Almada | Programa Coreógrafos Emergentes 2024

Dia 21 de Junho às 21h, no Auditório Fernando Lopes-Graça

Acreditando na importância da experimentação e da liberdade artística, a Companhia de Dança de Almada (Ca.DA) convidou os jovens coreógrafos portugueses Carolina Cantinho e Hugo Marmelada para através de pesquisas individuais, criarem peças originais em residência artística com os bailarinos da companhia. Convidou também o coreógrafo italiano Brian Scalini para repor, com três bailarinos da companhia, a criação “Wuthering Days”, aproveitando a sua recente estadia em Portugal.

Em “Wuthering Days” de Brian Scalini, abordam-se as transferências de estados emocionais, que podem fazer parte do nosso quotidiano e, na maioria das vezes, provavelmente nem nos apercebemos. “É comum as pessoas que sentem raiva transferirem esse estado emocional para as pessoas que lhes são mais próximas, iniciando uma cadeia de raiva que pode ser difícil de parar.”, afirma Brian Scalini.

Brian Scalini é um coreógrafo freelancer italiano que vive em Dresden, na Alemanha. Antes de se tornar coreógrafo, completou os seus estudos académicos com uma licenciatura em Design de Produto na Universidade de Bolonha, em Itália, para depois seguir uma direcção diferente, na sua carreira de bailarino profissional. Em 2018, descobriu finalmente a sua paixão pela coreografia, encontrando nela uma nova forma de combinar a dança com os seus conhecimentos anteriores de design. Em 2022, a fim de obter uma actualização adicional, obteve um Mestrado em Coreografia na Palucca University of Dance Dresden, na Alemanha. Brian ganhou recentemente o primeiro prémio no 22º Certamen Internacional de Coreografia Burgos y Nueva York com a sua coreografia “Meet you in the navel”.

©DR / Em “Contido” Hugo Marmelada questionam-se as regras impostas pela sociedade.

Em “Contido”, da autoria de Hugo Marmelada, “as regras impostas pela sociedade, pelas quais interagimos uns com os outros, domesticam-nos. Criam tendências, hábitos, que muitas vezes perdemos a capacidade de questionar. Tornam-se um dado adquirido. Ficam tão intrínsecos na nossa maneira de pensar e de estar que ela nos cega e limita a exploração e conexão com a nossa natureza. Do que sentimos, dos nossos instintos também ligados aos nossos antepassados, sobressai o nosso lado animal e mais selvagem. Inspirado no livro “O Apelo Selvagem” de Jack London, esta peça tem como fonte de desenvolvimento a formatação que a organização da sociedade acaba por ter no indivíduo, e a exploração do que fica de fora, todas as sensações e ações consideradas fora da norma.”, explica o coreógrafo.

Hugo Marmelada nasceu em Lisboa, em 1987. Formou-se na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal. Trabalhou como freelancer com vários coreógrafos como Guilherme Botelho, Ohad Naharin, Itamar Serussi, Jo Stromgren, Amanda Miller, entre outros. Ingressou em companhias de dança como It Dansa, onde finalizou a pós graduação, Companhia Nacional de Dança Contemporânea da Noruega, conhecida como Carte Blanche, e Batsheva Dance Company. Tem dado formação em dança em várias instituições e coreografado para vários projectos e concursos internacionais.

A peça “quanto tempo o tempo tem?” de Carolina Cantinho, pretende reflectir sobre a efemeridade do tempo e a constante pressão que ele exerce sobre nós. “Através da presença dos corpos no espaço exploramos a distância e a duração, desvendando a complexidade das conexões humanas num mundo que tanto aproxima quanto distancia. A proposta é desacelerar e procurar, a cada passo, a cada gesto, o sentido do tempo, numa tentativa de compreender o equilíbrio entre urgência e tranquilidade. É um convite a redescobrir a autenticidade num mundo saturado de estímulos irreais, onde a dança se torna a linguagem universal para explorar a nossa relação com o tempo, o espaço e, acima de tudo, connosco mesmos.”, descreve Carolina Cantinho.

Carolina Cantinho é professora de dança contemporânea, intérprete e coreógrafa em colaboração com diferentes criadores e instituições há mais de 15 anos. É cofundadora da CAMADA – Centro Coreográfico, em Faro, onde assume a direcção artística desde 2020. Desenvolve trabalho pedagógico e coreográfico com diversas faixas etárias, em instituições de dança nacionais e internacionais. Enquanto intérprete trabalha com diferentes entidades e criadores nacionais em projetos artísticos multidisciplinares. Tem vários prémios internacionais de coreografia. Coreografou para projectos nacionais e internacionais. É mestre em Criação Coreográfica Contemporânea (ESD, IPL, 2012), desenvolvendo criações próprias.

©DR / Em “quanto tempo o tempo tem?”, Carolina Cantinho reflecte sobre a efemeridade do tempo.

Programa e Ficha Técnica:

“Wuthering Days”
Coreografia: Brian Scalini
Interpretação: Bruno Duarte, Mariana Romão, Vítor Afonso
Figurinos: Martina Drieschner, Brian Scalini
Música: “Mass” and “Blind Blackening”, by Roly Porter

“Contido” – Estreia
Criação: Hugo Marmelada
Composição musical: Marco Santos
Interpretação: Inês Barros, Lúcia Salgueiro
Selecção de figurinos: Hugo Marmelada

Intervalo

“quanto tempo o tempo tem? ” – Estreia
Criação: Carolina Cantinho
Interpretação e cocriação: Bruno Duarte, Inês Barros, Lúcia Salgueiro, Mariana Romão, Raquel Tavares e Vítor Afonso
Música: Jacques, Superpoze, Porter Ricks, Bowery Electric, Murcof, Thom Yorke e Angus MacRae
Selecção de figurinos: Carolina Cantinho

Direcção de ensaios: Maria João Lopes
Desenho de luz: Paulo Santos – Stageplot
Idade:  M/4
Duração: aprox. 60 min.

Preço: 8,00€ | 4,00€ (jovens e seniores)

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

, , , , , , , , , , , , , ,

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online