Almada | “Os cadáveres são bons para esconder minas”

Em cena no Teatro Municipal Joaquim Benite de 15 a 17 de Setembro às 21h, dia 18 às 16h

A Guerra Colonial, que Portugal travou nas suas antigas colónias de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau contra os movimentos independentistas, aconteceu há 50 anos, mobilizou um milhão de soldados e afectou toda a sociedade portuguesa. “Os cadáveres são bons para esconder minas” é um espectáculo que explora as memórias desse conflito. Como explica o Teatrão: “Tal como actualmente o Ocidente tem vindo a discutir o legado esclavagista e colonial, impõe-se regressar a esta ferida da história recente portuguesa para compreender as suas implicações para toda uma geração e de que modo as suas repercussões chegam aos nossos dias”. Partindo do lado documental e testemunhal da guerra, procura explorar-se a noção de trauma que atravessa as histórias e as palavras que chegaram até aos nossos dias.

Este projecto encerra a narrativa que o Teatrão construiu desde 2018 denominada CASA e que enquadrou A Casa Portuguesa, A Casa do Poder e, A Casa Fora de Casa, os ciclos de criação dedicados ao Estado Novo, à Europa, à Família e à Guerra. A CASA foi o motor para investigar, discutir e criar artisticamente objectos que discutam o presente e o lastro histórico que carregamos sem discutir e superar.

Este projecto é desenvolvido em parceria com o Núcleo de Coimbra da Liga dos Combatentes e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e parte de um mapeamento, na Região Centro, dos soldados mobilizados para a Guerra do Ultramar e do tratamento dos seus testemunhos para a criação da ficção.

O escritor e dramaturgo Jorge Palinhos foi galardoado com o Prémio Miguel Rovisco 2003 e o Prémio Manuel Deniz Jacinto 2007, e esteve na shortlist do Prémio Luso-Brasileiro de Teatro António José da Silva 2011. Foi dramaturgo convidado da Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012.

O Teatrão é uma companhia de Coimbra que inicialmente se dedicava exclusivamente ao teatro infantil. Em 2008, assumiu a gestão da Oficina Municipal do Teatro e iniciou um projecto artístico que assenta na exploração do território e na proximidade com os públicos da região, explorando diferentes formas teatrais. O Teatrão é uma companhia profissional de teatro que existe para pensar, desafiar e inspirar a contemporaneidade, procurando intervir no quotidiano das comunidades onde actua, contribuindo para que a arte seja reconhecida como práctica essencial das sociedades. A sua actividade destaca-se devido a uma oferta ampla e permanente, garantida pela diversidade, que inclui peças para vários tipos de público, programação de espectáculos de outros criadores, formação para todas as idades e intervenção comunitária. Cria espectáculos que tanto revisitam os autores clássicos como exploram dramaturgias originais, promovendo um serviço educativo de excelência e com relação directa com a dinâmica de públicos da Oficina Municipal do Teatro. Programa espectáculos de relevo de artistas contemporâneos, dando especial atenção a artistas e estruturas emergentes. O Teatrão distingue-se por ser uma companhia de actores-pedagogos, empenhada em partilhar os conhecimentos sobre as artes do espectáculo com a população em geral, através da criação artística, em especial nas subdisciplinas da interpretação, escrita dramática e encenação, complementando a experiência da criação com o estudo das técnicas, do nível básico ao avançado, e com o acompanhamento das outras artes e da produção teatral contemporânea nacional e internacional. Contribui, com projectos de escala regional, para a promoção de uma oferta artística diversificada e geograficamente equilibrada na Região Centro, potenciando uma maior e melhor fruição das artes neste território e afirmando o papel da companhia e da sua actividade, mantendo a aposta constante no profissionalismo artístico, na contemporaneidade dos trabalhos apresentados e na proximidade com as comunidades e territórios.

Dramaturgia de Jorge Palinhos | Encenação de Isabel Craveiro

Teatrão com o Teatro Municipal Joaquim Benite

15 a 18 Setembro, 2022 | Sala Experimental

qui, sex e sáb às 21h00
dom às 16h00

Duração aproximada: 90min. | M/14

Dramaturgia: Jorge Palinhos 
Encenação: Isabel Craveiro
Interpretação: Afonso Abreu, David Meco, Diogo Simões, João Santos e Teosson Chau
Direção Musical e preparação vocal: Rui Lúcio
Desenho de Luz: Jonathan Azevedo 
Cenografia e Figurinos: Filipa Malva
Sonoplastia: Nuno Pompeu
Design gráfico: Paul Hardman 
Fotografia: Carlos Gomes 
Cabeleireiro: Carlos Gago (Ilídio Design)
Costureira: Albertina Vilela
Construção Cenário: Nuno Pereira e Tiago 
Operação de Luz e Som: Jonathan Azevedo e Nuno Pompeu
Direção de Produção: Isabel Craveiro
Produção Executiva: Cátia Oliveira
Assistência à Produção: Maria Rui (estagiária)
Direção Técnica: Jonathan Azevedo 
Comunicação: Margarida Sousa 

Informações Adicionais

Descontos para menores 25 e maiores de 65 disponiveis na bilheteira do TMJB

Preços Geral – 10€

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Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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