Aumento do número de vias do IC20 inicia-se hoje
A Autoestradas do Baixo Tejo, anuncia o início das obras a partir de dia 23 de Outubro
A empresa Autoestradas do Baixo Tejo, S. A. (AEBT) informa que a partir de hoje, dia 23 de Outubro, “e por um período de 20 meses, vai ter início a intervenção para a Construção do Aumento do Número de Vias do Lanço IC20 – Via Rápida da Caparica, entre o Nó A2/IC20 e o Nó de Casas Velhas”.
A empresa informa também “que estes trabalhos, que advêm de uma obrigação contratual da AEBT, visam garantir as condições de circulação e os níveis de serviço no lanço em causa, com reconhecidos benefícios ao nível da segurança rodoviária.” Para execução da empreitada serão condicionadas as larguras das vias existentes e/ou o número de vias disponíveis para circulação.
“A AEBT tem consciência dos incómodos resultantes da obra numa via que está aberta à circulação, mas está certa de que os possíveis incómodos serão largamente compensados pelo nível de segurança que resulta de uma infraestrutura continuamente adaptada às necessidades de quem a utiliza.”, declara ainda a AEBT.
A AEBT deixa ainda o número de assistência e informação 210 730 300 “que se encontra à disposição dos automobilistas para prestar as informações e os esclarecimentos que considerem necessários.”
Recorde-se que o anúncio desta empreitada foi feito pela AEBT na reunião ordinária da Câmara Municipal de Almada (CMA) de dia 18 de Setembro, explicando a concessionária que a obra terá de ser realizada para dar cumprimento a uma obrigação do contrato que prevê que, quando atingisse um tráfego anual médio diário superior a 60 mil veículos teria de ser feito um aumento no número de vias. A obra orçamentada em 20,5 milhões de euros, prevê ainda, para além do alargamento para 4 faixas de rodagem entre o Nó A2/IC20 e o Nó de Casas Velhas, a execução de um novo acesso entre o IC20 e a A2 (sentido Costa-Almada), em que será construído um novo ramo e eliminado o loop actual (vulgarmente conhecido por trevo) de acesso a Lisboa, que se manterá apenas para emergência e manutenção (forças policiais e emergência; Brisa e Lusoponte); o aumento de duas para três vias na saída da rotunda do Centro-Sul para o ramo de acesso a Lisboa pela Ponte 25 de Abril; o aumento para duas vias nos ramos de ligação do IC20 à A33 no nó das Casas Velhas de/para Almada e, o encerramento da Área de Serviço Norte da BP, no sentido Almada- Costa da Caparica.
Um grupo de cidadãos, com o apoio de especialistas na temática urbana lançou, simbolicamente a 22 de Setembro, Dia Europeu sem Carros, uma petição online contra o aumento do número de vias do IC20. Em comunicado, os peticionários dizem que “a população de Almada foi surpreendida” com esta obra, que resulta de “um contrato caduco, que deveria já ter sido renegociado pelo Estado junto da subconcessionária Baixo Tejo, de modo a ir ao encontro daquilo que são os objectivos estabelecidos a nível ambiental”. Dizem-se “em revolta com a situação, com o seu curto prazo de aviso e, sem qualquer consulta à população” e defendem que “a IP dê instruções à subconcessionária Baixo Tejo de que não é necessário aumentar o número de vias”.
Os peticionários sugerem como alternativa o aumento das faixas BUS, com a melhoria da frequência, qualidade e extensão de transportes públicos, a criação de mais e melhores infraestruturas para mobilidade suave, como novas passagens ciclo pedonais elevadas, que reduzam o impacto negativo de barreira geográfica deste tipo de vias e, a adaptação dos viadutos existentes de modo a incluir vias pedonais e ciclovias seguras. Para os peticionários esta obra não faz qualquer sentido e não vai resolver os problemas de trânsito na zona, uma vez que este vai confluir num funil na ponte 25 de Abril, que liberta carros gota a gota. A petição conta até ao momento com 2.759 assinaturas, sendo o objectivo inicial 2.500 assinaturas, para que o assunto fosse discutido na Assembleia da República.
Na reunião de câmara onde foi apresentada a obra, a presidente da autarquia, Inês de Medeiros (PS), advogou igualmente que a obra não iria resolver os problemas de mobilidade e, defendeu a necessidade de uma nova travessia entre a margem Norte e a margem Sul. “Quero deixar claro que esta obra não vai resolver em nada aquilo que é uma prioridade até para a criação de um metro entre a margem sul e a margem norte, além da Fertagus, e é nessa perspectiva que temos estado em conversações com o município de Oeiras, com o anterior executivo da Câmara Municipal de Lisboa e com o actual”, disse.
O IC20 é propriedade da Infraestruturas de Portugal (IP) mas é a a Auto-Estradas do Baixo Tejo, uma empresa privada que faz a sua gestão, através de uma subconcessão.
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