Almada | O Brutalista
Um filme de Brady Corbet em exibição no Auditório Fernando Lopes-Graça, dia 5 de Março às 21h
Estamos em 1947, László Tóth (Adrien Brody), um arquitecto húngaro de raízes judaicas, formado na Bauhaus, sobrevive ao Holocausto e chega aos Estados Unidos para começar uma nova vida enquanto aguarda a chegada da mulher, Erzsébet (Felicity Jones), retida na Europa de Leste com a sobrinha, Zsófia (Raffey Cassidy), após a guerra. O que László encontra é uma América muito diferente daquela que esperava e a promessa do sonho americano revela-se ilusória. László fixa-se em Filadélfia, onde fica a trabalhar com Attila (Alessandro Nivola), um primo, numa empresa de mobiliário. A reputação como arquitecto de sucesso em Budapeste de nada vale na Pensilvânia industrializada. László e Erzsébet suportam a pobreza e a indignidade. Algum tempo depois, são chamados para renovar a biblioteca de Harrison Lee Van Buren (Guy Pearce), um industrial rico que, num momento de raiva, os despede sem pagamento. Anos mais tarde, Harrison volta para saldar a dívida, explicando a László que o seu trabalho foi muito elogiado e que o quer contratar para construir um centro comunitário em honra da falecida mãe. Será o projecto mais ambicioso da carreira de Tóth que terá de equilibrar a sua visão intransigente e a influência do patrono.
O filme é um drama histórico sobre a reconstrução da América dos anos 1940, com três horas e meia de duração e 15 minutos de intervalo pelo meio. O Brutalista é uma recriação detalhada da América no pós-guerra, simultaneamente esperançoso e sombrio, é uma exploração do poder do dinheiro e do privilégio, onde o trauma histórico exerce sempre uma força opressiva. É ainda um filme sobre a visão criativa do futuro, identidade, arte, sacrifício, as dificuldades da imigração e o peso da história recente da humanidade.
Do design minimalista e uso de materiais crus, a arquitectura brutalista visa a criação de algo voltado para a sua funcionalidade e os seus habitantes.O Brutalismo pode não ter bases graciosas, mas é um estilo que reconhece o valor da simplicidade. Críticos, porém, associam essa linha de design a coisas frias, sem alma e ao totalitarismo, em parte devido a como esta escola, amplamente aplicada em prédios do governo da época, se tornou inseparável da antiga União Soviética aos olhos ocidentais. O filme aproveita o acto da construção para falar sobre nações e os seus povos.
Brady Corbet nasceu em 1988, nos Estados Unidos. Começou a sua carreira cinematográfica enquanto jovem actor em filmes como “Pele Misteriosa” (2004), de Gregg Araki, “Brincadeiras Perigosas” (2007), de Michael Haneke, “Melancolia” (2011), de Lars Von Trier, “As Nuvens de Sils Maria” (2014), de Olivier Assayas e “Força Maior” (2014), de Ruben Östlund. A preferência de Corbet por um cinema mais autoral é evidente e presente na sua obra enquanto realizador. Em 2015, realizou a sua primeira longa-metragem, “A Infância de um Líder”. O filme estreou-se no Festival de Veneza, onde venceu o Prémio Luigi de Laurentiis para Melhor Primeira Obra e o Prémio de Melhor Realização. Em 2018, realizou “Vox Lux”, apresentado na Competição Oficial do Festival de Veneza. “O Brutalista” (2024), o seu filme mais recente, marcou a sua terceira participação enquanto realizador no Festival de Veneza e foi um dos filmes mais bem-recebidos.
Filme da selecção oficial na 81ª edição do Festival de Veneza, em competição. Vencedor do Leão de Prata para a melhor realização e do prémio Fipresci, atribuído pela crítica internacional. Foi considerado um dos dez melhores filmes de 2024 pelo American Film Institute e pelo The Guardian, e teve sete nomeações para os Globos de Ouro, vencendo nas categorias de Melhor Filme Dramático, Melhor Actor (Andrien Brody) e Realizador. Nos Bafta venceu nas categorias de Melhor Realização, Melhor Actor (Brody), Melhor Fotografia e Melhor Banda Sonora. Foi nomeado a 10 Óscares e venceu nas categorias de Melhor Actor Principal (Brody outra vez), Fotografia e Banda Sonora.

Ficha Técnica:
Título original: The Brutalist
Realização: Brady Corbet
Argumento: Brady Corbet, Mona Fastvold
Produção: Brady Corbet, Nick Gordon, D.J. Gugenheim, Andrew Lauren, Trevor Matthews, Andrew Morrison, Brian Young
Elenco: Adrien Brody, Guy Pearce, Felicity Jones, Joe Alwyn, Raffey Cassidy, Stacy Martin, Isaach De Bankolé, Alessandro Nivola, Ariane Labed, Michael Epp, Emma Laird, Jonathan Hyde, Peter Polycarpou, Maria Sand,
Fotografia: Lol Crawley
Música: Daniel Blumberg
Edição: Dávid Jancsó
Género: Drama histórico
Origem: Reino Unido, Estados Unidos da América
Ano: 2024
Duração: 215 min.
Classificação: M/16
Preço: 3,00€ (desconto de 50% jovens e séniores).
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