Caparica | Inaugura nos Capuchos “Pós verdade”, uma exposição de pintura de Patrícia Magalhães
Patente ao público até 18 de Março de 2025
No Sábado 16 de Novembro às 15h, inaugura no Convento dos Capuchos, na Caparica, a exposição de pintura “Pós verdade”, da autoria de Patrícia Magalhães. Com curadoria de Filipa Oliveira, pode ser visitada de Terça a Sábado, das 10h às 13h, e das 14h às 18h. A entrada é livre.
Partindo da frase de Nietzsche, “Não há factos, apenas interpretações”, a autora reflecte sobre o conceito de Verdade nos tempos actuais, através da pintura.
Na verdade, a Verdade já não existe. Morreu algures no século XX , se é que alguma vez existiu. A sua extinção, antecipada pelo perspectivismo de Foucault e pela dissonância cognitiva de Festinger, deu origem ao que hoje chamamos a era da “pós-verdade”.
Este neologismo apareceu pela primeira vez em 1992 e, rapidamente, começou a ser utilizado, com cada vez maior frequência, para acompanhar o fenómeno de crescimento meteórico das redes sociais e a omnipresença de notícias, 24 horas por dia, e a sua multiplicação em todos os media, vorazes a nível planetário.
Para conseguir saciar tamanha sofreguidão é necessário gerar cada vez mais e mais conteúdos, continuamente, sem parar. Isso consegue-se às custas de um gradual desvalorizar do que antes se entendia por verdades objectivas, aquilo que era comprovado por factos, ou o que estava colectivamente estabelecido, promovendo-se como igualmente certas, e ao mesmo nível, tudo o que sejam opiniões e convicções pessoais, apelos emocionais, argumentos subjetivos e, até, falaciosos.
Vivemos num tempo em que eruditos e cientistas têm a mesma credibilidade, mas menor mediatização, do que os comentadores, os influencers e gente mais ou menos anónima.
Patrícia Magalhães, (Luanda, Angola, 1966), vive e trabalha em Lisboa. Estudou desenho e pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e no ArCo – Centro de Arte & Comunicação Visual. Considera-se uma artista visual multidisciplinar, com um corpo de trabalho centrado maioritariamente no desenho, onde é visível a contaminação com outras áreas, como a pintura, gravura, escultura ou a fotografia.
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