Ambientalistas exigem mobilidade mais sustentável entre as margens do Tejo
Organizações defendem reforço dos transportes públicos ferroviários e fluviais
Dezasseis organizações e movimentos ambientalistas apelam ao Governo, autarquias e entidades responsáveis pelo planeamento e mobilidade, para que reforcem o transporte público ferroviário, fluvial e rodoviário entre as duas margens do rio Tejo, na Área Metropolitana de Lisboa (AML), em vez do transporte individual.
Em comunicado enviado às redacções, as organizações e movimentos referem que uma resolução recente do Conselho de Ministros determinou à Infraestruturas de Portugal (IP) o desenvolvimento de projectos prioritários, incluindo o estudo para o túnel rodoviário imerso entre a Trafaria e Algés.
“A mobilidade neste eixo é um desafio urgente, mas a solução não deve passar pela criação de mais infraestruturas rodoviárias que apenas perpetuam a dependência do automóvel e vão contra a estratégia climática nacional, que vincula o país a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.”, lê-se no comunicado.
Em alternativa, os ambientalistas defendem que esta ligação deve “basear-se em modelos de transporte mais eficientes, ecológicos e inclusivos, nomeadamente através do reforço dos serviços ferroviários e fluviais”.
Entre as medidas de “baixo e médio investimento e curto prazo”, em alternativa ao “projecto faraónico” do túnel, a nível fluvial apontam a “melhoria da qualidade do serviço fluvial no rio Tejo”, investindo “na frequência e qualidade das ligações fluviais, especialmente na ligação Trafaria-Belém, tornando-a uma alternativa eficaz ao transporte rodoviário”, em vez da actual frequência de hora a hora, até às 21h. Defendem também a reactivação do terminal fluvial de Algés, para estabelecer uma ligação fluvial directa entre a Trafaria e Algés, com uma frequência regular.
Como outras medidas imediata defendem ainda o reforço da capacidade dos comboios da Fertagus, com prioridade para aquisição urgente de novo material circulante, e a introdução de corredores BUS nos acessos Sul e Norte da Ponte 25 de Abril
A médio prazo, num horizonte até 2030, e a nível ferroviário é pedida a expansão do Metro Sul do Tejo (MTS) à Trafaria, concluindo a extensão da Universidade até à Costa da Caparica e Trafaria, bem como até Alcochete, prolongando o metro ao Seixal-Barreiro-Alcochete.
As organizações e movimentos apelam ao Governo (GOV), às câmaras de Almada (CMA) e de Oeiras (CMO), à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR – LVT), ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), aos Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) e à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a criação de “um investimento robusto e estratégico nos transportes públicos, bem como nas redes de mobilidade activa”, com vista a “garantir um sistema coerente, fiável, eficiente e inclusivo”.
Para tal, apontam o investimento numa “melhor oferta e maior articulação entre todos os operadores de transporte público (ferroviário, fluvial e rodoviário)”, “numa rede ciclável robusta, contínua, segura e apelativa, que ligue os aglomerados aos transportes públicos de alta capacidade” e ainda “numa rede pedonal qualificada e igualmente coerente.”
O apelo é subscrito pelo GEOTA, ACA -M – Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, Inspira Mobilidade (IM), Último Recurso (UR), Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi), Quercus, Zero, a plataforma europeia The Future Design of Streets (TFDOS), Movimento Aterra – pela redução do tráfego aéreo e mobilidade ecológica, Estrada Viva, Estuário Colectivo, Centro de Arqueologia de Almada (CAA), Centro de Vida Independente (CVI), Comissão de Utentes dos Transportes da Margem Sul (CUTMS), Rede para o Decrescimento e Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM).
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