Almada | Uma pedra no sapato

Estreia a 29 de Junho pelas 18h, no Salão das Carochas. Em cena até 20 de Julho.

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A Arte 33 leva ao palco do Salão das Carochas, em Almada, “Uma Pedra no Sapato”, um texto original com encenação de Ana Nave. A peça de teatro comunitário estreia a 29 de Junho às 18h, e estará em cena até 20 de Julho, de Quinta a Sábado às 21h e Domingos às 18h.

A acção passa-se na antiga Ermida do Espírito Santo em Almada, actualmente conhecida como Salão das Carochas. A partilha deste espaço como sala de ensaios cria conflitos e discussões. Algumas personagens querem representar textos teatrais com fortes ligações à cidade, como Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett ou o Auto da Índia, de Gil Vicente. Outros querem fazer um espectáculo experimental, partindo de improvisações sobre a chegada dos Fenícios a esta margem, ou recriar o episódio do Cerco de Almada, narrado na crónica de Fernão Lopes. Outros ainda insistem num espectáculo de teatro musical, não fosse Almada o berço de tantas bandas históricas da música portuguesa.

Em tom de comédia, o conflito vai revelando onze personagens que passam pela história e memórias da vila e cidade de Almada, separada e ligada a Lisboa pelo Tejo, que afasta e aproxima as margens opostas e as suas gentes, gerando uma paisagem e um ambiente sócio-cultural único. Uma paródia, com momentos musicais, a partir de momentos factos e ficções que têm Almada e a paisagem como cenário. O discurso colectivo explora situações, em que algo terá acontecido aqui e não em outro lugar. Um território propício ao surgimento de obstáculos e incómodos ao exercício do poder autocrático.

A situação geográfica de Almada na margem do Tejo em frente a Lisboa, contribuiu para se criar uma imagem de oposição face à capital e ao poder central. Considera-se que os “mitos fundadores”, do que sejam as identidades colectivas almadenses, se construam a partir de acontecimentos factuais ou imaginários, em que as resistências e oposições, revoltas e revoluções, ocorreram neste território, definindo por vezes o rumo da história nacional. 

“Uma Pedra no Sapato” inscreve-se nas novas dramaturgias e que parte da pesquisa, feita em parceria com o Centro de Arqueologia de Almada (CAA), sobre factos, ficções e mitos fundadores da cidade de Almada, para a criação de um espectáculo teatral. Esta é uma obra que nasceu de um projecto de teatro comunitário, iniciado em 2024, com mais de 250 horas de formações abertas à participação da comunidade e que parte em busca da identidade colectiva de Almada.

©José Frade / Arte33 / Fotografia passa-se na antiga Ermida do Espírito Santo, actualmente Salão das Carochas.

Ficha Artística e técnica


“Uma Pedra no Sapato”, de Francisco Silva e Rui Silvares
Dramaturgia: Ana Nave e Rui Silvares
Direcção de produção: Josefina Correia
Interpretação: Ana Saltão (Bora Leal), António Olaio (Ginja da Piedade), Carlos Antunes (Julinho da Praça), Elsa Viegas (Tina Clandestina), José Vaz de Almada (Sebastião do Calhambeque), Francisco Silva (Virgílio), Carla Antónia Silva (Manuela de Castro & Castro), Cláudia Martins (Gina Comunista), Fernando Emanuel Pinheiro (Paulo Gordo), Isabel Martins (Isaura da Lenha), Raquel Caldeira (Silvie Breton)
Cenografia: Rui Pinto
Figurinos: Alice Rolo
Adereços: Cláudia Martins
Direcção musical e coros: Rui Oliveira
Desenho de luz: Gabriel Orlando
Fotografia de cena: José Frade
Hair Styling: Ana Saltão
Grafismo: Eva Nave

Os bilhetes custam 10€, com desconto para grupos de 5 pessoas, jovens e séniores e podem ser adquiridos aqui. Os contactos para reservas são: 96 221 59 29 / arte30e3@gmail.com

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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