Almada | Lobo e Cão

Um filme de Cláudia Verejão, para ver dia 19 de Julho, no grande ecrã do Auditório Fernando Lopes-Graça, às 21h

Lobo e Cão fala sobre ser jovem cercado pelo mar e com dificuldades económicas e sociais. Aí, a ambição de atingir outros lugares e outros conhecimentos, está mais comprometida. São vidas invisíveis, insulares. Rodado com elenco totalmente amador na vila de Rabo de Peixe, este drama conquistou o prémio principal da secção “Giornate degli Autori”, no Festival de Cinema de Veneza. 

Ana nasceu na ilha de São Miguel, marcada pelas tradições e também por um certo obscurantismo religioso. Sentindo-se presa, o seu grande sonho é ir para um lugar onde possa ser quem quiser. É a filha do meio de três irmãos. Vivem com a mãe e com a avó. Ana percebeu cedo que as raparigas têm tarefas distintas das dos rapazes. Através da amizade com Luís, o seu melhor amigo que tanto gosta de vestidos como de calças, Ana questiona o mundo que lhe foi prometido. Quando Cloé chega do Canadá, trazendo consigo os dias brilhantes da juventude, Ana inicia uma viagem que a levará a atravessar a linha do seu horizonte. Repleta de desejo e liberdade, a luz de Lobo e Cão revelará a Ana o mar certo para navegar. Lobo e Cão é uma encantada ode à comunidade queer da ilha onde o brilho crepuscular atravessa o imenso Oceano Atlântico.


“De facto, no cinema que tenho feito, não é tanto o trilho narrativo que me move mas antes aquilo que o olhar encontra enquanto percorre o caminho. É assim na vida e é a vida que me inspira. Talvez, pensando agora, tenha sido por isso que os meus últimos trabalhos sejam todos definidos como documentários, pois é aí, nesse pas-de-deux entre o olhar e a realidade, que vou construindo a (minha) história.”, disse Cláudia Varejão na estreia deste filme.

Lobo e Cão é a silhueta do meu mundo interior mas é também o resultado da longa pesquisa que fiz com jovens e habitantes da ilha de São Miguel provenientes de circunstâncias diversas e cujas suas histórias em muito contribuíram para a narrativa e forma do filme“, acrescentou. “Sendo a realidade o universo primordial do meu olhar filmográfico, é também esse o território onde me movi ao longo de todo o processo de feitura do filme: os actores não são profissionais, a equipa técnica e artística é composta por diversos elementos locais e o envolvimento da comunidade local é a trave mestra da obra“, disse ainda a realizadora de “Lobo e Cão” e de outras obras como “Amor Fati” (2019), “Ama-San” (2016) ou “No Escuro Descalço os meus Sapatos” (2016).


Perante a falta de apoio à comunidade LGBTQIA+ nos Açores, de que fala o Lobo e o Cão, Cláudia Varejão decidiu lançar um projecto em parceria com várias associações para combater a discriminação no meio conservador das ilhas. A (A)Mar foi a primeira rede regional de prevenção e combate à discriminação de pessoas LBGTQIA+ nos Açores e existe desde 2021.

©Matilde Viegas / Luís é o melhor amigo de Ana

Ficha Técnica: 

Título original: Lobo e Cão
Realização: Cláudia Varejão
Argumento: Leda Cartum, Cláudia Varejão
Produção: João Matos
Elenco: Ana Cabral, Ruben Pimenta, Cristiana Branquinho, João Tavares
Fotografia: Rui Xavier
Música: Xinobi
Edição: João Braz
Género: Drama
Origem: Portugal, França
Ano: 2022
Duração: 111 minutos
Classificação: M/14

Preço: 3,00€ |Desconto de 50% para jovens e seniores

Contacto da Bilheteira do AFLG
Tel.: 212 724 922 | auditorio@cm-almada.pt
Quarta a Sábado das 10h00 – 13h00 | 14h30 – 18h00
1 hora antes do espectáculo ou sessão de cinema

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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