutal deixa vítima desfigurada e em estado crítico
Uma mulher de 37 anos, encontra-se em coma induzido no Hospital Garcia de Orta de Almada, depois de ter sido agredida de forma muito violenta a murro e pontapé, pelo seu companheiro de 40 anos. Presentes no local estavam os seus cinco filhos menores, um dos quais um bebé com 11 meses.
As violentas agressões ocorreram em casa do casal na Avenida D. João I. A PSP foi alertada pela meia noite de Domingo passado, 19 de Maio, para uma ocorrência de violência doméstica, e fez deslocar ao local o carro patrulha da Esquadra do Pragal, mas na habitação perceberam que o crime configurava uma tentativa de homicídio.
Foram os filhos mais velhos da vítima quem deu o alerta. As crianças de 14, 11 e 9 anos saíram de casa, deixando os irmãos de 6 anos e 11 meses, e entraram num restaurante próximo, onde pediram ajuda. “Por favor, ajudem-me! A minha mãe está morta”, terá dito o mais velho. Vizinhos e clientes do restaurante ainda tentaram entrar na habitação sem sucesso. A Polícia de Segurança Pública não terá também conseguido, pois o suspeito barricou a porta, só conseguindo entrar mais tarde, passando pela varanda de um vizinho.
Ao entrarem na casa, os elementos da polícia encontraram a mulher já “prostrada no solo”, enquanto o suspeito tentava “impedir o acesso ao seu corpo”. O homem começou por não acatar as ordens da polícia para se afastar, mas acabou por ser algemado. Foram precisos vários polícias para travar o agressor, que mais tarde na esquadra, tornar-se-ia mais violento.
No local verificou-se que a vítima sofreu várias agressões através de força física e que se encontrava desfigurada. A violência das agressões foi tal que a vítima sofreu um afundamento craniano, por ter sido projectado contra uma superfície dura. Está desde a tarde de Domingo em coma induzido, em estado crítico nos Cuidados Intensivose do Hospital Garcia de Orta (HGO).
Os cinco menores, entre os quais um bebé com 11 meses, foram entregues aos cuidados progenitor das quatro mais velhas. Quatro destes são apenas filhos da vítima, não do agressor. A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) foi informada sobre esta situação.
O agressor foi detido em flagrante delito pela PSP por tentativa de homicídio e violência doméstica. A Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária de Setúbal foi chamada ao local para realização de exames periciais e aguarda que o homem, ao encargo da PSP, seja presente a tribunal para prosseguir com as diligências subsequentes. O suspeito será presente a Tribunal para aplicação de medidas de coacção.
Actualização 21-05-2024 – O Tribunal de Almada decidiu colocar em prisão preventiva o agressor.
Este é considerado até pela polícia um caso raro dado a intensidade da violência. Os agentes da PSP depararam-se com vestígios de sangue por toda a casa, em especial na casa de banho. A polícia acredita que enquanto a vítima deambulava pela casa já ensanguentada, o agressor continuou com actos de violência. O que viram foi “um cenário de destruição absoluta”, segundo disse fonte policial à TVI. Ainda segundo as autoridades, o homem, de 40 anos, chegou a casa já de noite no Domingo e pediu 200 euros à vítima, uma mulher de 37 anos, que terá dito que ia levantar o dinheiro e foi nesse momento que começaram as agressões.
Segundo a mesma fonte o suspeito é toxicodependente. Este é o primeiro episódio de violência doméstica de que há registo deste homem, mas não será o primeiro. A vítima já teria confidenciado a uma pessoa próxima que o companheiro a maltratava e tinha muitos ciúmes do bebé. Depois do nascimento, as discussões terão aumentado. A vítima já teria sido vítima de violência doméstica numa anterior relação (que não o pai dos filhos) e teria vivido numa casa-abrigo.
Nota da redacção: A violência doméstica é considerada um crime público e denunciar é uma responsabilidade colectiva.
Se é vítima de violência doméstica peça ajuda. O Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica é um serviço telefónico de informação gratuito, anónimo e confidencial que funciona 24 horas por dia / 365 dias por ano, para apoiar vítimas de violência doméstica através do número 800 202 148. Se não pode ou não quer telefonar, envie uma mensagem para a Linha SMS 3060, também ela gratuita e confidencial. A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) tem ainda em funcionamento um serviço de correio eletrónico para colocar questões, pedidos de apoio e de suporte emocional: violencia@cig.gov.pt.
Pode também contactar a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) das 8h às 23h através do número gratuíto 116 006.
Almada, Brigada de Homicídios, crime, espancamento, flagrante delito, HGO, PJ Setúbal, PSP, tentativa de homicídio, violência doméstica